Folha contesta popularidade de Dilma

Jornal de Otávio Frias diz que marketing político da presidente do Brasil aposta na marca de uma rainha da Inglaterra, "que paira acima do ambiente nada vitoriano que a cerca"; publicação vê também desgaste de imagem pela hesitação diante de reformas

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247 – A presidente Dilma Rousseff encerra o ano com índices invejáveis de popularidade. O jornal" Folha de S. Paulo" de hoje, no entanto, questiona esse desempenho diante de outro índice, o de menor nível de competitividade da América Latina. Para a publicação de Otávio Frias, a imagem da presidente sofre desgaste pela hesitação diante de reformas. Leia:

As marcas de Dilma

De "mãe do PAC" a gerente do governo e comandante da "faxina", a imagem da presidente sofre desgaste pela hesitação diante de reformas

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Mantiveram-se inalterados, neste segundo semestre, os altos níveis de aprovação popular ao governo Dilma Rousseff. Surgem, porém, alguns sinais de alerta.

Com 62% de entrevistados qualificando-o como "ótimo" ou "bom", a última pesquisa Datafolha voltou a assinalar níveis idênticos aos de agosto, além de colocar uma eventual candidatura Dilma em posição comparável à de Lula.

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Se as eleições presidenciais fossem hoje, Dilma Rousseff teria entre 57% e 53% dos votos. Já um terceiro mandato para Lula seria sufragado por 56% dos entrevistados.

Aumentou, no entanto, ainda que só ligeiramente, a percepção de que há casos de corrupção no governo Dilma. Eram 64% dos entrevistados em agosto; agora, são 69% (a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais).

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Seria difícil encontrar, num mesmo partido político, duas personalidades de estilo tão diverso quanto Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. As explicações baseadas no "carisma pessoal", tantas vezes invocadas para o sucesso lulista, mostram suas limitações.

Sem dúvida Dilma se beneficia ainda dos expressivos avanços sociais e econômicos que marcaram o período do antecessor. O fato de ter sido ungida por Lula à Presidência contou decisivamente para que sua imagem ganhasse crédito.

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Por outro lado, quase imperceptivelmente, o marketing em torno de sua figura se altera e adapta. Apresentada como "mãe do PAC", não conseguiu fazer o rebento crescer como ela decerto gostaria.

O PAC é, hoje, uma sigla quase esquecida. A aposta numa imagem maternal foi substituída -não sem a hesitante recidiva do Brasil Carinhoso, novo programa de assistencialismo- por outras estratégias de comunicação.

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Houve o tema da "faxina", mas o combate à corrupção se limitou a alguns ajustes na mobília ministerial. Promoveu-se a marca da "gerente", mas a suposta eficiência de Dilma se vê desmentida pela incapacidade de acelerar os investimentos em infraestrutura.

Incapacidade que compromete, a olhos vistos, as expectativas de crescimento do PIB no curto prazo. É duvidoso que, com índices de atividade entre os mais baixos da América Latina, a presidente possa desfrutar indefinidamente da popularidade que ostenta.

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O marketing político aposta numa nova marca -a de uma soberana, uma rainha da Inglaterra, que paira acima do ambiente nada vitoriano que a cerca.

Se não faltam imagens disponíveis para o governo Dilma, falta-lhe, entretanto, um projeto de reformas que pudesse, graças ao inegável respaldo popular de que dispõe, destravar os problemas tributários, ambientais, previdenciários e institucionais na raiz da relativa paralisia econômica do país.

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Enquanto a modorra não se faz perceber no que afeta a maioria -o emprego e o nível dos preços-, é possível imaginar a persistência da popularidade presidencial. Seu tempo de duração é incerto, todavia, na medida em que, do ponto de vista administrativo e político, a atual gestão ainda deixa a desejar.

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