Antes da OEA, União Europeia retalia Paraguai

Impeachment contra Fernando Lugo leva bloco a suspender negociações com o país e com o Mercosul; deputado espanhol Luis Yáñez-Barnuevo (esq.) diz que acordos serão retomados após as eleições presidenciais do país, em abril de 2013; enquanto isso, OEA não dá conclusão sobre o caso

Antes da OEA, União Europeia retalia Paraguai
Antes da OEA, União Europeia retalia Paraguai (Foto: Edição/247)


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247, com Agência Brasil - A destituição do então presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em junho, levou a União Europeia a interromper as negociações em curso não só com os paraguaios, como também com os demais países do Mercosul. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira 18 pela missão de deputados do Parlamento Europeu, que visitou nos últimos dias Assunção, a capital paraguaia. Porém, serão mantidos os programas de apoio e cooperação já existentes com o país.

A retaliação do bloco europeu veio antes da decisão a ser tomada pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que se reuniu para definir o que fazer em relação ao Paraguai, mas ainda não chegou a uma conclusão. No encontro, ocorrido no último dia 10, em Washington, o secretário-geral da entidade, José Miguel Insulza, pediu para que a organização não aplicasse retaliações ao país por conta do impeachment. Insulza afirmou na ocasião que o atual governo, de Federico Franco, transcorria na mais perfeita normalidade.

O líder da missão, o deputado espanhol Luis Yáñez-Barnuevo, disse que as negociações serão retomadas após as eleições presidenciais do Paraguai, em 21 de abril de 2013. Segundo ele, a decisão foi tomada depois de conversas com vários setores da sociedade paraguaia e também análises de relatórios referentes ao impeachment de Lugo, em 22 de junho.

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"As próximas eleições serão realizadas no âmbito de uma paz social com respeito aos direitos humanos e  transparência no Paraguai", ressaltou o parlamentar europeu. "[É necessário]  incentivar o diálogo e manter a paz social até as eleições gerais."

Lugo foi destituído do poder após a conclusão de um processo de impeachment, que levou menos de 24 horas, aprovado pela Câmara e pelo Senado. Ele foi substituído pelo vice-presidente da República, Federico Franco, no entanto, diz que foi vítima de um golpe de Estado. Lugo anunciou que será candidato ao Senado – que dispõe de 45 vagas.

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A destituição de Lugo levou o Mercosul e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) a suspender o Paraguai de reuniões e debates até as eleições de 2013. Para os líderes internacionais, houve uma ruptura democrática no país.

Em entrevistas coletivas concedidas durante a visita a Assunção, os parlamentares europeus se disseram preocupados com os danos à imagem internacional do Paraguai pela suspeita de ruptura da ordem institucional e social.

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Relações entre Brasil e UE estão preservadas

A decisão da União Europeia não afeta o Brasil, de acordo com diplomatas que acompanham o assunto. A preservação das relações é garantida porque há uma parceria estratégica entre o Brasil e o bloco. Porém, a decisão dos europeus deverá ser analisada de forma conjunta pelos integrantes do Mercosul – Brasil, Uruguai, Argentina e Venezuela – no final do mês.

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