Chávez, barões da imprensa, jornalistas e jornalismo burguês

Os proprietários de órgãos de comunicação privados insistem em dar uma conotação nobre às suas atividades, quando, na verdade, a informação e a opinião, que são os produtos vendidos por eles, têm o propósito de defender os interesses da classe dominante



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Depois de acompanhar a cobertura da imprensa de mercado, ou seja, de negócios privados sobre a morte do estadista e revolucionário, Hugo Chaves, cheguei à seguinte conclusão:

Há algum tempo, quando eu era um jovem jornalista, percebi que as redações da imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?) praticam apenas o jornalismo empresarial, de negócios, bem como, irrefragavelmente, tem lado, cor, partido, ideologia e preferências culturais, raciais e de classe social.

Sabem por que essas distorções acontecem nas redações? Porque o jornalismo é tratado como produto por empresas de comunicação cujos proprietários são megaempresários, que estão a fim de ganhar dinheiro, aliás, muito dinheiro, como qualquer grande capitalista de outro ramo de negócios.

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Contudo, esses comerciantes, proprietários de órgãos de comunicação privados, insistem em dar uma conotação nobre às suas atividades, quando, na verdade, a informação e a opinião, que são os produtos vendidos por eles, têm o propósito de defender os interesses da classe dominante a qual eles pertencem. Por isto e por causa disto, atacam, sistematicamente, seus adversários políticos, e, para isto, manipulam e distorcem os fatos e as realidades, com a finalidade de impor suas "verdades", e, consequentemente, manter, indefinidamente, o status quo do qual sempre se beneficiaram em forma de privilégios.

Por isto e por causa disto, temos um jornalismo partidário, sectário e conservador, elaborado, escrito e apresentado por jornalistas filhos das classes média e média alta, quando não de origem rica. São profissionais pequenos burgueses e que sonham desde sempre com ascensão social, fama, além do acesso a um mundo VIP, de preferência paralelo ao mundo real, porque a meta e o desejo é fugir das massas nem que para isso tenha de viver das sobras de seus patrões, que são os inquilinos da parte mais alta da pirâmide social..

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Esses jornalistas não conhecem o Brasil, as suas diferentes regiões e culturas e muito menos compreendem as questões, as necessidades e as dificuldades das classes sociais menos privilegiadas. Agem assim porque inexiste neles o compromisso com o País e o seu povo, porque prezam essencialmente os valores individuais, que se alicerçam em uma sociedade de consumo, que, equivocadamente, mede e avalia as pessoas pelo o que elas têm e não pelo que elas são.

Parte desses jornalistas por ser assim integra e serve, de forma espontânea e natural, um sistema midiático de direita acumpliciado com os interesses econômicos e financeiros dos barões da imprensa, dos proprietários de mídias cartelizadas e monopolistas, que, por sua vez, são sócios e porta-vozes dos interesses dos grandes capitalistas nacionais e internacionais.

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Características de tal ordem me levam a afirmar que os barões da imprensa são imperialistas e colonialistas, bem como os replicadores do pensamento conservador nacional e internacional. Ao controlarem os meios de comunicação e de informação, eles passam a influenciar e a domesticar o pensamento, os valores e até mesmo os sonhos e os propósitos rotineiros da população em geral e em especial das classes média e média alta, que, alienadas e conservadoras, aliam-se àqueles que combatem, historicamente, a distribuição de renda e de riqueza, porque não desejam um Brasil justo, independente e democrático, e muito menos querem o povo brasileiro emancipado e soberano.

Os jornalistas os quais faço críticas são exatamente assim. Agem dessa forma, como se fossem patrões. Eu os conheço e sei de suas vaidades e manias de grandeza que se baseiam na ascensão social. São meros burgueses e acreditam em valores estritamente comerciais e de modismos, que os levam a pensar que subiram de status. Detestam ter de lidar com tudo o que seus pais sempre desprezaram: conviver com os mais pobres e ter de ouvir suas queixas e necessidades, Afinal a redoma de cristal onde vivem é um lugar para as poucas pessoas que eles consideram seus semelhantes.

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Os homens e as mulheres comprometidos com seus patrões e, por conseguinte, com o jornalismo alienígena e de negócios privados se vestem e se comportam como yuppies cujos valores se confundem com o mundo neoliberal que derreteu as economias, as almas e o orgulho da Europa Ocidental, do Japão e dos Estados Unidos. Um mundo fútil e leviano, que se alicerça em falso moralismo e que edifica a ganância, o egoísmo, o materialismo e constrói a guerra entre as pessoas, as sociedades e os países.

Por isto e por causa disto, resolvi no já longínquo ano de 1995 não trabalhar mais em redações da imprensa comercial e privada (privada nos dois sentidos, tá?). Hugo Chávez pertence à história, e, indelevelmente, ao povo venezuelano e latino-americano. É isso aí.

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