Entre os mais ricos do Congresso, Sandro Mabel enfrenta denúncia

Levantamento mostra que goiano possui a 5ª maior fortuna entre os parlamentares, R$ 70 milhões; dossiê encaminhado pela AGU à CPMI do Cachoeira denuncia susposto esquema de favorecimento em licitações de obras em rodovias federais de Goiás; deputado diz que não comenta documento apócrifo

Entre os mais ricos do Congresso, Sandro Mabel enfrenta denúncia
Entre os mais ricos do Congresso, Sandro Mabel enfrenta denúncia (Foto: Wilson Dias/ABr)


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Goiás247_ Levantamento mostra que o deputado federal goiano Sandro Mabel (PMDB) está entre os cinco parlamentares mais ricos do País. Na frente de Paulo Maluf, o peemedebista se destaca com R$ 70 milhões declarados. Em novembro do ano passado, a família de Mabel vendeu para a PepsiCo a Mabel, uma das maiores fabricantes de biscoitos do país. O negócio girou em torno de R$ 800 milhões, segundo informou o jornal Valor Econômico.

O deputado federal João Lyra (PTB-AL) é o mais rico da lista (abaixo) e tem um patrimônio de R$ 240,3 milhões. Blairo Maggi (PR-MT) é outro que não precisa se preocupar com dinheiro: entre os bens do senador, o destaque maior fica por conta de uma casa de 600 m² que custa R$ 4,3 milhões.

Alfredo Kaefer (PSDB-PR) e Newton Cardoso (PMDB-MG) são outros dois parlamentares ricos que integram o Congresso Nacional e que estão à frente de Mabel em termos de patrimônio, mas não muito longe.

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Dossiê

No entanto, nem tudo são flores para o Mabel. Conforme o Portal IG, um dossiê em mãos da CPMI do Cachoeira acusa o deputado goiano de ter recebido R$ 37 milhões com a “venda” de licitações na área de infraestrutura de transporte em Goiás. O esquema, denominado no dossiê de "cachoeira de donativos", envolveria 15 empresas, funcionários do Ministério do Planejamento, a Federação das Indústrias de Goiás (Fieg) e a superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de Goiás. Veja o dossiê.

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O parlamentar peemedebista seria o articulador de uma bancada federal que facilitaria o acesso de empresários interessados às obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em resposta às acusações que poderão ser apuradas, Sandro Mabel tem dito que não vai se pronunciar sobre dossiês apócrifos.

O documento não assinado foi entregue pelo Movimento Brasil Ficha Limpa à AGU, que o protocolou e encaminhou ao presidente da CPMI do Cachoeira, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB). A reportagem do iG procurou pelos representantes do Movimento Brasil Ficha Limpa, mas o único contato que consta no site da entidade é uma caixa postal em Brasília.

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Apesar da autoria do dossiê não estar clara, o teor do documento foi divulgado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), durante depoimento à CPMI do ex-diretor nacional do Dnit, Luiz Antônio Pagot. “Esse documento passa a ser uma peça importante para a CPI”, disse Randolfe ao IG.

O dossiê chegou primeiro às mãos de Pagot. “Há uma questão de 21 dias recebi esse documento apócrifo com esse teor”, afirmou o executivo ontem ao iG, sem confirmar se as denúncias são verdadeiras. Mas indica que as acusações são “coerentes”. Ele recomenda o “aprofundamento da investigação”

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Segundo o senador Randolfe, o dossiê contém “informações que servem de roteiro para investigação”. “Vou encaminhá-lo para o procurador que está cuidando do Caso Cachoeira e, como envolve pessoas com foro privilegiado, também enviarei ao procurador-geral da República”, diz.

O deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI, já recebeu uma cópia do documento e está analisando. Segundo sua assessoria, ele deverá encaminhá-lo para o Ministério Público apurar as denúncias.

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Abaixo o patrimônio dos parlamentares mais ricos:

João Lyra (PTB-AL)

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2006: R$ 235,6 milhões
2010: R$ 240,3 milhões
Crescimento de 2%
O deputado é dono de uma empresa de taxi aéreo, sua participação na Lug Taxi é de R$ 15 milhões. Ele também tem dez fazendas que, juntas, valem R$ 4 milhões.       

Blairo Maggi (PR-MT)
2006: R$ 33,4 milhões
2010: R$ 152,4 milhões
Crescimento de 356%
Entre os bens do senador, o destaque é uma casa de 600 m² que vale R$ 4,3 milhões.    

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Alfredo Kaefer (PSDB-PR)
2006: R$ 72 milhões
2010: R$ 95,7 milhões
Crescimento de 33%
A maior parte do patrimônio do deputado está investida em empresas. Ele tem participação em 11. A principal delas, com R$ 42,5 milhões, é o Grupo Diplomata S/A, uma das cem maiores companhias do agronegócio nacional, segundo ranking de 2008 da revista Exame.

Newton Cardoso (PMDB-MG)
2006: R$ 12,7 milhões
2010: R$ 77,9 milhões
Crescimento de 513%
O deputado tem nove carros populares, dois Ford Ka e 7 Gols. Mas a menina dos olhos é o Lincoln Navigator, avaliado em R$ 197 mil.

Sandro Mabel (PR-GO)
2006: R$ 69,8 milhões
2010: R$ 70,9 milhões
Crescimento de 1,6%
O deputado tem participação em 16 empresas. Na principal delas, a Sanser Administração e Participações, sua parte corresponde a R$ 28 milhões.

Paulo Maluf (PP-SP)
2006: R$ 38,9 milhões
2010: R$ 39,4 milhões
Crescimento de 1,3%
Apesar do crescimento em seu patrimônio de 2006 para 2010, a fortuna do deputado Paulo Maluf vem caindo ao longo do tempo. Em 2000, quando ele se candidatou a prefeito de São Paulo, seus recursos somavam R$ 74,9 milhões. Naquela época, sua casa na rua Costa Rica, em um bairro nobre da capital paulista, foi declarada por R$ 4,7 milhões. Nas eleições do ano passado, ela foi declarada por R$ 1,3 milhão.        

Eunício Oliveira (PMDB-CE)
2006: R$ 25,6 milhões
2010: R$ 36,7 milhões
Crescimento de 43%
O senador é dono de um Mercedes avaliado em R$ 160 mil. Mas a maior parte de sua fortuna está distribuída entre seus 80 imóveis rurais - como fazendas e sítios, avaliados em R$ 8,2 milhões – e participação em empresas. Na principal delas, que trabalha com vigilância e transporte de valores, ele é dono de R$ 7,7 milhões.

Reinaldo Azambuja (PSDB-MS)
2006: R$ 20,2 milhões
2010: R$ 31,9 milhões
Crescimento de 58%
Uma das fazendas do deputado tem nada menos do que 1.041 hectares, ou 10,4 milhões de metros quadrados, e é avaliada em R$ 10,4 milhões.

Ivo Cassol (PP-RO)
2006: R$ 15,4 milhões
2010: R$ 29,8 milhões
Crescimento de 93%
Carros, o senador declarou três. O mais caro é um Hilux SW4, que custa R$ 155 mil. Do ramo elétrico, ele é dono de um capital de R$ 20 milhões da Hidrossol Hidroelétricas Cassol.

Eduardo Braga (PMDB-AM)
2006: R$ 4,1 milhões
2010: R$ 16,4 milhões
Crescimento de 300%
Apesar de investir em terrenos e ser dono de um Mercedes avaliado em R$ 295 mil, o senador Eduardo Braga é o tipo de milionário investidor. Só em um de seus sete fundos de investimentos, ele acumula R$ 5,3 milhões.

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