Tijolaço ironiza 'escândalo da importação de energia'
Segundo destaca Fernando Brito no blog, importamos 0,12% do que o Brasil gasta; ‘Mas, agora, qualquer defeito local, a maioria das distribuidoras de energia, vai virar “prova” de que estamos na iminência de um baita apagão’; na manchete de ontem, jornal O Globo, comandado por João Roberto Marinho, parece torcer para um novo racionamento de energia no Brasil
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247 – No blog ‘Tijolaço’, Fernando Brito ironizou o ‘estardalhaço’ da imprensa sobre o anuncio de que o Brasil tem importado energia da Argentina e do Paraguai: “O escândalo da importação de energia é de 0,12% do que o Brasil gasta!”.
Na manchete de ontem, o jornal O Globo, comandado por João Roberto Marinho, parece torcer para um novo racionamento de energia no Brasil: "Ministro diz que não falta, mas Brasil importa energia", estampa o jornal, com uma foto de Eduardo Braga com filtros especiais, como se ele desse sua entrevista coletiva na penumbra de um país sem luz.
Leia o texto do Tijolaço na íntegra:
A imprensa, com estardalhaço, anuncia que o Brasil está importando energia da Argentina e Paraguai.
Está.
Exatos 90 megawatt, ontem.
O equivalente a estrondosos 0,12% dos 73.780 MW consumidos ontem no país.
Uma quantidade, como se vê, ridícula, embora, nesta seca, qualquer 10 mil réis sejam úteis.
Irrelevante, sob qualquer aspecto.
Mas o Brasil importava energia antes?
Sim, e muito mais.
Peguei, ao acaso, um dia de 2001, na crise energética tucana.
Importamos 673 MW da Argentina e do Paraguai no mesmo dia 21 de janeiro de 2002.
Ou 1,89% da carga de 35.647 MW consumida pelo país, proporcionalmente 15 vezes mais.
(Sim, porque o consumo – e a produção – de energia mais que dobraram de Fernando Henrique para cá, embora a população tenha crescido pouco mais de 20%)
Não me recordo de qualquer escândalo por isso.
Até porque, de lá para cá, importamos ou exportamos energia ( e, aí, até 1.000 MW) conforme as disponibilidades da região sul do Brasil e dos países vizinhos.
Mas, agora, qualquer defeito local, a maioria das distribuidoras de energia, vai virar “prova” de que estamos na iminência de um baita apagão.
O jornalismo, no Brasil, é a política.
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