Potencial de consumo vai cair R$ 1,52 bilhão em BH
O potencial de consumo dos moradores de Belo Horizonte será 2,5% menor do que em 2013, o equivalente a uma redução de R$ 1,52 bilhão, comparando-se a cifra do ano passado (R$ 60,649 bilhões) com a de R$ 59,129 bilhões no acumulado de 2014; os dados são da empresa IPC Marketing Editora; descentralização dos investimentos, inadimplência e inflação são alguns dos fatores que explicam o declínio na aquisição de produtos na capital mineira
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Minas 247 – O potencial de consumo dos moradores de Belo Horizonte será 2,5% menor do que em 2013, o equivalente a uma redução de R$ 1,52 bilhão, comparando-se a cifra do ano passado (R$ 60,649 bilhões) com a de R$ 59,129 bilhões no acumulado de 2014. Os dados são da empresa IPC Marketing Editora, especializada em pesquisa sobre demografia e consumo, levando em consideração o potencial de compras das famílias, sem contar, portanto, as reservas das pessoas jurídicas.
Em nível nacional, o indicador aponta um crescimento de R$ 261 bilhões no consumo do Brasil, ao passar de R$ 3,001 trilhão para R$ 3,262 trilhões, o que representa de 8%. Apenas três das 27 capitais registraram queda no potencial de compras – além de BH, as outras duas são Natal (0,16%) e João Pessoa (0,78%).
Segundo Marcos Pazzini, diretor da IPC Marketing, o declínio no potencial de consumo em BH pode ser explicado pela "interiorização" dos investimentos. "Cada vez mais, as empresas procuram as cidades fora dos grandes centros para se instalar, o que acaba levando emprego, renda e consumo para o interior", afirmou, em entrevista ao jornal Estado de Minas.
Com o objetivo de reforçar a análise, o levantamento mostrou o aumento no potencial de compras de cidades que sofrem influência do Norte da Região Metropolitana de BH, onde ocorreu a expansão do Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, atraiu várias companhias e dezenas de condomínios fechados.
Nesta região, o potencial de consumo subirá de R$ 985 milhões para R$ 1,023 bilhão na cidade de Pedro Leopoldo, entre 2013 e 2014, de R$ 1,427 bilhão para R$ 1,601 bilhão em Vespasiano, e de R$ 2,636 bilhões para R$ 3,121 bilhões em Santa Luzia.
Pazzini afirma que, "além da questão da interiorização do consumo, outro fato que levou à queda do potencial de compra dos moradores de BH foi a diminuição na quantidade de domicílios das classes A e C.".
A perda foi de 3% em relação à quantidade de residências na classe A, o que implicou um recuo de 12,1% no potencial de consumo desse grupo. Na classe C, a retração de 5,3% no total de domicílios e recuo de 6,1% no valor do potencial de consumo. Outro fator que reforça a diminuição do potencial na inadimplência em BH, que, segundo o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), teve crescimento de 3,39% no acumulado do primeiro semestre.
A inflação no País também é outro fator que explica o declínio no potencial de consumo na capital mineira, causando prejuízo ao comércio que, de janeiro a maio, teve de 2,46%. O percentual é menor do que os de 2013 (4,53%), 2012 (5,78%), 2011 (5,82%), 2010 (5,8%) e 2009 (3,7%) em idêntica base de comparação.
"A inflação exerce grande influência sobre os orçamentos familiares, tendo em vista seu poder corrosivo sobre a renda e, consequentemente, sobre a capacidade de pagamento de dívidas", observou Ana Paula Bastos, economista da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH).
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