'Se desafiamos algum interesse somos punidos', diz promotor afastado por Toffoli
O promotor Eduardo Nepomuceno de Souza, que foi impedido pelo presidente do STF, Dias Toffoli, de retomar suas atividades no mesmo dia em que anunciou que pretendia reabrir um inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que "existe uma realidade no Brasil que é muito comum com policial civil, militar, delegado, servidor público, promotores e juízes do interior que sempre que eles desafiam algum interesse eles acabam punidos, afastados, escanteados"
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247 - O promotor Eduardo Nepomuceno de Souza, que foi impedido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de voltar à 17.ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte, no mesmo dia em que anunciou que pretendia reabrir um inquérito contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), afirmou que os juízes, promotores e policiais que contrariam interesses específicos acabam sendo punidos .
"Existe uma realidade no Brasil que é muito comum com policial civil, militar, delegado, servidor público, promotores e juízes do interior que sempre que eles desafiam algum interesse eles acabam punidos, afastados, escanteados", disse Nepomuceno ao jornal O Estado de S. Paulo.
O inquérito contra o senador e candidato a deputado federal Aécio Neves versa sobre a construção de um aeroporto no município de Cláudio, em 2010, em terras de familiares do parlamentar. Apesar de afastado, Nepomuceno procurou não ligar o fato à reabertura do inquérito. "Seria uma ilação", disse.
Para ele, a Lava Jato é uma exceção em relação ao restante do país. Para Nepomuceno, a Operação Lava Jato é uma exceção no Brasil. "Existe uma unidade de atuação da força-tarefa que envolve a Polícia Federal e o Judiciário, com o apoio total do Ministério Público e do Tribunal do Paraná. É um cenário que não se multiplicou para o resto do País. A gente continua com ações isoladas e sofrendo retaliações", ressaltou.
Nepomuceno foi afastado compulsoriamente em 2016 pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sob a acusação de paralisar e atrasar processos, usurpação de atribuição de outros órgãos e por burlar garantias de conselheiros do Tribunal de Contas de Minas Gerais. Em abril deste ano, porém, a juíza federal Vânila Cardo decidiu que ele deveria retornar às suas funções.
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