Reinaldo pede cautela em relação a Kassab e Ricardo

Colunista de Veja e Folha sugere que o auditor Ronilson Bezerra poderia saber que estava sendo gravado e, neste caso, simularia um diálogo para incriminar o ex-prefeito; ele também inocenta o secretário Mauro Ricardo;  "Quando um prefeito e um secretário de Finaças querem roubar, há dezenas de operações mais seguras do que essa", diz ele, sem revelar quais seriam os esquemas mais seguros

Colunista de Veja e Folha sugere que o auditor Ronilson Bezerra poderia saber que estava sendo gravado e, neste caso, simularia um diálogo para incriminar o ex-prefeito; ele também inocenta o secretário Mauro Ricardo;  "Quando um prefeito e um secretário de Finaças querem roubar, há dezenas de operações mais seguras do que essa", diz ele, sem revelar quais seriam os esquemas mais seguros
Colunista de Veja e Folha sugere que o auditor Ronilson Bezerra poderia saber que estava sendo gravado e, neste caso, simularia um diálogo para incriminar o ex-prefeito; ele também inocenta o secretário Mauro Ricardo;  "Quando um prefeito e um secretário de Finaças querem roubar, há dezenas de operações mais seguras do que essa", diz ele, sem revelar quais seriam os esquemas mais seguros (Foto: Leonardo Attuch)


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247 - O blogueiro Reinaldo Azevedo, colunista de Veja.com e da Folha, pede cautela nas acusações contra Gilberto Kassab e o secretário Mauro Ricardo.  "Quando um prefeito e um secretário de Finaças querem roubar, há dezenas de operações mais seguras do que essa", diz ele. Leia abaixo:

Acusação contra Kassab precisa ser vista com muito cuidado

Há notícias que têm de ser dadas. Mas é igualmente necessário pensar a respeito. Vamos ver. O auditor fiscal Ronilson Bezerra Rodrigues, preso sob acusação de integrar o esquema que fraudava a cobrança de ISS da Prefeitura de São Paulo, afirma em conversa gravada que o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) e o ex-secretário de Finanças Mauro Ricardo Costa “tinham ciência de tudo”. A gravação foi feita com autorização da Justiça, integra a investigação, mas já está na praça, como costuma acontecer nesses casos.

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Vamos ver. A conversa ocorreu a 18 de setembro deste ano, no mesmo dia em que ele fora chamado pela Controladoria-Geral do Município para prestar informações sobre o seu patrimônio, considerado incompatível com o seu rendimento. A sua interlocutora era Paula Sayuri Nagamati, sua amiga e chefe de gabinete da secretaria de Finanças na gestão anterior. Ele afirmou literalmente:“Tinham que chamar o secretário e o prefeito também, você não acha? Chama o secretário e o prefeito com quem eu trabalhei. Eles tinham ciência de tudo”. Rodrigues não é bobo. Sabia que seu telefone deveria estar grampeado, pela simples e óbvia razão de que essa é praticamente a única forma de investigação que há no Brasil. Assim, a sua fala pode ter sido talhada a termo para comprometer terceiros ou, ao jogar a coisa para escalões superiores, tentar provocar um susto e esfriar o ânimo investigatório.

Convenham: nesse caso, o que é “saber de tudo”? Quer dizer, então, que Kassab e o ex-secretário participariam da lambança? Ou, então, não participando, mas cientes, deixaram que a turma roubasse à vontade? Não sei, não… Isso parece não fazer muito sentido. Quando um prefeito e um secretário de Finaças querem roubar, há dezenas de operações mais seguras do que essa. Destaco: estou trabalhando com questões meramente lógicas. Na hipótese de sociedade com fiscais larápios, os dois estariam só enfiando grana no bolso? Seria um esquema político?

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Coincidência
É curioso. A interlocutora do fiscal que acusa Kassab é Paula Sayuri Nagamati. Em depoimento ao Ministério Público, ouvida como testemunha, não como acusada, ela afirmou que Rodrigues lhe contara que ele e outros auditores apoiaram a campanha do petista Antonio Donato para vereador, atualmente secretário de governo de Fernando Haddad. Não é a única. Em ligação telefônica, uma mulher, que a polícia diz ser amante de Luís Alexandre Cardoso de Magalhães, um dos quatro presos na semana passada, acusa o secretário de ter recebido dinheiro do esquema.

O fato é que, na gestão Haddad, Rodrigues foi para um cargo ainda mais importante: virou diretor da SPTrans, que tem um orçamento de R$ 6 bilhões. Jilmar Tatto, secretário dos Transportes, pasta à qual é subordinada a empresa, deixou claro: partiu do gabinete de Donato o pedido de nomeação.

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Seja como for, a exoneração de Paula Sayuri foi publicada no Diário Oficial. Reitere-se: até agora, ela é só testemunha no caso.  Haddad a tratou como acusada e diz que ela é muito próxima da turma. Quem assinou a demissão? Justamente Donato.

Concluo
É provável que Kassab esperasse que seus novos amigos, os petistas, o tratassem de outra maneira. Será que ele já concluiu, a esta altura, que jamais será um deles?

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