Economia carnavalesca

Mais um ano em que o Brasil aparentemente espera o Carnaval passar para que as coisas enfim deslanchem



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Mais um ano em que o Brasil aparentemente espera o Carnaval passar para que as coisas enfim deslanchem. O nível de atividade econômica continua com o freio de mão puxado, exceto pelo setor automotivo que ainda não enxergou paralisia nas taxas de crescimento de vendas.

É verdade que a continuidade dos altos níveis de vendas está ligada ao incentivo federal, mas deve-se reconhecer os esforços das montadoras para manter seus produtos e produção em níveis compatíveis com a atual realidade. Disputas sindicais, demissões, reações e contra argumentações fazem parte do jogo.

Porém, o setor industrial como um todo, comprovou o processo de desindustrialização ocorrido em 2012, com queda acentuada no nível de produção das indústrias de bens de capitais.

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Com um nível de desemprego muito abaixo das marcas historicamente atingidas pelo Brasil, espera-se que o brasileiro aproveite as oportunidades de descanso e relaxamento neste feriadão. Para outros, é um momento de extravasar as energias e buscar as folias e blocos por todo o país. Há ainda aqueles que fazem deste momento, um retiro espiritual.

Em todas as opções, sejam ela de busca agito ou calmaria, o que permeará as tomadas de decisão de quão distante estaremos de nossas casas é a forma como está o bolso de cada folião ou fiel.

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De todas as formas, a economia do turismo será movimentada, e a geração de valor deixará uma expansão de capital em todas as formas, desde a alocação de recursos na prestação de serviço de hospedagem até as afamadas revisões nos veículos antes de se pegar estrada. Os aeroportos também passarão por uma nova prova, verificando se conseguimos aprimorar o modelo de gestão.

Tratando-se de folia, o dinheiro parece não ter fim para àqueles que escolheram passar o carnaval no Rio de Janeiro. As tarifas hoteleiras da cidade maravilhosa atingem seus níveis mais altos, e a suas taxas de ocupação passam dos 90%. Turistas vindos de todas as regiões brasileiras acabam se misturando aos gringos de outrem, sempre em busca de diversão, seja nos blocos ou nas escolas de samba.

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Além de diversão, deixam ali dólares, euros, reais, libras. Tudo envolto a uma economia turística, com característica carnavalesca.
Neste ano, em especial, a Marquês de Sapucaí tratará de temas mais ligados a economia do que os enredos normalmente apresentados, e revela assim outro ponto importante na forma como as escolas de samba estão entrando no intricado jogo econômico.

As agremiações, que para mim são verdadeiras entidades culturais de promoção nacional, muito em função de suas ações positivas ligadas a comunidade em que integram, buscaram recursos junto à iniciativa privada e agentes de promoção institucionais. Basf, Revista Caras, Alemanha, Coréia do Sul, Associação de Criadores de Cavalos, Cuiabá, Rock in Rio são alguns dos temas patrocinados que desfilarão pelo sambódromo carioca.

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Dependentes de recursos vultosos para que o espetáculo mantenha-se no alto nível, as escolas buscaram nestes parceiros apoio institucional para desenvolverem seus enredos. Em média, uma escola de alto nível, que busca disputar o título, investe cerca de 10 a 12 milhões de reais. Muitos torcem o nariz pela cifra investida, porém, esquece-se dos empregos gerados ao longo de todo o ano em suas comunidades no desenvolvimento dos temas.

Deve-se sublinhar ainda o custeio dos projetos sociais desenvolvidos pela grande maioria das escolas em suas comunidades precisam obter captação contínua, e não apenas nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, que são os meses onde a atividade carnavalesca aumenta o ritmo.

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Ressalta-se que as escolas passam por uma reengenharia operacional, distanciando-se do patronato e buscando a profissionalização de sua gestão, tornando-as verdadeiras máquinas de atração turísticas, culturais e mantendo a economia do turismo sempre aquecida.

Além do carnaval carioca, os destinos turísticos para descanso e reclusão também não podem ser esquecidos na movimentada economia do Arlequim. Os retiros espirituais movimentam caravanas de fieis que cruzam longas distâncias para encontrarem em chácaras, fazendas e outros locais num ambiente perfeito para reforçar a fé.

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Outros embrenham-se pelas praias e o litoral brasileiro, curtindo o sol que as vezes teima em não aparecer. Já alguns acabam pipocando nos blocos e trios elétricos, deixando por ali seu capital tão importante para o giro da economia e a integração das regiões.
Assim, mesmo sendo o Rio de Janeiro como referencial do potencial turístico nacional, não podemos desprezar a força do carnaval em suas diversas formas como motor da economia turística. Gostando ou não, devemos respeitar a capacidade de movimentar a economia nacional.

Para aqueles que irão permanecer em casa e buscam uma boa leitura, recomendo o livro Rápido e Devagar – Duas formas de pensar de Daniel Kahneman. Para os foliões que gostam de carnaval e também apreciam um bom livro, indico o livro As Três Irmãs, que conta um pouco da história das escolas Beija-Flor, Mocidade e Imperatriz.

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