"Empreender não é auto-emprego, é nova iniciativa"

Com o encolhimento do mercado de comunicação, cada vez mais profissionais da área estão apostando em projetos próprios, fora das redações cujas demissões cresceram 180% em 2015; segundo o coach e consultor de empresas da Plano Gestão, Silvio Soledade, o mercado de comunicação terá cada vez menos empregos tradicionais; "É deixar de ser jornalista para se tornar empresário. Uma chave que tem que virar e isso tem a ver com comportamento. Empreender não é auto emprego. É uma nova iniciativa, uma nova forma de vestimenta", destaca

Com o encolhimento do mercado de comunicação, cada vez mais profissionais da área estão apostando em projetos próprios, fora das redações cujas demissões cresceram 180% em 2015; segundo o coach e consultor de empresas da Plano Gestão, Silvio Soledade, o mercado de comunicação terá cada vez menos empregos tradicionais; "É deixar de ser jornalista para se tornar empresário. Uma chave que tem que virar e isso tem a ver com comportamento. Empreender não é auto emprego. É uma nova iniciativa, uma nova forma de vestimenta", destaca
Com o encolhimento do mercado de comunicação, cada vez mais profissionais da área estão apostando em projetos próprios, fora das redações cujas demissões cresceram 180% em 2015; segundo o coach e consultor de empresas da Plano Gestão, Silvio Soledade, o mercado de comunicação terá cada vez menos empregos tradicionais; "É deixar de ser jornalista para se tornar empresário. Uma chave que tem que virar e isso tem a ver com comportamento. Empreender não é auto emprego. É uma nova iniciativa, uma nova forma de vestimenta", destaca (Foto: Paulo Emílio)


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Portal Imprensa - O termo "passaralho" tem assolado jornalistas nos últimos anos — e os números corroboram para isso. Segundo levantamento do Volt Data Lab, as demissões de profissionais que trabalham nas redações brasileiras cresceram 180% em 2015, saltando de 244 em 2014 para 684 no ano passado.

Muitos perceberam que há vida além das redações e apostaram em novos projetos. De acordo com Silvio Soledade, coach e consultor de empresas da Plano Gestão, o mercado de comunicação terá cada vez menos empregos tradicionais.

"É deixar de ser jornalista para se tornar empresário. Uma chave que tem que virar e isso tem a ver com comportamento. Empreender não é auto-emprego. É uma nova iniciativa, uma nova forma de vestimenta", diz.

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Soledade ministrará a oficina "Como gerir sua empresa de comunicação" no dia 20 de fevereiro, na sede de IMPRENSA Editorial, em São Paulo. O evento discutirá os desafios de pensar o negócio como empresário, além de oferecer dicas para avaliar riscos e desenhar planos para o projeto. Confira o bate-papo com o especialista.

IMPRENSA - Ser multifacetado é uma característica importante para o profissional de comunicação hoje em dia?

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Silvio Soledade - É uma característica importante para qualquer profissional. A gente sempre culpa a crise pela fragmentação das funções. A crise serve como justificativa para algumas mudanças. Desde os anos 1980, as carreiras vêm sofrendo mudanças. Os profissionais tiveram que se reinventar - um torneiro mecânico que saiba dirigir, que saiba fazer manutenção e até mesmo treinar outros torneiros. Essa fragmentação de funções, mas não de cargos, parte de um mecanismo de autodefesa. Em função da crise, as empresas têm reduzidos orçamentos e tenta usar a mão de obra que sirva para outras funções. Ser multifacetado é quase uma exigência do mercado.

O mercado de comunicação sente muito rápido os efeitos de uma crise. Jornalistas com 15, vinte anos de empresa são tolhidos de suas funções. Qual o seu conselho para essa pessoa? Como ter animo para entrar no mercado?

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O mercado profissional vem sofrendo alterações desde a revolução industrial. Teve o advento da tecnologia que trouxe uma agilidade de informação e fragmentação da função. Hoje há fonte em qualquer lugar, por exemplo. Uma mudança no mercado que é natural. Independente de crise, há um filtro dos profissionais que se adaptam ao novo mercado. Os profissionais que estão perdendo mercado normalmente são aqueles que não se adequaram a essa nova realidade. A pessoa trabalhou vinte anos em um jornal e agora perdeu o emprego, mas não a sua funcionalidade como jornalista. Ela pode, por meio de criatividade e iniciativa, desenvolver novas plataformas de trabalho. Cada vez menos a área de comunicação terá empregos como estávamos acostumados (CLT, carteira assinada etc). Terá projetos que o profissional poderá participar. Se tiver capacidade de entrega, terá empregabilidade. Não no formato tradicional. Um jornalista que abre uma empresa deixa de ser jornalista para se tornar empresário. Uma chave que tem que virar e isso tem a ver com comportamento. Empreender não é auto emprego, é uma nova iniciativa, uma nova forma de vestimenta.

Como esses novos empreendedores podem competir com os gigantes, quando os clientes pedem cases de sucesso, portfólio e experiência?

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No começo, o jornalista que abre uma empresa terá que usar a sua história profissional como fator para esse novo negócio. Abrir do zero tem que se sujeitar a cobrar menos para poder ter oportunidades de provar seu valor. Ele pode usar seu histórico profissional para impulsionar o projeto, mas dura pouco. Depois de um tempo, o mercado já não aceita mais seu currículo, quer ouvir seus cases como empreendedor. Precisa ser rápido. Tem que saber seu melhor valor. A grande missão é transformar seu preço em valor. A parte mais chata do empreendedor é ter que lidar com número. Para isso, tem que contratar alguém que saiba. Ou terá que aprender. É necessário que conheça seu custo a fundo para que possa fazer um preço adequado.

Quais são os principais clientes dos novos empreendedores? Há uma área que anseia mais pelos serviços?

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Boa parte dos jornalistas abrem empresa para atender determinado nicho, mas quando começam a empreender descobrem que o bom cliente é aquele que está na carteira. Você pode ser focado em um nicho, mas começam a aparecer novos clientes. Os próprios clientes abrem o leque de indicações.

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