Tsipras pode ser derrotado em referendo grego sobre resgate

Os defensores dos termos do resgate da Grécia assumiram uma pequena liderança sobre o "Não" defendido pelo governo, 48 horas antes do referendo que pode determinar o futuro do país na zona do euro, de acordo com uma pesquisa

Premiê grego Tsipras faz discurso no Parlamento em Atenas. 28/6/2015. REUTERS/Alkis Konstantinidis
Premiê grego Tsipras faz discurso no Parlamento em Atenas. 28/6/2015. REUTERS/Alkis Konstantinidis (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Lefteris Karagiannopoulos e George Georgiopoulos

ATENAS (Reuters) - Os defensores dos termos do resgate da Grécia assumiram uma pequena liderança sobre o "Não" defendido pelo governo, 48 horas antes do referendo que pode determinar o futuro do país na zona do euro, de acordo com uma pesquisa.

A sondagem do respeitado instituto Alco para o jornal Ethnos coloca o "Sim" com 44,8 por cento contra 43,4 por cento para o "Não". Mas a vantagem fica dentro da margem de erro de 3,1 pontos percentuais, e 11,8 por cento dos entrevistados disseram que ainda estão indecisos.

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Com os bancos fechados durante toda a semana, os saques em caixas automáticos racionados e o comércio travado, a votação pode decidir se a Grécia receberá outro resgate financeiro em troca de mais medidas duras de austeridade ou se mergulha ainda mais fundo em uma crise econômica.

Também pode determinar se a Grécia se torna o primeiro país a deixar o bloco europeu de moeda única formado por 19 nações, cuja adesão deveria ser irrevogável.

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A pesquisa mostrou que 74 por cento dos gregos querem permanecer na zona do euro, enquanto apenas 15 por cento querem retornar a uma moeda nacional, com 11 por cento indecisos.

O primeiro-ministro, Alexis Tsipras, tem pedido aos gregos que rejeitem os termos "humilhantes" oferecidos na semana passada por credores internacionais em um acordo que não está mais sobre a mesa, e acusou credores de "chantagem" ao segurarem o crédito.

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Conforme o descontentamento aumentava em longas filas para aposentadorias e em caixas automáticos, Tsipras prometeu que os bancos vão reabrir assim que o governo conseguir um novo empréstimo com seus parceiros da zona do euro.

A agência de rating de crédito Fitch disse que os bancos já estão efetivamente quebrados e irão à falência em dias a menos que o Banco Central Europeu (BCE) eleve a assistência de liquidez emergencial para ajudá-los a lidar com a onda de saques.

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Embora tenha havido pouco tempo para campanhas, os defensores do "Não" têm direcionado a maior parte de seu veneno para a Alemanha, maior potência da zona do euro e maior credor da Grécia.

Um pôster no centro da Grécia mostra uma imagem do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, com o slogan: "Há cinco anos ele vem sugando seu sangue. Diga agora a ele NÃO."

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O Conselho de Estado, mais alta corte administrativa da Grécia, vai decidir sobre a constitucionalidade do referendo em uma audiência nesta sexta-feira. O Conselho da Europa, uma entidade de direitos humanos e democracia pan-europeia, tem dito que a votação não atende aos padrões mínimos.

Dois cidadãos gregos entraram com pedido de suspensão da votação alegando ser inconstitucional e ilegal, argumentando que ela foi convocada às pressas, que a Constituição impede perguntas relacionadas à política fiscal e que a questão não é clara e complexa demais.

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Muitos gregos podem não conseguir dar seu voto, ou porque estão no exterior e têm que voltar ao país para votar, ou porque não têm dinheiro para retornar a seus domicílios eleitorais devido às restrições monetárias.

(Reportagem adicional de James Mackenzie em Atenas, Julien Ponthus e Ingrid Melander em Paris e David Chance em Washington)

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