EUA declaram guerra a seu maior ícone: a Coca-Cola

Contra a crescente obesidade da população, autoridades americanas deflagram ataque a refrigerantes açucarados – e a coca-cola em especial; impostos aumentam em 33 Estados; depois do tabaco, bebidas adocicadas estão no alvo de gente como o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e podem ficar menores

EUA declaram guerra a seu maior ícone: a Coca-Cola
EUA declaram guerra a seu maior ícone: a Coca-Cola (Foto: Edição/247)


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247 – Os Estados Unidos começaram uma nova guerra. Desta vez, não em terras distantes e contra inimigos humanos, mas em seu próprio território e contra seu maior ícone de consumo e seguidores: a Coca-Cola e todos os refrigerantes gaseificados e açucarados.

Autoridades públicas, pesquisadores e cientistas americanos se reuniram na quinta-feira 7 em Washington, a capital do país, para expor projeções que comparam as bebidas 'cola' ao tabaco e seus males para saúde. Assim como o cigarro passou a ser associado ao câncer, com todas as decorrências de processos milionários contra a indústria, movidos pelos consumidores, acredita-se agora que dentro de dez anos as fábricas de refrigerantes irão ocupar esse papel.

"O que acontece em relação à indústria do tabaco hoje, se verá ocorrer em relação à indústria de bebidas açucaradas em dez anos", vaticinou Kelly Brownell, diretor do Centro Rudd de Política Alimentar e Obesidade da Universidade Yale. "E o mesmo sucesso que os advogados estão conseguindo agora frente a indústria do fumo poderá se repetir no setor de refrigerantes".

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Ninguém menos que o prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, tomou a frente desta nova guerra. Ele tem sido visto na televisão defendendo a redução em 16 onças da quantidade de açúcar utilizada nos refrigerantes. Apoiado em pareceres de especialistas, Bloomberg mostra os torrões de açucar contidos em cada embalagem de refrigerante, posicionando-se pelo corte drástico. "A redução no tamanho tem o sentido de levar a população a pensar no assunto", justificou o prefeito. "Quem quiser mais, pode comprar mais". As primeiras pesquisas de opinião mostram que a população, em maioria, é contra a redução, mas entidades médicas gostaram da proposta.
O prefeito da Philladelphia, capital e maior cidade do Estado americano do mesmo nome, Michael Nutter, é uma das autoridades que vai olhando com atenção a campanha de Bloomberg. "É, sem dúvida, uma estratégia muito ousada", reconheceu, fazendo um declaração de apoio crítico à iniciativa de reduzir os tamanhos dos copos oferecidos ao público, para que ofereçam menos açúcar. "Faço um apelo às autoridades da área de saúde para que investiguem a fundo a relação entre bebidas açucaradas e obesidade, em moldes semelhantes ao relatório 'Fumo e Saúde', de 1964, feito pelo Cirurgião Geral", solicitou. "Chegou a hora para um estudo abrangente sobre o efeito do açúcar sobre nossos corpos".

O governador do Colorado, John Hickenlooper, igualmente não embarca totalmente na campanha de Bloomberg, mas reconhece que algo deve ser feito pelas autoridades frente à indústria de refrigerantes. "Os custos da saúde pública com a obesidade estão altos demais para ignorarmos uma possível relação entre os super-refrigerantes e a gordura da população". Pelo menos 33 Estados americanos já aumentaram os impostos dos refrigerantes, como forma de inibir o consumo. As alíquotas variam de 1,5% a 7%. A guerra está em campo.

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