O que fez Obama mudar tanto em um ano?

Em 2011, ele defendia um Estado Palestino seguindo as fronteiras de 1967, o que daria ao povo mais oprimido da face da Terra o direito a um Estado, tendo Jerusalém como capital. Hoje, ele se cala diante de mais um massacre, que já matou 61 pessoas do lado palestino

O que fez Obama mudar tanto em um ano?
O que fez Obama mudar tanto em um ano? (Foto: Edição 247/Reuters)


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247 - No dia 19 maio de 2011, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse apoiar a criação de um Estado palestino com base nas fronteiras de 1967 e desmilitarizado. Naquela época, o presidente americano pediu que os palestinos reconhecessem o Estado de Israel, mas criticou a política israelense de seguir com a construção de assentamentos. "O sonho de um Estado judaico democrático não poderá ser alcançado com uma ocupação permanente", disse.

As declarações de Obama neste fim de semana, contudo, mostram que sua posição sobre o assunto sofreu uma sutil alteração. Hoje, por mais que ele ainda defenda o direito dos palestinos a um Estado, não devemos ouvir reprimendas a Israel do presidente americano que, há alguns meses, parecia disposto a conter o belicismo dos israelenses.

Obama declarou neste domingo que Israel tem o direito de se defender dos ataques do Hamas. Desde o início da onda de bombardeios israelenses, que se intensificou na semana passada, depois do assassinato do chefe do braço armado do Hamas, Ahmed Yabari, foram mortos 61 palestinos na região.

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"Não há nenhum país no mundo que toleraria mísseis jogados contra seus cidadãos do lado de fora de suas fronteiras", disse o presidente americano neste fim de semana. "Apoiamos totalmente o direito de Israel de se defender", acrescentou o presidente americano, ponderando apenas que seria "preferível" evitar uma ofensiva terrestre israelense na Faixa de Gaza.

A alteração no discurso de Obama pode ser sequela da recente disputa eleitoral nos Estados Unidos, em que o democrata conseguiu a reeleição. O opositor Mitt Romney concorreu à Casa Branca com um discurso muito forte de apoio a Israe, o que acabou obrigando o presidente a adequar seu discurso, sob o risco de perder votos que, na apertada corrida eleitoral, poderiam ter lhe valido a reeleição.

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Essa mudança por questões internas tem, contudo, uma consequência prática global: pouco mais de um ano atrás, o Nobel da Paz Barack Obama era uma esperança de paz no Oriente Médio. Hoje, é apenas mais um presidente americano, como outro qualquer.

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