EUA espionaram 60 milhões de chamadas na Espanha

Denúncia foi feita pela jornalista Glenn Greenwald, que vive no Brasil e denunciou também a espionagem da NSA ao governo Dilma; assunto está na capa do jornal El Mundo

Denúncia foi feita pela jornalista Glenn Greenwald, que vive no Brasil e denunciou também a espionagem da NSA ao governo Dilma; assunto está na capa do jornal El Mundo
Denúncia foi feita pela jornalista Glenn Greenwald, que vive no Brasil e denunciou também a espionagem da NSA ao governo Dilma; assunto está na capa do jornal El Mundo (Foto: Felipe L. Goncalves)


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Da Agência Lusa  

Madri - Os Estados Unidos espionaram mais de 60 milhões de chamadas telefônicas na Espanha em apenas um mês, entre o fim do ano passado e o início de 2013, de acordo com documentos citados hoje (28) pelo jornal espanhol El Mundo.

O jornal explica que a confirmação da espionagem feita pela National Security Agency (NSA) está no documento Spain Last 30 Days (Espanha - Últimos 30 Dias), que detalha o fluxo de comunicações interceptadas entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013. Segundo o jornal, ficaram registrados os telefones conectados e a duração das chamadas, o que é um delito do Código Penal.

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Segundo o El Mundo, trata-se de documento obtido mediante acordo com o jornalista Glenn Greenwald, que tem divulgado o que identifica como “documentos Snowden”. Edward Snowden é um ex-analista da inteligência norte-americana que tornou públicos detalhes de vários programas confidenciais usados pelos Estados Unidos para a vigilância eletrônica de governos em todo o mundo. Entre os alvos da espionagem estão 35 líderes mundiais, incluindo a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande.

Na análise, o El Mundo informa que 11 de dezembro foi o dia em que mais chamadas foram interceptadas. Essa espionagem, explica o jornal, não registra o conteúdo das chamadas, mas sim o número de série dos aparelhos usados, o local onde ficou registrada a comunicação, o número de telefone e dos cartões SIM usados, assim como a duração das chamadas.

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As operações incluem invasões em informações de caráter pessoal por meio do navegador de internet, do correio eletrônico e das redes sociais, como o Facebook ou o Twittter.

A revelação do jornal ocorre no dia em que o embaixador dos Estados Unidos em Madri irá ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para dar explicações sobre a questão da espionagem. Segundo a imprensa, o embaixador James Custos prestará esclarecimentos ao secretário de Estado para a União Europeia, Iñigo Méndez de Vigo, dada a ausência do chefe da diplomacia, José Manuel García-Margallo. Fontes diplomáticas disseram ao jornal que a reunião será na sede do ministério, no Palácio de Santa Cruz, no centro de Madri.

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Seguindo instruções diretas do presidente do Governo, Mariano Rajoy, o Ministério de Assuntos Exteriores convocou sexta-feira (25) o embaixador, que se encontrava em Oviedo, na cerimônia de entrega do Prêmio Príncipe de Astúrias.

Hoje, porém, José Manuel García-Margallo está em viagem à Polônia, enquanto o secretário de Estado de Assuntos Exteriores, Gonzalo de Benito, também está fora da Espanha, em uma visita aos países do Golfo Pérsico.

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De Benito manteve, em julho, conversas em Washington com diversos responsáveis pela administração norte-americana, a quem pediu explicações sobre a denúncia de espionagem.

García Margallo disse, na sexta-feira passada, que, se for confirmada, uma espionagem massiva aos aliados dos Estados Unidos seria "inadmissível" porque a "proteção da privacidade" é uma "linha vermelha" que não se pode cruzar, pelo menos para a Espanha.

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