PSDB e aliados impõem hegemonia inédita

Eleição de 2014 foi histórica para o grupo liderado pelo governador Marconi Perillo e marca um domínio quase que absoluto do PSDB e aliados em todas esferas do poder; na Câmara Federal, a aliança marconista tem 13 dos 17 deputados eleitos, entre eles Giuseppe Vecci, um dos principais aliados do governador; na Assembleia Legislativa, o predomínio continua e Marconi tem 28 aliados dos 41 parlamentares eleitos; grupo de Marconi agora já pensa na prefeitura em 2016 para tirar PMDB e PT do comando do Paço Municipal

Eleição de 2014 foi histórica para o grupo liderado pelo governador Marconi Perillo e marca um domínio quase que absoluto do PSDB e aliados em todas esferas do poder; na Câmara Federal, a aliança marconista tem 13 dos 17 deputados eleitos, entre eles Giuseppe Vecci, um dos principais aliados do governador; na Assembleia Legislativa, o predomínio continua e Marconi tem 28 aliados dos 41 parlamentares eleitos; grupo de Marconi agora já pensa na prefeitura em 2016 para tirar PMDB e PT do comando do Paço Municipal
Eleição de 2014 foi histórica para o grupo liderado pelo governador Marconi Perillo e marca um domínio quase que absoluto do PSDB e aliados em todas esferas do poder; na Câmara Federal, a aliança marconista tem 13 dos 17 deputados eleitos, entre eles Giuseppe Vecci, um dos principais aliados do governador; na Assembleia Legislativa, o predomínio continua e Marconi tem 28 aliados dos 41 parlamentares eleitos; grupo de Marconi agora já pensa na prefeitura em 2016 para tirar PMDB e PT do comando do Paço Municipal (Foto: José Barbacena)


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Diário da Manhã - A partir de janeiro, o campo de batalha da política goiana terá mudanças significativas. A começar das forças mais comuns nas disputas: o PSDB terá ao seu lado dois de três senadores, 13 dos 17 deputados federais e 28 dos 41 deputados estaduais. É a supremacia absoluta nunca antes conquistada pelo grupo de situação. E se a situação cresce, a oposição míngua.

O exemplo mais próximo de expressão de poder fora do próximo mandato de Marconi Perillo está distante: entre 1960 e 1963, eleito pelo PSD, Mauro Borges teve na Assembleia Legislativa 15 deputados do mesmo partido e outros tantos que apoiavam sua gestão. No grupo contrário, apenas 14. O embate de 28 contra 14 dava ao governador ampla maioria a ponto da legislatura seguinte, que testemunharia o golpe militar, não conseguir derrubá-lo imediatamente. Os deputados precisaram ir de comboio até o Rio de Janeiro para fazer intrigas e derrubar o governador.

Por ironia o grupo político do então líder do governo Mauro Borges entre 1963-1964, Iris Rezende, será agora, 50 anos depois, minoria na casa. Seu partido conquistou cinco cadeiras enquanto a sigla tem hoje oito.  A segunda maior bancada oposicionista é do PT, com quatro vagas. Desta forma, a sigla manteve a quantidade e aumentou sua importância na Assembleia dentro do grupo oposicionista.

Na Câmara dos Deputados, em Brasília, a base aumentou de 10 para 13 parlamentares aliados ao governador Marconi Perillo. Dá para contar nos dedos a oposição em Brasília: Rubens Otoni (PT), Pedro Chaves (PMDB), Daniel Vilela (PMDB) e o inexperiente Lucas Vergílio (SDD). É um grupo contraído frente aos 13 eleitos que devem se revezar para atender aos interesses e sugestões do governador Marconi Perillo, que terá um grupo estratégico para manter uma boa negociação com a presidente reeleita Dilma Rousseff (PT).

GOVERNABILIDADE

Com este exército, a governabilidade de Marconi será melhor e pode facilitar a aprovação de projetos que pretende apresentar para a Assembleia Legislativa.

No regime democrático, a sociedade, via Estado, é regulada por princípios normativos. Daí que obras, projetos e grande parte dos atos administrativos são fundamentados em leis que precisam ser aprovadas no parlamento.

O excesso de gente ao redor demonstra prestígio, mas pode dar trabalho para o gestor, afirma o professor e pesquisador Itami Campos. Ele afirma que existe uma lógica no trato da organização legislativa de apoio ao Poder Executivo. “Se o governador precisar de 50% mais 1%, pra que afinal ele terá mais 5%? Quer dizer, isso é uma questão a ser analisada, pois o que sobra torna-se custo”, explica.

O cientista político João Luiz Rabelo diz que a “magnitude” da eleição de Marconi o surpreendeu. Para ele, o grande apoio popular, em conjunto com a deferência política, era algo completamente inesperado. “Em 2012, ele foi lá no fundo do poço, viveu uma imensa crise e voltou: inegavelmente fez seu melhor governo. Marconi é um excelente gestor. Ele é, de fato, predestinado.  Daí que deverá saber como acomodar todos os apoios que teve e atender a tamanha popularidade. No primeiro e segundo mandatos esteve ligado ao social. Agora mostrou e deve mostrar ainda mais coisas palpáveis, como as obras as rodovias, que estão boas”, diz o cientista.

Não bastasse o apoio nas fábricas de lei, Marconi Perillo conta ainda com uma tropa de prefeitos que simplesmente aumentou com a chegada das eleições. Antes Marconi contava com uma rede de apoio que variava de 144 a 150 prefeitos. Ao fim do pleito, ele recebeu mais 50 declarações de apoio de prefeitos da oposição, como PT e PMDB.

A expressividade de apoios nos municípios foi a mais inesperada, pois implica numa ruptura do gestor com seu partido anterior. É, portanto, muito mais complexo do que se declarar um deputado alinhado. Agora mesmo PMDB e PT começaram os debates internos para que estes prefeitos possam ser expulsos das siglas que hoje representam.

A base aliada conta com uma liderança consolidada: José Eliton (PP), confirmado vice-governador pelo segundo mandato. A atuação de José Eliton, na campanha eleitoral deste ano, apresentou resultados expressivos à votação de Marconi Perillo. Com forte influência na região sudoeste, já que é natural de Rio Verde, José Eliton tem prestígio também na região nordeste do Estado, onde passou a adolescência e juventude. José Eliton surge como opção da base marconista para novos projetos eleitorais, em 2018.

A cada eleição, PMDB fica menor

Se o PSDB foi o partido que mais cresceu, a outra ponta tem o que obteve menos representatividade: os adversários peemedebistas. E a situação da legenda é crítica: jamais o time esteve tão mal no campeonato. Apenas dois dos atuais deputados conseguiram a reeleição (Bruno Peixoto e Paulo César), fato que comprova a debilidade da campanha irista. Em plano federal, nem mesmo a mulher do ex-candidato, Iris de Araújo, conseguiu sobreviver e não obteve a reeleição.   

Conforme apurado pela reportagem do DM, a oposição, no núcleo petista e peemedebista, pode ter novas baixas. “Existe uma tendência clara de dois parlamentares saírem da linha de fogo. Tem se especulado muito nos bastidores que possam deixar a oposição”, diz um deputado da base, que dá como certa a ampliação do grupo para 29.

Após a eleição de 2010, o partido sofreu duros golpes: perdeu, por exemplo, Thiago Peixoto (deputado federal ) e Francisco Júnior (deputado estadual) para o PSD, aliado do governador Marconi Perillo.   Era simplesmente a parte boa do PMDB, com deputados atuantes e dedicados a um projeto político modernizante.

Agora, resta ao PMDB optar por duas saídas: a chamada “depuração”, proposta pelo presidente da sigla, Samuel Belchior, ou o perdão aos que ficam, uma opção que tem apoio do prefeito Maguito Vilela. A opção por expulsar os comandos de diretórios e prefeitos que apoiaram Marconi seria a mais sensata e estatutária. Mas o PMDB não é o PT: se o partido optar por esse caminho, vai diminuir ainda mais, com um corte de um terço de seus atuais representantes.  

O que mais tem provocado reflexão dentro do PMDB é o salto dado por Marconi. A derrota já até foi superada, afirma um deputado. O que o partido não “engole” é a “maior derrota” ter ocorrido justo agora.

VITÓRIA DILATADA

Em 2010, por exemplo, Marconi obteve uma vitória mais apertada: 52,99% a 47,01%. Agora, a diferença foi extremamente dilatada: 57,44% a 42,56%. É muito voto estocado para o futuro, o que de imediato aponta que não será fácil para o PMDB a disputa em 2018.  E a reflexão é simples: se para o PMDB está difícil, para legendas como PT e PSB, que sequer foram para o segundo turno, o cenário se mostra ainda escuro.   

A única vitória da oposição foi o Senado, com Ronaldo Caiado (DEM). Mesmo assim, é questionável. Neófito na oposição, Caiado teve consideráveis votos da memória de base. Não se sabe até que ponto se teve mesmo votos dele apenas ou de eleitores de Marconi, que rejeitaram Vilmar Rocha.

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