Exclusivo: todos os docs da Operação Miqueias

Delegada que preside inquérito considera deputado estadual Samuel Belchior, presidente do PMDB de Goiás, membro da suposta quadrilha e chegou a pedir ao TRF1 que decretasse a prisão provisória e o bloqueio das suas contas; desembargador Cândido Ribeiro negou o pedido, mas afirmou em seu despacho que há “veementes indícios” da participação de Samuel na estrutura da organização criminosa. Nos diálogos gravados pela PF, deputado chama a pastinha Luciane Hoepers de "Lu" e "minha chefa" e diz que está "trabalhando bonito" para ela. Goiás247 divulga com exclusividade a íntegra do inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Miqueias

Delegada que preside inquérito considera deputado estadual Samuel Belchior, presidente do PMDB de Goiás, membro da suposta quadrilha e chegou a pedir ao TRF1 que decretasse a prisão provisória e o bloqueio das suas contas; desembargador Cândido Ribeiro negou o pedido, mas afirmou em seu despacho que há “veementes indícios” da participação de Samuel na estrutura da organização criminosa. Nos diálogos gravados pela PF, deputado chama a pastinha Luciane Hoepers de "Lu" e "minha chefa" e diz que está "trabalhando bonito" para ela. Goiás247 divulga com exclusividade a íntegra do inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Miqueias
Delegada que preside inquérito considera deputado estadual Samuel Belchior, presidente do PMDB de Goiás, membro da suposta quadrilha e chegou a pedir ao TRF1 que decretasse a prisão provisória e o bloqueio das suas contas; desembargador Cândido Ribeiro negou o pedido, mas afirmou em seu despacho que há “veementes indícios” da participação de Samuel na estrutura da organização criminosa. Nos diálogos gravados pela PF, deputado chama a pastinha Luciane Hoepers de "Lu" e "minha chefa" e diz que está "trabalhando bonito" para ela. Goiás247 divulga com exclusividade a íntegra do inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Miqueias (Foto: Realle Palazzo-Martini)


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Goiás 247_ A Operação Miqueias, deflagrada pela Polícia Federal na semana passada para desbaratar uma quadrilha especializada em desviar recursos de fundos de pensão de Estados e municípios, vem causando desgastes no PMDB de Goiás e colocou o deputado estadual e presidente do partido no Estado, Samuel Belchior, em situação delicada. Poderia ter sido pior.

No relatório da PF, o parlamentar é descrito como um lobista responsável por intermediar contatos entre os membros da quadrilha e políticos do Estado. A autoridade policial também afirma que Samuel é ligado à “pastinha” Luciane Hoepers, a loira que integrava a organização criminosa e cooptava prefeitos e agentes políticos que queriam investir nos fundos fakes.

Com base nessa descrição e nos diálogos telefônicos, gravados pela PF, entre Luciane e Samuel, a PF pediu a prisão temporária do deputado e o bloqueio de suas contas, além de pedir a busca e apreensão, que acabou sendo feita na residência de Samuel, num bairro nobre de Goiânia.

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Confira, aqui, todos os documentos da Operação Miqueias:

parte 1 http://www.brasil247.com/attachment/230/ipf%20OT_Parte1.pdf?g_download=1 

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O pedido de prisão temporária, no entanto, foi negado em desfavor de todos os “lobistas” apontados pela PF. A decisão foi do desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Cândido Ribeiro, responsável por analisar o relatório da polícia.

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O juiz considerou dispensável para a investigação a prisão temporária dos chamados lobistas – entre eles Samuel.
Nas gravações, o deputado se refere à Luciane como “Lu” e ainda chama a loira de “minha chefa”. Em outro trecho, ele diz para a mulher: “estou trabalhando bonito procê aqui”.

“Não há nos autos elementos suficientes que demonstrem a necessidade do decreto prisional temporário em desfavor dos denominados lobistas, para a conclusão das investigações”, escreve Cândido em seu despacho. O juiz dá como deferido o pedido de condução coercitiva caso Samuel não atendesse à intimação policial.
“Veementes indícios”

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Ao falar individualmente de Samuel Belchior, o desembargador diz no despacho que existem “veementes indícios” de que o deputado seja responsável por intermediar contatos entre a loira Luciane e políticos. O juiz ainda escreve que Samuel pratica atos que em tese configuram delitos previstos nos artigos 288 (formação de quadrilha) e 332 (tráfico de influência) do Código Penal.

Cândito Ribeiro afirma de novo que a prisão não se mostra indispensável pelo menos neste momento, mas que pode ser concluída caso apareçam novas provas resultantes da busca e apreensão. Um computador foi levado pela Polícia Federal da casa de Samuel Belchior.

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O presidente estadual do PMDB goiano também se livrou de ter as contas bloqueadas. O desembargador considerou desnecessário e autorizou somente o bloqueio de bens e contas dos principais líderes da quadrilha, que para ele eram os verdadeiros beneficiários dos grandes valores movimentados.

O silêncio de Samuel e a foto do almoço

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Até o momento, Samuel se manifestou apenas por meio de uma nota de esclarecimento. Ele diz que não é investigado e que “recebeu os policiais” e sua casa para esclarecer porque foi contatado por uma das 100 pessoas que tiveram o sigilo telefônico quebrado pela Justiça.

“O contato entre tal pessoa e o deputado se deu no primeiro semestre desse ano, por meio de 3 ou 4 telefonemas em que o investigado solicitava ser apresentado a prefeitos conhecidos do deputado, o que nunca aconteceu como foi confirmado pelas escutas e pela investigação”, diz a nota.

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Um dia depois de esta nota ser divulgada, o programa Balanço Geral, da TV Record, mostrou a foto feita pela PF que mostra Samuel Belchior, o deputado estadual Daniel Vilela (PMDB) e o deputado federal Leandro Vilela (PMDB), esses dois últimos parentes, num almoço com Luciane Hoepers.

Daniel disse que se encontrou com a modelo, mas que nunca trabalhou ou fez ações no sentido de ajudar a organização criminosa. Leandro Vilela disse num programa de TV, aos prantos, que não sabe se é ele na foto. “Não vem ao caso”, disse, completando que almoço com muitas pessoas que na maioria das vezes nem conhece.

Sumiço da Assembleia

Samuel era esperado na sessão da Assembleia Legislativa, na terça-feira, para dar explicações de sua ligação com Luciane Hoepers. Ele mesmo disse que iria para encontrar o deputado Túlio Isac (PSDB), que lhe cobra esclarecimentos. Mas, Samuel não deu as caras. A base oposicionista, integrada pelo peemedebista, pede calma aos governistas. A justificativa é que não há provas e que o assunto é pessoal.

Na quarta, Samuel também não apareceu na Assembleia e Túlio disse que vai apresentar requerimento para criar a “CPI da Loira”. O deputado já faz coleta das assinaturas necessárias. Nos bastidores, a informação é que Samuel está recluso para formular um discurso de defesa que será lido no plenário da Assembleia.

Ontem, seis deputados do PMDB não registraram presença e por falta de quórum a sessão não foi aberta. Só Bruno Peixoto esteve no plenário. O objetivo da oposição era esfriar o assunto e articular novas defesas para Samuel.
A próxima sessão será na terça-feira e a expectativa, claro, é pela presença ou não de Samuel Belchior.

Veja a nota de esclarecimento de Samuel:

Nota de esclarecimento

Diferente do que foi noticiado, o deputado estadual Samuel Belchior não foi preso pela polícia federal uma vez que não é sequer investigado no caso que motivou a operação Miquéias, nesta quinta-feira.

O deputado recebeu os policiais em sua casa para esclarecer por que foi contatado por uma das mais de 100 pessoas que tiveram o sigilo telefônico quebrado pela justiça. (A identidade da referida pessoa não pode ser exposta porque o processo corre em segredo de justiça, não se tratando, no entanto de político ou membro da direção da empresa investigada.) O contato entre tal pessoa e o deputado se deu no primeiro semestre desse ano, por meio de 3 ou 4 telefonemas em que o investigado solicitava ser apresentado a prefeitos conhecidos do deputado, o que nunca aconteceu como foi confirmado pelas escutas e pela investigação.

Ante da situação, o deputado que também é empresário ofereceu-se para apresentar suas informações fiscais, bancárias e telefônicas, pessoais bem como o de suas empresas, o que foi considerado desnecessário pela autoridade policial.

Samuel Belchior reitera que não tem conhecimento nem relacionamento com empresa, políticos e demais pessoas investigadas na operação e coloca-se à disposição para prestar qualquer tipo de esclarecimento necessário ao caso.

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