Cubanos se irritam com novas restrições à importação de bens

O governo de Cuba aumentou as taxas e restringiu as importações de bens de consumo levados ao país por avião ou correio; medidas têm em mira o mercado negro de produtos difíceis de encontrar nas prateleiras ou que são vendidos com altos impostos

O governo de Cuba aumentou as taxas e restringiu as importações de bens de consumo levados ao país por avião ou correio; medidas têm em mira o mercado negro de produtos difíceis de encontrar nas prateleiras ou que são vendidos com altos impostos
O governo de Cuba aumentou as taxas e restringiu as importações de bens de consumo levados ao país por avião ou correio; medidas têm em mira o mercado negro de produtos difíceis de encontrar nas prateleiras ou que são vendidos com altos impostos (Foto: Gisele Federicce)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Daniel Trotta

HAVANA (Reuters) - O governo de Cuba aumentou as taxas e restringiu as importações de bens de consumo levados ao país por avião ou correio, sobrecarregando o incipiente setor privado e revoltando as pessoas que buscam alternativas à escassez crônica.

As novas restrições, que entraram em vigor nesta segunda-feira, têm em mira o mercado negro de produtos difíceis de encontrar nas prateleiras ou que são vendidos com altos impostos, e ao mesmo tempo almejam proteger o monopólio estatal sobre a venda de bens importados.

continua após o anúncio

As medidas também oneram os cubanos proprietários de pequenos negócios, como restaurantes e salões de beleza, que dependem de viajantes que chegam ao país repletos de produtos.

"Ninguém gosta disso, as pessoas estão revoltadas", disse Silvio Madero, cubano-norte-americano de Homestead, no estado da Flórida, nos Estados Unidos, que visitou sua família cubana seis vezes nos últimos quatro anos levando produtos em todas as ocasiões.

continua após o anúncio

"Este país precisa de dinheiro entrando, e com estas regras isso não vai acontecer. Eles deveriam deixar os bens de consumo entrarem para podermos ajudar nossos familiares e amigos". No Aeroporto Internacional de Miami, é comum ver cubanos e cubano-norte-americanos pegando voos fretados com grandes televisores, pneus de bicicleta e uma infinidade de itens escassos na ilha comunista.

A medida do governo para desacelerar o comércio aumenta as tarifas sobre o preço das embalagens enviadas pelo correio e de produtor populares como TVs, cuja maioria agora custa cem dólares adicionais. A tarifa é de 250 dólares para uma TV de 32 polegadas agora, 400 para aquelas entre 32 e 42 polegadas e 500 dólares para modelos maiores.

continua após o anúncio

Alguns cubanos e cubano-norte-americanos ganham a vida como 'mulas', transportando bens em viagens de avião, e outros concordam em levar bagagem adicional em troca da passagem. Estes caixeiros viajantes agora serão alvo da alfândega e seus bens serão confiscados.

Depois das reformas econômicas introduzidas pelo presidente, Raúl Castro, os cubanos podem administrar pequenos restaurantes, salões de beleza, hospedarias, serviços de transporte e vários outros negócios, mas não há um mercado atacadista, o que obriga os empreendedores a importar através de viajantes de avião ou lojas varejistas do governo, onde pagam um mínimo de 240 por cento de impostos.

continua após o anúncio

As novas regras também são mais uma tentativa de suprimir o mercado privado de roupas. Antes, as pessoas podiam levar 40 pares de calças para a ilha, mas o novo limite é de vinte. Restrições semelhantes foram impostas sobre meias-calça, meias soquete, blusas, sapatos e outros itens.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247