Tijolaço: próprio grampo prova que Dilma não agiu para proteger Lula

Jornalista Fernando Brito elenca uma série de fatos que mostram que a presidente Dilma Rousseff, que sabia que o ex-presidente Lula estava sendo monitorado, poderia ter evitado a interceptação; "Se grava a presidenta da República, que dirá os advogados? Que dirá a mim e a você", questiona; "Se há desvio de finalidade na prática de atos de ofício, este é de Sérgio Moro. Porque usa – e já teve nisso o beneplácito de Gilmar Mendes, embora espere-se que não vá tê-lo do Supremo – não apenas uma prova ilegal, mas uma atitude imoral", critica

Jornalista Fernando Brito elenca uma série de fatos que mostram que a presidente Dilma Rousseff, que sabia que o ex-presidente Lula estava sendo monitorado, poderia ter evitado a interceptação; "Se grava a presidenta da República, que dirá os advogados? Que dirá a mim e a você", questiona; "Se há desvio de finalidade na prática de atos de ofício, este é de Sérgio Moro. Porque usa – e já teve nisso o beneplácito de Gilmar Mendes, embora espere-se que não vá tê-lo do Supremo – não apenas uma prova ilegal, mas uma atitude imoral", critica
Jornalista Fernando Brito elenca uma série de fatos que mostram que a presidente Dilma Rousseff, que sabia que o ex-presidente Lula estava sendo monitorado, poderia ter evitado a interceptação; "Se grava a presidenta da República, que dirá os advogados? Que dirá a mim e a você", questiona; "Se há desvio de finalidade na prática de atos de ofício, este é de Sérgio Moro. Porque usa – e já teve nisso o beneplácito de Gilmar Mendes, embora espere-se que não vá tê-lo do Supremo – não apenas uma prova ilegal, mas uma atitude imoral", critica (Foto: Aquiles Lins)


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Por Fernando Brito, do Tijolaço - Ponha-se de lado o abuso de grampear o telefone de um ex-presidente da República – com que base, desde quando?

Ponha-se de lado o criminoso abuso de grampear a Presidenta da República.

Ponha-se de lado a violação gravíssima de divulgar grampo presidencial sem autorização do Supremo.

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Ponha-se de lado o evidente deboche de levantar o sigilo destas gravações e dizer que, após tudo divulgado, "caberá ao Supremo decidir definitivamente" sobre a publicização do conteúdo.

Ainda assim, a tese de uma conspiração presidencial para "evitar a prisão" – jamais ordenada – do ex-presidente não se sustenta, fato por fato.

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O primeiro deles é que, nas gravações, por diversas vezes Lula manifesta a certeza de que está sendo grampeado. Depois do sequestro do dia 4 de março, nenhuma dúvida poderia restar-lhe.

Se tivesse o que esconder, não continuaria falando disso ao telefone, muito menos naquele telefone.

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Com qualquer dez mil réis, até na banca de jornais, um terceiro compra um chip, troca, ou compra outro aparelho para instalar. Um pré-pago, alguns créditos, "facinho, facinho"

Ou pede o de alguém para usar, por uns dias.

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É crime? Certamente não e ninguém pode ser punido se, achando que sua privacidade está sendo violada, tomar providências para poder ter conversas privadas.

E por que não o fez?

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Do lado de Dilma, onde havia a mesma certeza do grampo sobre Lula estava sendo feito, porque não se praticou qualquer ação assemelhada?

Porque não mandou um auxiliar ligar e dizer: Lula, a presidente pediu que você espere uma pessoa que vai aí falar com você?

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Ou não disse isso ela própria?

Aliás, se quisesse conspirar, bastaria ter dado a Lula, já escolhido ministro, um dos pares de telefones com "scrambler" (codificador de voz) de que dispõe o palácio, ficando com uma linha direta e segura com ele.

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Por que – nem Lula, nem Dilma – não o fizeram?

Por uma razão simples e óbvia: porque não estão agindo como bandidos e, certamente, não eram capazes de crer que o Judiciário agisse como tal.

Que conversas pessoais gravadas indevidamente sejam usadas em processo judicial é algo que arrepia ou deveria arrepiar qualquer mortal.

Imagina se estivesse grampeada a mesa de restaurante que, duas horas antes do discurso de Gilmar Mendes contra a nomeação de Lula no STF, reuniu o ministro, José Serra e o ex-presidente do BC Armínio Fraga...Será que só houve palavras gentis, que não se discutiram decisões do Supremo, será que não se falou da tendência do ministro A, B ou C?

Falaram apenas da campanha do São Paulo na Libertadores?

Ora, francamente, antes de especular do que falaram, o que seria escandaloso seria estarem sendo gravados.

Aliás, quantos telefones Sérgio Moro interceptou? Dezenas, centenas?

Se o ex-presidente tivesse ligado para o Ministro Marco Aurélio Mello para agradecer por sua postura no caso de sua condução coercitiva, Mello não poderia atendê-lo? E mesmo falando que apenas disse o que pensa, com sua consciência jurídica, poderia ser exposto como se isso fosse uma cumplicidade com Lula?

Se grava a presidenta da República, que dirá os advogados? Que dirá a mim e a você. Será que todos teremos de agir que nem bandidos, trocando telefones a cada vez que tivermos de tratar de assuntos delicados, profissionais, sociais ou familiares?

Se há desvio de finalidade na prática de atos de ofício, este é de Sérgio Moro. Porque usa – e já teve nisso o beneplácito de Gilmar Mendes, embora espere-se que não vá tê-lo do Supremo – não apenas uma prova ilegal, mas uma atitude imoral.

Aliás, com uma "explicação" de Sérgio Moro mais estapafúrdia do que aquele "Marx e Hegel" dos aloprados do MP Paulista, ao dizer que o caso de Nixon era um precedente. Ignorância total: Nixon foi processado não por receber grampos, mas por mandar instalá-lo sobre seus adversários democratas. E as fitas que a Suprema Corte – a Suprema Corte, claro – o mandou entregar foram do sistema de gravação que ele próprio, Nixon, mandar instalar na Casa Branca.

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