Estranho Ocidente: apoia golpe, rechaça democracia

Os números são incontestáveis: 95% da população da Crimeia decidiu que seu território deve ser anexado à Rússia; apesar disso, nem os Estados Unidos nem a União Europeia reconhecerão os resultados do referendo deste domingo – o que, diga-se de passagem, não fará a menor diferença; os mesmos líderes que se negam a apoiar a soberania da Crimeia, como Barack Obama, Angela Merkel e François Hollande, afiançaram seu apoio à chamada "revolução ucraniana", golpe que derrubou, à força, um governo democraticamente eleito; será que o Ocidente ainda tem autoridade moral para dar lições de democracia?

Os números são incontestáveis: 95% da população da Crimeia decidiu que seu território deve ser anexado à Rússia; apesar disso, nem os Estados Unidos nem a União Europeia reconhecerão os resultados do referendo deste domingo – o que, diga-se de passagem, não fará a menor diferença; os mesmos líderes que se negam a apoiar a soberania da Crimeia, como Barack Obama, Angela Merkel e François Hollande, afiançaram seu apoio à chamada "revolução ucraniana", golpe que derrubou, à força, um governo democraticamente eleito; será que o Ocidente ainda tem autoridade moral para dar lições de democracia?
Os números são incontestáveis: 95% da população da Crimeia decidiu que seu território deve ser anexado à Rússia; apesar disso, nem os Estados Unidos nem a União Europeia reconhecerão os resultados do referendo deste domingo – o que, diga-se de passagem, não fará a menor diferença; os mesmos líderes que se negam a apoiar a soberania da Crimeia, como Barack Obama, Angela Merkel e François Hollande, afiançaram seu apoio à chamada "revolução ucraniana", golpe que derrubou, à força, um governo democraticamente eleito; será que o Ocidente ainda tem autoridade moral para dar lições de democracia? (Foto: Leonardo Attuch)


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247 - O que aconteceu na chamada revolução ucraniana? Um governo democraticamente eleito, o de Victor Yanukovitch, foi derrubado depois de ter tomado a decisão de não assinar um acordo comercial com a União Europeia, agindo de acordo com a Constituição de seu país.

Essa recusa de uma aproximação maior com a União Europeia foi o pretexto para que jovens ocupassem a Praça Maidan, que deu nome ao movimento revolucionário. Com a queda de Yanukovitch, o novo regime foi rapidamente reconhecido por líderes europeus e também por Barack Obama – com direito até a recepção na Casa Branca.

Afinal, era uma maneira de enfraquecer a Rússia, que, desde a era Putin, emerge novamente como potência, após o colapso do modelo soviético.

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Quando o jogo parecia decidido, surgiu então a questão da Crimeia, onde uma população de maioria russa decidiu não se submeter ao novo regime de Kiev, que decidira não apenas abolir o idioma como cortar sinais de emissoras de televisão russas.

A convocação de um referendo, em que a população poderia se expressar democraticamente, foi duramente combatida por líderes da Europa e dos Estados Unidos.

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Com a abertura das urnas, veio então o resultado acachapante: 95% da população da Crimeia deseja pertencer à Rússia – e não à Ucrânia, onde boa parcela da população não está satisfeita com o regime golpista. Há quem diga até que a metade dos ucranianos, hoje, votaria pela volta ao regime anterior.

Nesta segunda, no entanto, líderes europeus e americanos estarão discutindo a imposição de sanções econômicas à Rússia. Uma atitude estranha para um Ocidente que sempre pretendeu ter superioridade moral em relação a seus adversários, justamente por defender valores democráticos.

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Na questão ucraniana, a verdade pura e simples é: o Ocidente apoia um golpe de Estado e rechaça a soberania popular.

Abaixo, reportagem da Reuters sobre os resultados na Crimeia:

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Resultados parciais mostram que 95% apoiam adesão da Crimeia à Rússia

MOSCOU, 16 Mar (Reuters) - Mais de 95 por cento dos votantes na região da Crimeia, na Ucrânia, apoiam a união com a Rússia, em um referendo neste domingo, de acordo com resultados parciais divulgados pela agência de notícias russa RIA.

A agência disse que os números foram fornecidos por Mikhail Malyshev, chefe da comissão do referendo, depois que mais da metade dos votos foram contabilizados na península do Mar Negro, onde forças russas tomaram controle.

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(Por Lidia Kelly)

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