Entenda por que a Crimeia quer e deve ser russa

Compreender o que se passa na Crimeia pela mídia brasileira, pautada por agências de notícias ocidentais, é praticamente impossível; nesta semana, por exemplo, enquanto Época fala do "risco Putin", Veja pergunta "até onde ele é capaz de ir"; no entanto, a realidade da região, onde 97% das pessoas falam russo e sondagens iniciais revelam que mais de 60% são favoráveis à anexação à Rússia, é bem diferente; além disso, região é autônoma e desejo da população deve prevalecer no plebiscito marcado para o próximo domingo; vídeo

Pro-Russian demonstrators march with a huge Russian flag during a protest in front of a local government building in Simferopol, Crimea, Ukraine, Thursday, Feb. 27, 2014. Ukraine's acting interior minister says Interior Ministry troops and police have bee
Pro-Russian demonstrators march with a huge Russian flag during a protest in front of a local government building in Simferopol, Crimea, Ukraine, Thursday, Feb. 27, 2014. Ukraine's acting interior minister says Interior Ministry troops and police have bee (Foto: Leonardo Attuch)


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247 - É possível compreender o que se passa na Crimeia, epicentro da nova "Guerra Fria" entre Estados Unidos e Rússia, lendo o noticiário da mídia brasileira? Definitivamente, a resposta é não.

Seja por alinhamento incondicional aos Estados Unidos ou por comprar o noticiário de agências ocidentais, como a Reuters, a imprensa brasileira abraça, sem viés crítico, os posicionamentos que atendem à visão norte-americana. Assim é, por exemplo, que enquanto Veja pergunta em sua edição deste fim de semana "Até onde Putin é capaz de ir", Época destaca em sua capa reportagem sobre o "risco Putin", acusando o premiê russo Vladimir Putin de tentar remontar o antigo império soviético.

A realidade da Crimeia, no entanto, é bem distinta. Além de ser uma província semi-autônoma da Ucrânia, ou seja, com maior independência do que um simples estado ou província, a Crimeia tem uma população que defende, majoritariamente, a anexação à Rússia. Lá, 97% das pessoas falam russo e mais de 60% se mostram favoráveis à anexação, que será definida num plebiscito no próximo domingo 16.

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Num vídeo esclarecedor, feito pelo canal Russian Times (assista aqui), moradores de cidades da Crimeia explicam por que querem fazer parte do estado russo. Em primeiro lugar, alegam que o novo regime da Ucrânia não tem legitimidade, pois é decorrente de um golpe e não de eleições diretas. Além disso, apontam a ascensão de grupos e extrema-direita – e de caráter fascista – na nova administração de Kiev. Em terceiro lugar, temem por suas raízes culturais. Sites do governo, que antes eram em russo e ucraniano, aboliram o idioma russo. Há o temor de que canais de televisão russos também sejam retirados do ar. Por último, há também a questão econômica. Na Crimeia, a grande maioria da população enxerga melhores perspectivas de salário e bem-estar material fazendo parte da Rússia – e não da Ucrânia.

No domingo, quando for realizado o plebiscito, essa realidade virá à tona. E se os Estados Unidos defendem tanto a legitimidade de manifestantes que foram às ruas em Kiev e derrubaram um governo democraticamente eleito, por que não deveriam também defender a soberania popular na Crimeia?

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