Papa responde aos críticos: "não sou marxista"

Em resposta às acusações, que iniciaram um debate na mídia e nos blogs mês passado, Francisco, membro da ordem dos jesuítas, associada a políticas sociais progressistas, disse que "a ideologia marxista é errada, mas, na minha vida, conheci muitos marxistas que são boas pessoas, então não me sinto ofendido"

Papa responde aos críticos: "não sou marxista"
Papa responde aos críticos: "não sou marxista" (Foto: Marcelo Camargo)


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Por Philip Pullella

VATICANO, 15 Dez (Reuters) - O papa Francisco, em resposta às críticas de conservadores de que suas ideias econômicas e sociais respingam no comunismo, disse para um jornal italiano neste domingo que não é marxista, mas mesmo marxistas podem ser boas pessoas.

Francisco também negou que pretende nomear uma cardeal feminina, disse que está fazendo um bom progresso para sanear as finanças do Vaticano e confirmou que vai visitar Israel e a Palestina no ano que vem, segundo o La Stampa.

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Mês passado, um programa de rádio ancorado por Rush Limbaugh, que tem muitos fãs nos Estados Unidos, criticou o papa por comentários sobre a economia mundial.

Limbaugh, que não é católico, disse que partes do documento eram "marxismo puro saindo da boca de um papa" e sugeriu que alguém escreveu o documento papal por ele. Também acusou o papa de passar dos limites do catolicismo e ser "puramente político".

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Em resposta às acusações, que iniciaram um debate na mídia e nos blogs mês passado, Francisco, membro da ordem dos jesuítas, associada a políticas sociais progressistas, disse que "a ideologia marxista é errada, mas, na minha vida, conheci muitos marxistas que são boas pessoas, então não me sinto ofendido".

Ele também foi criticado por outros conservadores.

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No documento do mês passado, considerado uma plataforma do seu papado, Francisco atacou o capitalismo como "uma nova tirania" e disse que "a economia de exclusão e desigualdade" matou pessoas ao redor do mundo.

Na sua resposta aos críticos, Francisco disse que não estava falando como um "técnico, mas de acordo com a doutrina social da Igreja Católica Romana, e isso não o transforma em um marxista". Ele disse que estava apenas tentando mostrar "um recorte do que estava acontecendo" no mundo.

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Em outro documento semana passada, Francisco disse que salários enormes e bônus eram sinstomas de uma economia baseada na ganância e pediu que as nações diminuíssem a desigualdade econômica.

PREOCUPAÇÕES CONSERVADORAS

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Conservadores estão preocupados e decepcionados com pronunciamentos do papa, como quando ele disse que não estava em posição de julgar homossexuais, que são pessoas de bem, sinceramente procurando Deus.

Sobre as especulações de que estaria pensando em nomear uma cardeal feminina ano que vem, disse: "Eu não sei da onde essa ideia saiu. As mulheres na Igreja deveriam ser valorizadas, mas não virarem clérigos".

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Ele disse que as reformas financeiras estão "no caminho certo", mas ainda não decidiu o que fazer com o Banco do Vaticano, envolto em escândalos nas últimas décadas. No passado, não descartou fechá-lo.

Francisco disse que está "ficando pronto" para visitar a Terra Sagrada ano que vem, no 50° aniversário de quando o papa Paulo VI se tornou o primeiro papa nos tempos modernos a visitar o local.

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Ele foi convidado por Israel e pela Autoridade Palestina para fazer uma visita, que deve ser realizada em maio ou junho.

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