Trump na França: os aliados cada vez mais longe dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou durante sua visita à França, no último fim de semana, o que várias fontes consideram como um isolamento cada vez maior, e voltou a colocar-se no centro de controvérsias; ficaram evidentes as contradições entre o império estadunidense e seus tradicionais aliados canadense e europeus

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247, com Prensa Latina, por Martha Andrés Román - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou durante sua visita à França, no último fim de semana, o que várias fontes consideram como um isolamento cada vez maior, e voltou a colocar-se no centro de controvérsias.

Embora não tivesse um papel protagonista no ato realizado em Paris no domingo (11) na comemoração do centenário do armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Trump foi alvo de críticas de líderes europeus e condenado por comentários que fez no Twitter e seu comportamento em território francês.

Em seu discurso no evento, o presidente francês, Emmanuel Macron, atacou o nacionalismo, a doutrina defendida por Trump com sua política de "primeiro os Estados Unidos".

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O nacionalismo é uma traição ao patriotismo. Ao dizer "nossos interesses primeiro, não importam os demais", apagamos o que uma nação mais aprecia, o que a vida lhe dá, o que a torna grande, o que é essencial: seus valores morais, disse o mandatário francês durante a cerimônia realizada no Arco do Triunfo.

Precisamente Trump, a quem parecia que as palavras eram dirigidas, foi a nota dissonante do ato ao chegar atrasado, quando as dezenas de dirigentes internacionais convidados já se encontravam em seus lugares.

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De fato, o presidente estadunidense entrou separado dos demais líderes estrangeiros, entre eles Macron, a chaneler federal alemã, Angela Merkel, e o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, que se reuniram antes no Palácio do Eliseu para irem juntos ao Arco de Triunfo.

O chefe da Casa Branca esteve presente no almoço oferecido em seguida pelo anfitrião em honra às delegações presentes, embora também tenha chegado com meia hora de atraso.

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Depois disso, não participou do Foro pela Paz organizado pelo governo francês, um encontro voltado para promover o multilateralismo e no qual tomaram parte mais de 70 chefes de Estado e governo.

O gesto do presidente estadunidense foi visto por alguns meios de comunicação e analistas como um boicote à comemoração internacional pelo fim do conflito bélico, assim como uma atitude de desprezo para com uma reunião em que foram debatidos temas de interesse global.

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A chanceler federal alemã, convidada por Macron a pronunciar o discurso de abertura do evento, advertiu também sobre o perigo de um "nacionalismo míope".

Exatamente no momento do início do Foro, Trump chegou ao cemitério estadunidense de Suresnes, situado no oeste de Paris, e ali pronunciou um discurso durante cerca de 10 minutos, no qual enalteceu o desempenho dos estadunidenses na Primeira Guerra Mundial.

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Este ato se produziu um dia depois que recebeu fortes críticas por cancelar uma visita ao cemitério de Bois Belleau, no norte da França, onde descansam os restos mostais de estadunidenses, alegando "dificuldades logísticas e de programação causadas pelo clima".

Milhões de pessoas morreram para proteger o mundo livre durante a Primeira Guerra Mundial, e Trump não se incomodou para honrar suas memórias. Preferiu, em vez disso, sentar-se em um hotel e tuitar ao vivo sobre a Fox News, disse o congressista democrata Don Beyer.

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A essas polêmicas se uniram as geradas pelo presidente estadunidense no Twitter tanto sobre questões internacionais como domésticas.

Na sexta-feira passada, poucos minutos depois de chegar a Paris, publicou um tuíte em que qualificou de muito insultantes as considerações de Macron sobre criar um exército europeu que garanta maior soberania à região.

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Ainda no solo europeu, provocou a ira de vários setores norte-americanos ao dizer que os incêndios devastadores na Califórnia são causados por um mal manejo forestal nesse estado; e avivou as tensões eleitorais ao acusar os democratas de tentar cometer fraude na Flórida.

Por outro lado, 1.500 franceses se reuniram na Praça da República, em Paris, para protestar contra sua presença na capital francesa.

Os líderes mundiais desprezam Trump e sua visão nacionalista, Trump recebe fria acolhida dos moradores de Paris, Trump, o 'nacionalista', se isolou dos demais - foram algumas das manchetes dos próprios jornais estadunidenses ao comentar a visita.

Segundo um artigo de opinião do Washington Post, a conclusão geral que muitas pessoas tiraram sobre a viagem foi que se viu um presidente isolado do mundo, que apareceu "afastado e sem entusiasmo no cenário global".

De Macron até a chanceler Merkel e o primeiro- ministro Trudeau, a mensagem parecia clara: Trump está levando os Estados Unidos para um rumo mais isolado, enquanto os aliados se unem para rechaçá-lo.

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