'Toffoli e Gilmar armaram golpe sem impeachment contra Dilma'

Colunista Luis Nassif lembra que processo de impeachment exige aprovação de 2/3 do Congresso, enquanto a rejeição das contas impede a diplomação da presidente; processo está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes – crítico ferrenho do governo do PT – no TSE, presidido por Dias Toffoli; "Este é o golpe paraguaio", diz Nassif

Colunista Luis Nassif lembra que processo de impeachment exige aprovação de 2/3 do Congresso, enquanto a rejeição das contas impede a diplomação da presidente; processo está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes – crítico ferrenho do governo do PT – no TSE, presidido por Dias Toffoli; "Este é o golpe paraguaio", diz Nassif
Colunista Luis Nassif lembra que processo de impeachment exige aprovação de 2/3 do Congresso, enquanto a rejeição das contas impede a diplomação da presidente; processo está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes – crítico ferrenho do governo do PT – no TSE, presidido por Dias Toffoli; "Este é o golpe paraguaio", diz Nassif (Foto: Gisele Federicce)


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247 – Está em curso um golpe sem impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, armado pelos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli, afirma o colunista Luís Nassif. Ele lembra que o processo de impeachment exige a aprovação de 2/3 do Congresso, enquanto a rejeição das contas impede a diplomação da presidente.

O processo está sob relatoria do ministro Gilmar Mendes – crítico ferrenho do governo do PT – no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido por Dias Toffoli. "A decisão fica com o Judiciário. Este é o golpe paraguaio", aponta o colunista. "O desfecho será daqui a algumas semanas", acrescenta. Leia abaixo sua coluna, publicado no Jornal GGN:

Armado por Toffoli e Gilmar, já está em curso o golpe sem impeachment

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por Luis Nassif, no GGN, sugestão de NaMaria

Atualizado às 09:50

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O processo de impeachment exige aprovação de 2/3 do COngresso. Já a rejeição das contas impede a diplomação. A decisão fica com o Judiciário. Este é o golpe paraguaio.

Já entrou em operação o golpe sem impeachment, articulado pelo Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Antonio Dias Toffoli em conluio com seu colega Gilmar Mendes. O desfecho será daqui a algumas semanas.

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As etapas do golpe são as seguintes:

1. Na quinta-feira passada, dia 13, encerrou o mandato do Ministro Henrique Neves no TSE. Os ministros podem ser reconduzidos uma vez ao cargo. Presidente do TSE, Toffoli encaminhou uma lista tríplice à presidente Dilma Rousseff. Toffoli esperava que Neves fosse reconduzido ao cargo (http://tinyurl.com/pxpzg5y).

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2. Dilma estava fora do país e a recondução não foi automática. Descontente com a não nomeação, 14 horas depois do vencimento do mandato de Neves, Toffoli redistribuiu seus processos. Dentre milhares de processos, os dois principais – referentes às contas de campanha de Dilma – foram distribuídos para Gilmar Mendes. Foi o primeiro cheiro de golpe. Entre 7 juízes do TSE, a probabilidade dos dois principais processos de Neves caírem com Gilmar é de 2 para 100. Há todos os sinais de um arranjo montado por Toffoli.

3. O Ministério Público Eleitoral, através do Procurador Eugênio Aragão, pronunciou-se contrário à redistribuição. Aragão invocou o artigo 16, parágrafo 8o do Regimento Interno do TSE, que determina que, em caso de vacância do Ministro efetivo, o encaminhamento dos processos será para o Ministro substituto da mesma classe. O prazo final para a prestação de contas será em 25 de novembro, havendo tempo para a indicação do substituto – que poderá ser o próprio Neves. Logo, "carece a decisão ora impugnada do requisito de urgência".

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4. Gilmar alegou que já se passavam trinta dias do final do mandato de Neves. Na verdade, Toffoli redistribuiu os processos apenas 14 horas depois de vencer o mandato.

5. A reação de Gilmar foi determinar que sua assessoria examine as contas do TSE e informe as diligências já requeridas nas ações de prestação de contas. Tudo isso para dificultar o pedido de redistribuição feito por Aragão.

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Com o poder de investigar as contas, Gilmar poderá se aferrar a qualquer detalhe para impugná-las. Impugnando-as, não haverá diplomação de Dilma no dia 18 de dezembro.

O golpe final – já planejado – consistirá em trabalhar um curioso conceito de Caixa 1. Gilmar alegará que algum financiamento oficial de campanha, isto é Caixa 1, tem alguma relação com os recursos denunciados pela Operação Lava Jato. Aproveitará o enorme alarido em torno da Operação para consumar o golpe.

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Toffoli foi indicado para o cargo pelo ex-presidente Lula. Até o episódio atual, arriscava-se a passar para a história como um dos mais despreparados Ministros do STF.

Durante a campanha, já tomara decisões polêmicas, que indicavam uma mudança de posição suspeita. Com a operação em curso, arrisca a entrar para a história de maneira mais depreciativa ainda. A história o colocará em uma galeria ao lado de notórios similares, como o Cabo Anselmo e Joaquim Silvério dos Reis.

Ontem, em jantar em homenagem ao presidente do STF, Ricardo Lewandowski, o ex-governador paulista Cláudio Lembo se dizia espantado com um discurso de Toffoli, durante o dia, no qual fizera elogios ao golpe de 64.

Se houver alguma ilegalidade na prestação de contas, que se cumpra a lei. A questão é que a operação armada por Toffoli e Gilmar está eivada de ilicitudes: é golpe.

Se não houver uma reação firme das cabeças legalistas do país, o golpe se consumará nas próximas semanas.

 

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