Caiado e Marina, radicais do campo e da selva

No momento em que a ex-ministra do Meio Ambiente aportou no PSB e descartou o líder do DEM com um discurso eco-politicamente correto, tudo pareceu perdido; eis que então o ruralista se apresenta como candidato a presidente da República, numa resposta corporativa do agronegócio ao PSB com declaração de guerra do setor produtivo rural aos ambientalistas

No momento em que a ex-ministra do Meio Ambiente aportou no PSB e descartou o líder do DEM com um discurso eco-politicamente correto, tudo pareceu perdido; eis que então o ruralista se apresenta como candidato a presidente da República, numa resposta corporativa do agronegócio ao PSB com declaração de guerra do setor produtivo rural aos ambientalistas
No momento em que a ex-ministra do Meio Ambiente aportou no PSB e descartou o líder do DEM com um discurso eco-politicamente correto, tudo pareceu perdido; eis que então o ruralista se apresenta como candidato a presidente da República, numa resposta corporativa do agronegócio ao PSB com declaração de guerra do setor produtivo rural aos ambientalistas (Foto: Realle Palazzo-Martini)


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Vassil Oliveira, do Notícias de Goiás

 

E eis que Caiado então se apresenta como candidato a presidente da República.

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O deputado federal Ronaldo Caiado, presidente estadual do DEM, é um político de forte personalidade. Diz o que pensa, defende com veemência o que acredita e não tem medo de polêmica. Tem boiada de sobra pra não sair de uma boa briga.

Nos últimos meses, tem deixado a entender que não encontra mais motivação para uma sexta candidatura a deputado federal. Chegou a se mostrar disposto a tentar, enfim, uma candidatura ao governo, velho sonho. Depois, com Vanderlan Cardoso (PSB) se apresentando de forma mais enfática, recuou.

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A candidatura ao governo ficou como um discurso sem chão. Mais importante, estava claro, era a viabilização de uma terceira via em Goiás. E se, para isso, fosse preciso deixar de disputar o governo em favor de Vanderlan, e até tentar a Câmara dos Deputados de novo, tudo bem, ele estava pronto – assim demonstrava.

No momento em que Marina Silva aportou no PSB e o descartou com um discurso eco-politicamente correto, tudo pareceu perdido. Para onde iria Caiado, em litígio com o PT, com parte do PMDB (a parte de Júnior do Friboi) e com o PSDB do governador Marconi Perillo (PSDB)?

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E eis que Caiado então se apresenta como candidato a presidente da República.

Resposta do setor de agronegócio ao PSB? Reação eleitoral corporativa, com guerra anunciada do setor produtivo rural contra os ambientalistas? Ou tudo não passa de uma resposta direta de Caiado ao desprezo de Marina e Eduardo Campos (com quem já tinha acertado palanque conjunto em Goiás)?

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Curioso será observar como ele será tratado pela grande mídia. Vai demonizá-lo para endeusar Marina, ‘eleita’ a antítese petista de ocasião? Vai desqualificá-lo para dar palanque à ex-senadora, para que ela cresça nas pesquisas? E o candidato do PSDB, Aécio Neves, vai buscar ou também vai descartar Caiado? Nesse caso, como se comportará a grande mídia, que tanto aposta na derrota de Dilma-Lula?

Na prática, descartar Caiado é contrariar um setor forte econômica e eleitoralmente. Um setor que tem justo em Caiado um porta-voz aguerrido desde antes dele ser candidato a presidente – sim, ele já foi, em 1989 (pelo PSD) –, ainda nos tempos da UDR (União Democrática Ruralista).

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Não é fácil imaginar Caiado candidato a presidente. Uma costura política complicada. Mas não é difícil prever que ele não vai deixar Marina e Eduardo Campos sossegados, no mínimo, até junho do ano que vem. A base do discurso? Está lançada por Caiado, e vai além do trivial:

“A candidata tem razão num ponto: somos, eu e ela, coerentes. Só que – e essa é nossa diferença – não sou intolerante. Não confundo adversário com inimigo. Democracia não é política de terra arrasada, nem se aprimora em ambiente de duelo. Fui – e sou – um político afirmativo. Jamais escondi minhas ideias. Mas sempre convivi em ambiente democrático e civilizado, sabendo lidar com o contraditório. Veemência não é intolerância. Frequentemente, bem ao contrário, a intolerância se apresenta com a veste da delicadeza”, disse Caiado em nota na semana passada.

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A campanha aberta de 2014 fica cada dia mais divertida. E no ponto que interessa muito ao eleitor: as contradições estabelecidas. Tomara que esse debate fique mais quente, e que mais entranhas das motivações eleitorais venham à tona. Para que não pareça que tudo não passe de uma guerra de mocinhos versus bandidos.

Maniqueísmos nunca são bons. Nem direita, nem de esquerda, e nem, claro, aqueles que surgem com cheiro de relva ou esterco de curral.

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