Odair ao 247: "Decidi preservar o essencial"

Em entrevista exclusiva ao 247, o deputado Odair Cunha (PT-MG), relator da CPI do caso Cachoeira, explica por que retirou de seu texto os trechos que citam jornalistas e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Foquei na batalha central", disse. Ele espera que, na próxima semana, seu relatório seja finalmente aprovado pelo plenário

Odair ao 247: "Decidi preservar o essencial"
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247 - Nos últimos 30 dias, o deputado Odair Cunha (PT-MG) e sua equipe trabalharam dia e noite para finalizar um texto de 5,3 mil páginas, com as conclusões da CPI do caso Cachoeira. De tudo o que se produziu, nada gerou tanta repercussão quanto a proposta de indiciamento de cinco jornalistas – incluindo Policarpo Júnior, diretor da revista Veja – e a sugestão para que o Conselho Nacional do Ministério Público investigasse a conduta do procurador-geral da República, Roberto Gurgel.

Esses dois pontos, polêmicos, geraram uma reação organizada de praticamente todos os grandes meios de comunicação e de boa parte da classe política (leia o texto "Mídia proclama: Somos todos Policarpos"). "A liberdade de expressão foi usada como biombo por aqueles que queriam anular a CPI como um tudo", disse o deputado ao 247. Sua decisão de recuar, portanto, não altera em um milímetro suas convicções. "Tivemos que preservar o essencial", firma. "Foi um movimento tático".

Por "essencial", Odair Cunha refere-se ao organograma da própria quadrilha de Cachoeira, as empresas usadas para movimentar os recursos e os agentes políticos cooptodos. O texto inicial propunha o indiciamento de 46 pessoas, apontava as 117 empresas do esquema e citava uma movimentação de R$ 84 bilhões. Agora, com a exclusão dos cinco jornalistas, são 41 pessoas. "Que pizza é essa?", indaga o relator.

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Ao recuar nos casos de Policarpo e de Gurgel, Odair sabia que seria duramente criticado por alas do próprio PT. "Cada dia tem a sua guerra e há uma batalha central", afirma. "Outras podem ser postergadas". Ele afirma ainda que não recebeu qualquer pressão do presidente do PT, Rui Falcão, para incluir os jornalistas. O relatório, ele afirma, reflete suas próprias convicções, que não mudaram.

Na próxima semana, seu relatório será avaliado pelo plenário da comissão. Segundo o relator, já não há mais desculpas para que não seja apreciado e aprovado pelos parlamentares. Afinal, os bodes foram retirados da sala.

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