Frias assume golpismo e "demite" Dilma e Temer

O empresário Otávio Frias Filho, editor-responsável pela Folha de S. Paulo, assumiu sua posição golpista, em editorial publicado na edição deste domingo do jornal; Otavinho, como ele é chamado, decidiu "demitir" não apenas a presidente Dilma Rousseff, como também o vice-presidente Michel Temer, que não teria respaldo da população para assumir o poder em caso de impeachment; como essa proposta colocaria na presidência ninguém menos que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Frias também decidiu demiti-lo, chamando-o de "nefasta figura"; depois de contribuir para jogar o País no caos, grupos de comunicação como a Folha agora não veem saída, mas existe um remédio: esperar as próximas eleições, marcadas para 2018, e contribuir para a paz política, de modo a que Dilma tenha condições de governar

Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e o vice-presidente, Michel Temer, participam da solenidade onde recebem os cumprimentos de oficiais-generais no Clube do Exército (Antonio Cruz/Agência Brasil)
Brasília - A presidenta Dilma Rousseff e o vice-presidente, Michel Temer, participam da solenidade onde recebem os cumprimentos de oficiais-generais no Clube do Exército (Antonio Cruz/Agência Brasil) (Foto: Leonardo Attuch)


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247 – O empresário Otávio Frias Filho, editor-responsável pela Folha de S. Paulo, assumiu sua posição golpista, em editorial publicado na edição deste domingo do jornal.

Otavinho, como ele é chamado, decidiu "demitir" não apenas a presidente Dilma Rousseff, como também o vice-presidente Michel Temer, que não teria respaldo da população para assumir o poder em caso de impeachment.

Como essa proposta colocaria na presidência ninguém menos que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Frias também decidiu demiti-lo, chamando-o de "nefasta figura".

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Depois de contribuir para jogar o País no caos, alimentando uma crise política que vem desde a eleição presidencial de 2014, grupos de comunicação como a Folha agora não veem saída, mas existe um único remédio: esperar as próximas eleições, marcadas para 2018.

Leia, abaixo, o editorial em que a Folha assume seu golpismo e se julga portadora dos destinos da nação:

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Nem Dilma nem Temer

A presidente Dilma Rousseff (PT) perdeu as condições de governar o país.

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É com pesar que este jornal chega a essa conclusão. Nunca é desejável interromper, ainda que por meios legais, um mandato presidencial obtido em eleição democrática.

Depois de seu partido protagonizar os maiores escândalos de corrupção de que se tem notícia; depois de se reeleger à custa de clamoroso estelionato eleitoral; depois de seu governo provocar a pior recessão da história, Dilma colhe o que merece.

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Formou-se imensa maioria favorável a seu impeachment. As maiores manifestações políticas de que se tem registro no Brasil tomaram as ruas a exigir a remoção da presidente. Sempre oportunistas, as forças dominantes no Congresso ocupam o vazio deixado pelo colapso do governo.

A administração foi posta a serviço de dois propósitos: barrar o impedimento, mediante desbragada compra de apoio parlamentar, e proteger o ex-presidente Lula e companheiros às voltas com problemas na Justiça.

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Mesmo que vença a batalha na Câmara, o que parece cada vez mais improvável, não se vislumbra como ela possa voltar a governar. Os fatores que levaram à falência de sua autoridade persistirão.

Enquanto Dilma Rousseff permanecer no cargo, a nação seguirá crispada, paralisada. É forçoso reconhecer que a presidente constitui hoje o obstáculo à recuperação do país.

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Esta Folha continuará empenhando-se em publicar um resumo equilibrado dos fatos e um espectro plural de opiniões, mas passa a se incluir entre os que preferem a renúncia à deposição constitucional.

Embora existam motivos para o impedimento, até porque a legislação estabelece farta gama de opções, nenhum deles é irrefutável. Não que faltem indícios de má conduta; falta, até agora, comprovação cabal. Pedaladas fiscais são razão questionável numa cultura orçamentária ainda permissiva.

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Mesmo desmoralizado, o PT tem respaldo de uma minoria expressiva; o impeachment tenderá a deixar um rastro de ressentimento. Já a renúncia traduziria, num gesto de desapego e realismo, a consciência da mandatária de que condições alheias à sua vontade a impedem de se desincumbir da missão.

A mesma consciência deveria ter Michel Temer (PMDB), que tampouco dispõe de suficiente apoio na sociedade. Dada a gravidade excepcional desta crise, seria uma bênção que o poder retornasse logo ao povo a fim de que ele investisse alguém da legitimidade requerida para promover reformas estruturais e tirar o país da estagnação.

O Tribunal Superior Eleitoral julgará as contas da chapa eleita em 2014 e poderá cassá-la. Seja por essa saída, seja pela renúncia dupla, a população seria convocada a participar de nova eleição presidencial, num prazo de 90 dias.

Imprescindível, antes, que a Câmara dos Deputados ou o Supremo Tribunal Federal afaste de vez a nefasta figura de Eduardo Cunha –o próximo na linha de sucessão–, réu naquela corte e que jamais poderia dirigir o Brasil nesse intervalo.

Dilma Rousseff deve renunciar já, para poupar o país do trauma do impeachment e superar tanto o impasse que o mantém atolado como a calamidade sem precedentes do atual governo.

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