O leite que virou pó para o BNDES

Banco comandado por Luciano Coutinho realizou baixa contábil de R$ 657,5 milhões relativa à operação que criou a LBR-Lácteos Brasil; empresa está em recuperação judicial e o valor foi jogado em prejuízo pela instituição

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247 - Constantemente criticado pelo apoio aos chamados "campeões nacionais", grupos formados com apoio oficial para liderar seus respectivos setores, o BNDES, comandado por Luciano Coutinho, irá amargar um prejuízo de R$ 657,5 milhões no setor de leite. Isso ocorre porque a LBR-Lácteos Brasil, formada com recursos do banco, entrou em recuperação judicial e todo o valor aportado pelo BNDES será contabilizado como prejuízo.

Leia, abaixo, reportagem do jornal Valor Econômico:

BNDESPar confirma baixa contábil da LBR

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A BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), reportou na última sexta-feira uma baixa contábil de R$ 657,5 milhões relativa à operação da LBR-Lácteos Brasil, conforme o Valor antecipou. Na semana retrasada, a empresa de lácteos entrou com pedido de recuperação judicial devido a sérias dificuldades de gerar caixa.

Apesar de reconhecer a perda, o banco estatal não cita nominalmente a empresa, ao contrário do que vinha fazendo nos últimos balanços trimestrais - no documento referente ao terceiro trimestre do ano passado, a BNDESPar provisionava uma perda de R$ 14,7 milhões com a LBR.

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No relatório publicado hoje, a instituição afirma apenas que a "a principal perda por redução ao valor recuperável reconhecida no exercício corrente para um ativo individual foi constituída no montante de R$ 657,594 milhões". Trata-se da LBR.

O BNDES patrocinou a criação da LBR no início de 2011, com um aporte de R$ 700 milhões. O banco estatal detém uma fatia de 30,28% no capital da empresa por meio de seu braço de participações.

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Dona de marcas Parmalat, Bom Gosto e Poços de Caldas, a LBR é uma das três maiores produtoras de leite do país, ao lado de DPA (joint venture entre Nestlé e Fonterra) e BRF.

No ano passado, e empresa captou 1,3 bilhão de litros de leite e registrou um faturamento de R$ 2,4 bilhões no período, montante aquém dos R$ 4,5 bilhões projetados pela empresa quando foi criada. A LBR tem uma dívida de cerca de R$ 1 bilhão. O BNDES é o principal credor da empresa.

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A baixa contábil da LBR é a maior entre as outras feitas pela BNDESPar e que tiveram um forte impacto nos resultados da empresa em 2012, divulgados no início da noite de sexta-feira.

Somente no quarto trimestre, o prejuízo líquido foi de R$ 1,24 bilhão, comparado a um lucro de R$ 944 milhões em igual período do ano anterior.

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No ano, o lucro da BNDESPar caiu 93%, passando de R$ 4,3 bilhões em 2011 para R$ 298 milhões no ano passado.

As participações societárias que compõem a carteira da BNDESPar deram um prejuízo de R$ 2,16 bilhões no quarto trimestre, enquanto no ano contribuíram com um resultado positivo de R$ 138 milhões, 97,9% abaixo do resultado positivo de R$ 6,45 bilhões de 2011.

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A BNDESPar também fez uma baixa contábil de R$ 3,32 bilhões em 2012 nas participações societárias. Desse total, R$ 608 milhões são oriundos da carteira de coligadas - ou seja, a LBR -, avaliada pelo método de equivalência patrimonial, e R$ 2,717 bilhões da carteira de títulos e valores mobiliários disponíveis para venda, avaliada pelo valor de mercado.

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