Kotscho cita Mais Médicos como marco de 2013

Em retrospectiva, colunista diz que Brasil passou raspando de ano e cita como outros fatos mais marcantes as manifestações de junho; o julgamento da AP 470, do chamado “mensalão”; a aliança entre Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva; o leilão do pré-sal e a ciclópica falência do ex-bilionário Eike Batista 

Em retrospectiva, colunista diz que Brasil passou raspando de ano e cita como outros fatos mais marcantes as manifestações de junho; o julgamento da AP 470, do chamado “mensalão”; a aliança entre Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva; o leilão do pré-sal e a ciclópica falência do ex-bilionário Eike Batista 
Em retrospectiva, colunista diz que Brasil passou raspando de ano e cita como outros fatos mais marcantes as manifestações de junho; o julgamento da AP 470, do chamado “mensalão”; a aliança entre Eduardo Campos (PSB) e Marina Silva; o leilão do pré-sal e a ciclópica falência do ex-bilionário Eike Batista  (Foto: Roberta Namour)


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247 – Em uma retrospectiva de 2013, Ricardo Kotscho elege os fatos mais marcantes para ele, no que chama de ano cinzento. Leia:

Primeiro balanço de 2013: foi um ano cinzento

Pedem-me para fazer um primeiro balanço do ano com os cinco fatos que, na minha opinião, foram os mais importantes de 2013. Em resumo, se o país fosse uma escola, diria que passamos o ano raspando, com média cinco, e olhe lá. Não há muito o que comemorar. Para mim, não foi bom nem ruim, nem preto nem branco, mas cinzento, com todos aqueles 50 tons do livro de sucesso.

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Vou deixar as questões econômicas, esportivas e culturais para quem é do ramo e me ater aos temas tratados neste Balaio, que completou em setembro cinco anos no ar, juntando novos leitores aos fiéis comentaristas que me acompanham desde o começo. Aos fatos:

Protestos de junho: tudo começou com as tradicionais manifestações do Movimento Passe Livre na avenida Paulista sempre que a prefeitura aumenta as tarifas das passagens de ônibus. O movimento cresceu e se espalhou pelo resto do país quando, depois de alguns dias, a PM paulista resolveu soltar bombas e descer o cacete em todo mundo. Logo seria cancelado o reajuste das tarifas, que voltaram a R$ 3,00, mas surgiram dezenas de outras reivindicações, a partir do slogan "Não é só pelos 20 centavos", o valor no aumento das passagens. Por que era, então?

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Até hoje não sei direito quem estava por trás ou na frente desta explosão de descontentamento, apresentado como espontâneo e que logo degenerou em vandalismo, com o surgimento dos tais black blocs mascarados. Notícia publicada pela Folha nesta quinta-feira dá pelo menos algumas indicações sobre os personagens daquele que foi chamado pela imprensa como o maior movimento de massas no país desde o impeachment de Fernando Collor. Chegaram a escrever até que o país nunca mais seria o mesmo.

Seis meses depois, ficamos sabendo que a polícia indiciou 116 pessoas acusadas de crimes como furto, associação criminosa e dano ao patrimônio. O jornal informa que a maioria dos detidos é homem, jovens entre 18 e 24 anos e tem escolaridade acima da média brasileira: 59% deles tinham segundo grau completo e um terço das pessoas levadas a delegacias chegaram a cursar faculdade.

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Assim como surgiu, o movimento desapareceu de repente com o começo das férias de julho, restando alguns protestos isolados, com pouca gente, que perduram até hoje, interditando ruas e avenidas, e infernizando a vida de quem precisa circular pelas nossas metrópoles.

Julgamento do mensalão: este é um assunto que vem de agosto do ano passado, atravessou 2013 de ponta a ponta e parece ainda longe de sair de cartaz. Pela primeira vez na história política do nosso país, importantes dirigentes políticos, principalmente do PT, entre eles José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares, foram julgados, condenados e mandados para a prisão. Segundo as pesquisas, a maioria dos brasileiros, inclusive os que se declaram petistas, apoiou as decisões do Supremo Tribunal Federal. Depois de intensa campanha pela condenação, a grande mídia soltou fogos.

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Com quase todos os condenados já presos, o que ainda se discutirá no ano que vem é o regime de prisão, se fechado ou semiaberto, a depender do julgamento dos embargos infringentes. Tanto a presidente Dilma como seu antecessor Lula procuraram se manter à distância do julgamento, mas a cúpula do PT está preparando um ato de desagravo aos condenados pelo STF durante o 5º Congresso Nacional, na próxima semana, em Brasília.

Leilão do pré-sal: depois de muita polêmica, o governo federal conseguiu realizar em 2013 o primeiro grande leilão do pré-sal, vencido por um consórcio formado por cinco empresas nacionais e estrangeiras, o único que participou da disputa. Foi, certamente, o fato mais importante do ano para o futuro da economia brasileira, mas os primeiros resultados ainda vão demorar a aparecer, da mesma forma como as recentes concessões em áreas de infraestrutura, como portos, aeroportos e estradas.

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O tesouro submarino comemorado pelo governo Dilma acabou sendo também a principal razão da ciclópica falência do ex-bilionário Eike Batista, que viu sua fortuna derreter em 2013 ao passar anos vendendo vento e não entregar petróleo.
Eduardo & Marina: na cena partidária, o mais importante e surpreendente lance com vistas às eleições presidenciais do próximo ano certamente foi dado pelo casamento do presidenciável pernambucano Eduardo Campos, do PSB, com a ex-verde e ex-petista Marina Silva, que não conseguiu emplacar a sua Rede Sustentatiblidade.

A princípio, porém, a inesperada aliança acabou provocando mais barulho, com os dois ocupando generosos espaços na mídia, que continua em busca de uma candidatura viável, do que calor nas pesquisas. Logo surgiram as primeiras divergências entre socialistas e marinistas em torno do programa e das alianças, e os dois acharam melhor deixar para março de 2014 o anúncio de quem será o candidato a presidente. Embora atrás de Marina nas pesquisas, ninguém acredita que Eduardo Campos abrirá mão da vaga.

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Mais Médicos: o principal fato novo na administração federal, que vinha apenas dando continuidade aos programas sociais implantados por Lula, foi a criação do Mais Médicos, única resposta concreta às demandas surgidas durante os protestos de junho.

Como a maioria dos médicos brasileiros não se interessou em tratar de pacientes carentes nos fundões e nas periferias do Brasil, o governo viu-se na necessidade de importar mão de obra estrangeira, o que provocou uma enorme polêmica ideológica, já que o principal contingente era formado por profissionais cubanos.

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O fato é que muitas cidades brasileiras, especialmente do norte e nordeste, antes totalmente desassistidas, contam agora com pelo menos um médico para atender às suas populações. Foi uma vitória do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que já está em campanha para governador de São Paulo, e uma das razões para a recuperação dos índices de popularidade da presidente Dilma Rousseff nas pesquisas.

Feliz 2014!

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