Cachoeira, fonte número 1 de Veja, será solto

Responsável pela fabricação dos principais escândalos denunciados pela revista nos últimos anos, o bicheiro Carlos Cachoeira sairá da prisão antes que o relator Odair Cunha (PT-MG) apresente seu relatório; contraventor comandava esquema de intimidação e chantagem, infiltrado no Congresso e na maior revista do País; ex-senador Demóstenes Torres era chamado de “amendoim”; Policarpo Júnior, diretor de Veja, era o “caneta”; notícia é destaque em Veja.com; bicheiro já apelou da sentença

Cachoeira, fonte número 1 de Veja, será solto
Cachoeira, fonte número 1 de Veja, será solto (Foto: Divulgação)


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247 – A notícia está estampada como manchete principal na página de Veja.com. A qualquer momento, o bicheiro Carlos Cachoeira sairá da prisão. Foi condenado a cinco anos de detenção e poderá cumprir sua pena em regime semiaberto. Nos últimos dez anos, Cachoeira foi a fonte principal da revista Veja e esteve por trás da fabricação de diversos escândalos denunciados pela revista. Sua organização contava com os grampos ilegais da dupla Idalberto Matias e Jairo Martins e com braços em outros poderes da República. Chamado de “caneta”, o diretor da sucursal de Veja em Brasília, Policarpo Júnior, era o principal responsável pela publicação das reportagens. E o ex-senador Demóstenes Torres, apelidado de “amendoim”, era quem exercia o papel de repercuti-las no Congresso, vestindo-se como moralista.

Ao longo da CPI, houve tentativas fracassadas de convocar o jornalista Policarpo Júnior, bem como o dono da Editora Abril, Roberto Civita. Presidente da empresa, Fábio Barbosa foi a Brasília e negociou com várias lideranças políticas um pacto de não agressão. Agora, com o fim do julgamento da Ação Penal 470, ex-dirigentes do PT estão condenados à prisão e Cachoeira poderá voltar a experimentar a sensação de liberdade. O deputado Odair Cunha (PT-MG), que amanhã lê seu relatório, ainda não decidiu se propõe ou não o indiciamento de Policarpo Júnior.

Cachoeira apelou da sentença.

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Leia, abaixo, noticiário da Agência Brasil:

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

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Brasília – O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, já recorreu da decisão que o condenou a cinco anos de prisão como resultado da Operação Saint-Michel. A apelação aparece no andamento do processo que corre no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT).

Cachoeira foi condenado hoje (20) pela juíza do caso, Ana Cláudia Barreto. Segundo a defesa, assim que o empresário foi notificado da decisão no Presídio da Papuda, em Brasília, manifestou inconformismo ao próprio oficial de Justiça, que registrou a informação no processo. De acordo com o Código de Processo Penal, as sentenças definitivas emitidas por juízes podem ser apeladas em prazo de cinco dias após a notificação.

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Além de Cachoeira, mais sete réus ligados ao empresário figuram no processo, mas o TJDFT ainda não informou a decisão para cada um deles. O andamento do processo registra que Gleyb Ferreira da Cruz, um dos principais assessores de Cachoeira que também está preso, já apelou da decisão.

Abaixo, a notícia postada em Veja.com, sem qualquer referência à ligação do bicheiro com a Editora Abril:

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A juíza Ana Claudia Barreto, da 5ª Vara Criminal do Distrito Federal, determinou na noite desta terça-feira a libertação do bicheiro Carlinhos Cachoeira. O alvará de soltura do contraventor, cujas atividades motivaram a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional, foi expedido às 19h01. Preso desde o dia 29 de fevereiro, Cachoeira, atualmente no presídio da Papuda, em Brasília, deve ser libertado ainda nesta terça.

A expedição do alvará ocorreu após a juíza do Tribunal de Justiça do Distrito Federal ter confirmado a condenação do bicheiro a cinco anos de reclusão pelos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência em regime semiaberto. A sentença se refere às atividades do contraventor em esquemas criminosos no Distrito Federal, investigados pela Operação Saint Michel, desencadeada pela Polícia Civil do DF.

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Para os policiais, o bando de Cachoeira tentou fraudar o sistema de bilhetagem eletrônica do transporte público na capital federal, tentando infiltrar uma empresa sul-coreana na empresa pública de transporte do Distrito Federal e, com isso, obter 50% dos lucros do contrato de bilhetagem. 

Paralelamente à decisão de soltar Cachoeira, determinada nesta terça-feira, a defesa do bicheiro já havia impetrado um novo pedido de habeas corpus para garantir sua liberdade. No entanto, um pedido de vista interrompeu a conclusão do caso. Com a autorização de liberdade decretada hoje, na retomada do outro julgamento, a solicitação deve ser declarada prejudicada.

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De acordo com o criminalista Antonio Nabor Bulhões, que atua na defesa do contraventor, com a confirmação do alvará, a 5ª Vara encaminhará a decisão judicial ao presídio que, por lei, vai verificar a veracidade do documento. Em seguida, antes da libertação do condenado, é realizado um exame médico para atestar as condições físicas do detento.

Monte Carlo – Carlinhos Cachoeira foi o protagonista da Operação Monte Carlo, que revelou que o esquema de contravenção que atuava para corromper empresas e governos estaduais em proveito do esquema criminoso. Os braços da quadrilha envolviam a construtora Delta, uma das maiores empreiteiras com maior contrato junto ao governo federal.

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No périplo judicial do bicheiro goiano, sua principal batalha era tentar anular os grampos telefônicos que desvendaram a relação próxima de governos estaduais, como o de Goiás, e de empresas laranjas no esquema criminoso relevado por escutas da Operação Monte Carlo da Polícia Federal. Se consideradas ilegais as interceptações, feitas com autorização da Justiça, os réus presos seriam libertados por falta de base para acusação. O Tribunal Regional Federal da 1º Região, em Brasília, considerou todos os grampos dentro da lei.

A partir da denúncia anônima de um esquema ilegal de exploração de jogos, o Juiz de Direito da 1ª Vara de Valparaíso de Goiás havia autorizado a quebra dos sigilos telefônicos de Carlinhos Cachoeira e de seus comparsas, garantindo a investigação.

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