Nassif: sem "teimosia", Dilma teria outro retrato

Jornalista diz que presidente "está se perdendo pelo temperamento" e que, se não fosse por sua "teimosia (quase) insuperável", faria emergir outro retrato de si: "a pessoa séria, comprometida com o país, com as políticas sociais, com o fim da miséria, com o desenvolvimento"; para Luís Nassif, Aécio Neves "não acena com um projeto de país", mas diante da inflexibilidade da petista, de repente suas "vulnerabilidades" passam a ser vistas como "virtudes"

Jornalista diz que presidente "está se perdendo pelo temperamento" e que, se não fosse por sua "teimosia (quase) insuperável", faria emergir outro retrato de si: "a pessoa séria, comprometida com o país, com as políticas sociais, com o fim da miséria, com o desenvolvimento"; para Luís Nassif, Aécio Neves "não acena com um projeto de país", mas diante da inflexibilidade da petista, de repente suas "vulnerabilidades" passam a ser vistas como "virtudes"
Jornalista diz que presidente "está se perdendo pelo temperamento" e que, se não fosse por sua "teimosia (quase) insuperável", faria emergir outro retrato de si: "a pessoa séria, comprometida com o país, com as políticas sociais, com o fim da miséria, com o desenvolvimento"; para Luís Nassif, Aécio Neves "não acena com um projeto de país", mas diante da inflexibilidade da petista, de repente suas "vulnerabilidades" passam a ser vistas como "virtudes" (Foto: Gisele Federicce)


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247 – Para o colunista Luís Nassif, a imagem da presidente Dilma Rousseff seria outra não fosse sua "teimosia (quase) insuperável". "No seu Ministério, Dilma é uma pessoa que não ouve", escreve o jornalista, que descreve a petista ainda como "inflexível" e alguém que "está se perdendo pelo temperamento". Nesse cenário, diz ele, o tucano Aécio Neves, que "não acena com um projeto de país", de repente tem suas "vulnerabilidades" vistas como "virtudes". Leia abaixo sua análise:

A teimosia (quase) insuperável de Dilma

O jogo eleitoral está na seguinte situação:

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1. É correta a percepção de Gilberto Carvalho - Secretário Geral da Presidência da República - de que a resistência a Dilma Rousseff está transbordando das classes A e B para as demais.

2. Recentemente, esse movimento ganhou impulso devido a dois erros de Dilma: o de montar uma política de informação sobre as ações na Copa e do governo; e a vendetta pessoal em relação ao ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli, gerando o falso escândalo de Pasadena (somando-se ao escândalo real de Paulo Roberto Costa).

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3. Esse movimento de desgaste será parcialmente contido pelos bons resultados na organização da Copa do Mundo. O horário gratuito também permitirá mostrar um acervo de realizações. Na outra ponta, a economia continuará patinando e as contas externas derretendo.

A dúvida que fica no ar é sobre o ritmo da curva descendente: se ainda permitirá ou não a eleição de Dilma no segundo turno. Ela continua favorita, mas ameaçada.

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Dilma recebeu um governo montado em cima de um projeto político vitorioso: as políticas de inclusão social, o início dos investimentos públicos (com o PAC), a expansão do crédito como motor do desenvolvimento e uma boa vontade internacional.

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Sua gestão deveria ser a da consolidação, de apertar os parafusos da economia e remover os empecilhos ao desenvolvimento corrigindo duas heranças malditas - os juros elevados e a taxa de câmbio – e destravando os investimentos em infraestrutura.
Está se perdendo pelo temperamento.

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Uma das qualidades políticas essenciais - especialmente para quem exerce cargos de comando - é a capacidade de ouvir críticas e acatar conselhos.

Quando o político mostra-se inflexível, gera o efeito represamento, um aumento exponencial da indignação dos interlocutores. Especialmente quando começam a aparecer erros decorrentes da centralização e da teimosia e não mostra sinais de correção de rumos.

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No seu Ministério, Dilma é uma pessoa que não ouve. Externamente, perdeu apoio dos principais aliados na discussão econômica, como Antonio Delfim Netto e Luiz Gonzaga Belluzzo.

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Sem a teimosia, poderia emergia um outro retrato de Dilma: a pessoa séria, comprometida com o país, com as políticas sociais, com o fim da miséria, com o desenvolvimento. E, apesar da teimosia, com muita realização entregue.

Mas, à luz da sua teimosia, de repente as vulnerabilidades de Aécio passam a ser visitas como virtudes – até por setores que serão claramente prejudicados em um eventual governo Aécio, como a indústria.

Aécio não acena com um projeto de país – propõe no máximo uma reedição do governo FHC - não acredita em políticas industriais nem em aprofundamento da democracia social.

Mas a ideia da desregulamentação e da redução do papel do Estado sempre se fortalecem após períodos de intervencionismo exacerbado – e com parcos resultados.

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No lançamento de sua candidatura, o esboço de plano de campanha de Dilma levantou temas relevantes, que poderão dar o tom do debate eleitoral: combate à burocracia, inclusão digital como peça central das demais políticas etc.

Mas não respondeu a uma questão central: reeleita, Dilma mudaria o estilo ou radicalizaria ainda mais?

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