A incredulidade de Bonner diante de Mantega

Dias atrás, âncora da Globo levantou as sobrancelhas no Jornal Nacional, depois que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou a existência de uma inflação generalizada no País; recurso usado pelo apresentador foi bem captado por articulista da Folha

A incredulidade de Bonner diante de Mantega
A incredulidade de Bonner diante de Mantega


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247 - William Bonner não acredita no ministro da Fazenda, Guido Mantega. Foi o que ficou claro, dias atrás, no Jornal Nacional, quando o apresentador contestou o ministro com um simples gesto – o que foi captado pelo articulista da Folha, Gustavo Patu. Leia abaixo: 

Âncoras

BRASÍLIA - William Bonner levantou as sobrancelhas depois de ouvir Guido Mantega afirmar que a inflação do país não é generalizada, está concentrada nos alimentos e vai cair, "todo mundo sabe".

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Possivelmente, foi apenas um recurso rotineiro do âncora para atrair a atenção e a empatia da audiência. Mas, dado o contexto, pareceu um sinal de incredulidade. Antes de levar ao ar a fala do ministro, o telejornal havia mostrado uma consumidora, um especialista e um punhado de números que diziam o oposto.

Economistas erram mais de 50% de suas previsões, o que, conforme a piada, torna sua ciência menos precisa que o cara ou coroa. É temerário, entretanto, imaginar que expectativas sejam irrelevantes. É com base nelas que industriais decidem investimentos e contratações, trabalhadores reivindicam salários, comerciantes reajustam preços.

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Governos fazem gestos para, conforme o jargão, ancorar as expectativas. São palavras, metas, projeções e medidas destinadas a orientar os humores da audiência na direção desejada. Se a mensagem oficial tem credibilidade, tudo fica mais fácil: as decisões de empresários e consumidores convergem para o cenário traçado, num círculo virtuoso.

Com a freada da economia nacional e o insucesso dos sucessivos pacotes de estímulo à produção e ao consumo, a administração petista passou a colecionar palavras e medidas contraditórias, metas abandonadas, projeções desmoralizadas. Sem âncoras, expectativas à deriva tendem a agravar os danos.

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A inflação esperada ignora a meta do Banco Central; as metas para as contas do Tesouro caíram em descrédito; as de crescimento foram abandonadas até por Mantega. Agora, são as previsões para a balança comercial e a dívida pública que ensaiam sair perigosamente do roteiro.

O otimismo renitente acaba sinalizando que nada será feito. Franzir a testa talvez fosse um começo.

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