Farmácias de BH vão retirar caixas eletrônicos

Para proteger clientes, funcionários e seu patrimônio, donos de farmácias da capital decidiram que não vão mais oferecer o serviço bancário em suas lojas. A recente onda de ataques de bandidos aos equipamentos motivou a decisão

Farmácias de BH vão retirar caixas eletrônicos
Farmácias de BH vão retirar caixas eletrônicos (Foto: Divulgação)


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Minas 247 – Quem costuma ir à farmácia da esquina para sacar dinheiro ou pagar suas contas nos caixas eletrônicos que os bancos colocam no local, pode começar a procurar outro lugar para fazê-lo. As farmácias da Grande Belo Horizonte vão retirar os caixas e encerrar também o serviço de posto bancário. Os empresários acreditam que a retirada irá reduzir sensivelmente o risco de assaltos nas farmácias.

Confira a matéria do jornalista Rayder Bragon, do site Uol

Após uma rede de supermercados de Minas Gerais anunciar a retirada de caixas eletrônicos das 110 unidades do grupo, por conta de ataques aos equipamentos, chegou a vez de donos de farmácias da região metropolitana de Belo Horizonte também aderirem ao movimento.

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De acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais (Seds-MG), foram registrados 127 ocorrências de furto ou roubo (consumados ou não) aos caixas eletrônicos no Estado, de janeiro a maio deste ano.

A secretaria informou que ainda está fazendo levantamento sobre o total de casos do mesmo período do ano passado, mas já sabe que o número deste ano é bem superior, Um grupo foi criado para elaborar métodos de combate a esse tipo de crime, reunindo representantes das forças de segurança estaduais, além de integrantes do Ministério Público (MP), da Secretaria de Estado de Fazenda e da Polícia Federal (PF).

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O presidente da Associação de Farmácias e Drogarias (Asfad), Sebastião Eustáquio Alves, que representa 50 donos de lojas do setor na grande Belo Horzionte, afirmou ter ouvido da quase totalidade dos associados que têm os equipamentos nas lojas a pretensão de desativá-los.

“Quase 90% dos meus associados não querem mais o caixa eletrônico nem prestarem mais o serviço de posto bancário”, disse Alves, referindo-se também a estabelecimentos que recebem contas de consumo e boletos de bancos, funcionando como postos bancários.

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“Não vale a pena corrermos os riscos. A gente funciona quase como um banco. É como se fosse um caixa de banco, mas sem a segurança de uma agência bancária. E recebemos apenas R$ 0,25 por documento pago”, disse o dirigente.

Segundo ele, existe um seguro bancado pelos bancos que cobre eventuais roubos ou assaltos, mas que assegura o ressarcimento do dinheiro apenas das contas recebidas nas farmácias cuja arrecadação é repassada aos bancos.

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R$ 300 por mês

“Vou dar um exemplo. Foram roubados R$ 12 mil de um estabelecimento, sendo que, desse total, R$ 10 mil eram de contas bancárias e R$ 2 mil de vendas de produtos do estabelecimento. Esses R$ 2 mil não são cobertos pelo seguro”, afirmou.

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Alves salientou que, no entanto, em caso de uso de explosivos na tentativa de arrombar os caixas eletrônicos, um eventual dano à farmácia ou drogaria é coberto pelo seguro. “Mas esse seguro não cobre os dias parados que precisarei para fazer alguma reforma. Os ataques estão cada dia mais violentos e com uso maior de explosivos”, explicou.

O presidente da associação não quis informar qual é o valor do aluguel repassado pelos bancos e donos de caixas eletrônicos aos seus associados, mas revelou que “não paga nem a conta de luz”. Entretanto, o UOL apurou que gira em média de R$ 300 por mês.

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“Se não tivermos mais segurança, com a presença física de um vigilante pago pelos bancos, e melhoria na remuneração, além de um seguro total, ninguém vai mais continuar prestando esse serviço aos clientes”, vislumbrou.

Alves afirmou que pretende procurar representantes do Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos de Minas Gerais (Sincofarma MG), que tem abrangência estadual, para que a entidade possa intermediar uma negociação com os bancos. O UOL tentou falar com diretores do Sincofarma, durante três dias, mas não obteve retorno.

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A alegação dada para a retirada dos equipamentos, no caso da rede de supermercados BH e na qual se iniciou o movimento, foi uma suposta recusa dos bancos e empresas donas dos caixas em ressarcir os prejuízos causados aos estabelecimentos comerciais após duas explosões em caixas eletrônicos localizados em duas unidades da rede (interior do Estado e capital mineira).

Outra medida que teria sido rechaçada pelos bancos foi a hipótese de pagarem aluguel mensal à rede de supermercados que, por sua vez, iria contratar vigilantes nos estabelecimentos dotados do equipamento, segundo informou a gerente da empresa

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