Tijolaço: acusações a Dilma e Lula, além de tudo, não têm lógica

"Acusações na base do 'ele me disse', 'ela sabia', 'nós conversamos' são, claro, apenas versões que carecem de provas para que gerem efeitos judiciais. São versões, não são, obviamente, provas. Não sendo provas, mas declarações, têm de passar em dois testes: o da verosimilhança e o da lógica", diz Fernando Brito, ao comentar acusações como as de João Santana, Mônica Moura e Léo Pinheiro

João Santana 
João Santana  (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Fernando Brito, editor do Tijolaço

Acusações na base do “ele me disse”, “ela sabia”, “nós conversamos” são, claro, apenas versões que carecem de provas para que gerem efeitos judiciais.

São versões, não são, obviamente, provas.

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Não sendo provas, mas declarações, têm de passar em dois testes: o da verosimilhança e o da lógica.

Este é o ponto comum de incongruência dos depoimentos de Léo Pinheiro, sobre Lula, e do casal de marqueteiros João Santana e Monica Moura, sobre Dilma.

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Vamos pular o primeiro teste, o da verossimilhança, porque é subjetivo, embora eu não veja Lula, muito menos Dilma, travando diálogos desta natureza: o primeiro por “macacovelhice” e a segunda por talhe pessoal.

Passemos ao segundo, o da lógica.

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Ambos tratam de supostos diálogos travados ao final de 2014, após as eleições.

Após, também, a publicação do panfleto eleitoral da Veja, com o título que resume o que hoje é o núcleo da acusação contra ambos: “Eles sabiam“.

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Ora, se nenhum dos depoimentos se referem a tratativas expressas de destruição de provas de propinas ou de ciência de recebimento via “caixa 2”, antes – e os três foram claros sobre isso – porque depois de uma capa de revista, obviamente plantada pela Lava Jato, Lula e Dilma iriam procurar empreiteiro e marqueteiros para dizer, expressamente, que sabiam, mesmo?

E mais: se tudo aquilo de que os acusam foi tratado por outros, por intermediários, porque não mandar os intermediários dizerem ou perguntarem e, ao contrário, expor-se pessoalmente?

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A versão que Léo Pinheiro e o casal marqueteiro apresentam padece desta fragilidade lógica, que supera mesmo o sopesamento prudente que deveria ter um juiz sobre o fato de estarem dizendo isso “de olho” numa redução de pena.

O que eles procuram apresentar como um “testemunho” está, todo o tempo, marcado pelo fato de que não são testemunhas, mas réus. Se dizem a verdade, são cúmplices que denunciam para “aliviar” suas situações, o que é próprio da fraqueza de caráter humano.

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A empresa do Sr. Pinheiro e a do casal – eles, portanto – ganharam fortunas, muito mais que qualquer coisa que possam acusar Lula e Dilma de terem recebido, porque ambos, embora hoje sem funções públicas, têm suas vidas devassadas, seus bens expostos, seus hábitos acompanhados pela mídia.

E certamente vivem com muitíssimos mais modéstia que o empreiteiro e os marqueteiros.

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Por isso, o que dizem, além de não ter lógica, também não tem ética.

É apenas mais um negócio, do tipo que o casal marqueteiro conhece bem: diz-se o que as pessoas querem ouvir.

Mesmo que não faça sentido, é música para os chacais.

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