Porto de Mariel foi maior tiro no pé da oposição

"Se o governo federal fosse tucano, a esta hora o Brasil estaria 'a ver navios' com a reaproximação com Cuba", diz o jornalista Helder Lima, em artigo publicado na Rede Brasil Atual; "O ano passou e os tucanos, contudo, não foram capazes de rever sua posição em relação à importância estratégica de Mariel"

"Se o governo federal fosse tucano, a esta hora o Brasil estaria 'a ver navios' com a reaproximação com Cuba", diz o jornalista Helder Lima, em artigo publicado na Rede Brasil Atual; "O ano passou e os tucanos, contudo, não foram capazes de rever sua posição em relação à importância estratégica de Mariel"
"Se o governo federal fosse tucano, a esta hora o Brasil estaria 'a ver navios' com a reaproximação com Cuba", diz o jornalista Helder Lima, em artigo publicado na Rede Brasil Atual; "O ano passou e os tucanos, contudo, não foram capazes de rever sua posição em relação à importância estratégica de Mariel" (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Helder Lima, da Rede Brasil Atual

O reatamento de relações diplomáticas entre Cuba e Estados Unidos, anunciado no último dia 17, colocou em evidência, no Brasil, o acerto da política do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que financiou bens e serviços de empresas brasileiras para a construção de parte do porto de Mariel, em Cuba.

“De tentativa de romper o bloqueio, Mariel se tornará beneficiária das novas ondas de comércio no mundo, que incluem a China e o Brasil como seus agentes mais importantes”, afirmou o sociólogo Emir Sader em artigo publicado na RBA no domingo (28), analisando o novo panorama geopolítico na América Latina a partir da retomada de relações entre os dois países.

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Um olhar sobre as discussões que ocorreram ao longo de 2014 sobre a participação do Brasil no projeto, no entanto, mostra que se o governo federal fosse tucano, a esta hora o Brasil estaria “a ver navios” com a reaproximação entre os dois países.

Em janeiro de 2014, o PSDB emitiu uma nota condenando o financiamento do BNDES. “Fosse o Brasil um país que esbanjasse dinheiro e com questões de infraestrutura e logística resolvidas, poderia até ser compreensível. Mas os recursos que vão para a ilha da ditadura castrista – e também para a Venezuela chavista e para outros países, notadamente os ideologicamente alinhados – são os mesmos que faltam para obras estruturantes no Brasil, em especial as de mobilidade urbana nas nossas metrópoles”, dizia a nota.

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Como a realidade agora mostra, e já alertava à época a blogueira Helena Sthephanowitz, em artigo publicado pela RBA, a postura do PSDB em relação ao tema mostrou-se verdadeiro “tiro no pé”, uma criação do senso comum que ecoa a indignação de uma oposição que não tem estofo intelectual para encarar questões sem a contaminação ideológica que marcou o jogo político ao longo do ano.

“O BNDES é um banco. O fato de ele financiar uma empresa exportadora brasileira não significa que tal financiamento faça falta a outro empreendimento em território nacional. Obras, no Brasil e em qualquer lugar do mundo, muitas vezes não saem do papel por vários motivos – por haver verba mas faltar projetos, por ausência de garantias ou contrapartidas para o empréstimo, ou porque o limite de endividamento de um estado, município ou empresa está estourado. Nunca por falta de linha de crédito disponível no BNDES”, escreveu em janeiro deste ano Helena em seu blog.

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O ano passou e os tucanos, contudo, não foram capazes de rever sua posição em relação à importância estratégica de Mariel. No debate na Rede Globo que encerrou o segundo turno da campanha presidencial, o tema voltou à baila. O candidato Aécio Neves disse ter dados, guardados sob sigilo, que revelavam que o empréstimo será pago excepcionalmente em 25 anos, contra um prazo de 12 usado corriqueiramente. Dilma reiterou o que havia dito em outras ocasiões: o empréstimo é para uma empresa brasileira, a Odebrecht, e não para Cuba, e garante a criação de empregos para brasileiros.

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