Outro morador de rua é assassinado em Goiânia

Homem de 40 anos foi assassinado a facadas no Setor Coimbra e um jovem que vivia nas ruas há dois meses nas ruas foi baleado, mas sobreviveu; já são 29 mortes de pessoas que viviam na rua na Capital. Governo Federal afirma que pode haver ação de um grupo de extermínio; Polícia Civil nega e diz que maioria dos casos tem relação com tráfico de drogas

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Agência Brasil_  Mais um morador de rua foi morto em Goiânia. Com a morte registrada na madrugada desta segunda-feira, chega a 29 o número de assassinatos de pessoas que vivem nas ruas da capital em menos de oito meses. Segundo o chefe da Delegacia de Investigações de Homicídios (DIH), delegado Murilo Polati, dois crimes envolvendo moradores de rua foram registrados nas últimas horas na cidade.

Além do homem de cerca de 40 anos, morto a facadas e pedradas e ainda não identificado, um rapaz de 21 anos foi atingido por dois tiros. Os projéteis, supostamente de calibre 22, acertaram o braço e as pernas da vítima. O rapaz está internado no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) e não corre risco de morrer.

Segundo o delegado, ele vivia na rua há cerca de dois meses. Em depoimento à polícia, o rapaz admitiu vender drogas para sustentar o próprio vício e apontou o seu fornecedor, a quem devia dinheiro, como o autor dos disparos. Outro morador de rua que testemunhou o crime também já prestou depoimento. A polícia pediu à Justiça a prisão preventiva do homem acusado de ter atirado.

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De acordo com o delegado, o assassinato do homem ainda não identificado está sendo apurado. Nenhuma testemunha foi identificada até o momento e não há imagens que ajudem a polícia a solucionar o crime. Mesmo assim, o delegado diz que, considerando a forma como a vítima foi morta, a hipótese mais provável é de que o crime tenha ocorrido depois de uma briga entre moradores de rua. Ele garante que todas as possibilidades serão apuradas.

Ainda segundo Polati, ao menos 18 das 29 mortes de moradores de rua estão relacionadas a disputas motivadas por uso ou vendas de drogas, sobretudo do crack. O delegado rebateu as denúncias de que as mortes estariam associadas à atuação de um grupo de extermínio que contaria com a participação ou a conivência de policiais e de autoridades do governo estadual.

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“Vejo uma tentativa de politizar o assunto. O que me parece é que a morte de um morador de rua tem mais peso do que a vida dele, porque vejo muito pouco sendo feito para tirá-los da rua. Vejo as críticas e as acusações às polícias Civil e Militar e penso que [enquanto estavam] vivos essas pessoas não receberam a mesma atenção”, disse o delegado à Agência Brasil.

Entre as autoridades que declararam a existência de “fortes indícios” de que os moradores em situação de rua de Goiânia estejam sendo mortos por grupos de extermínio está o secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos, Gabriel Rocha. “Há uma política de extermínio em curso”, disse em entrevista à Agência Brasil.

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O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, também sustenta a suspeita de que agentes públicos estejam envolvidos com os crimes.

“Os relatos que tivemos por parte da força-tarefa são preocupantes, de acordo com o que foi dito pelos moradores de rua, pelas características dos assassinatos, há fortes indícios de que há uma sistemática de extermínio, de execuções sumárias”, disse Damous no início do mês, quando uma força-tarefa coordenada pela ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, visitou a capital goiana para colher o depoimento de pessoas que vivem nas ruas, além de se reunir com representantes do Ministério Público e da Polícia Civil de Goiás.

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Na ocasião, Damous disse que os depoimentos contradiziam a versão de que as mortes eram consequência de desentendimentos entre os próprios moradores de rua.

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