Para Carta Capital, Richa administra a própria ruína
"O melhor está por vir. Agora as finanças estão em dia"; essa foi a declaração do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), após ser reeleito; mas o tucano conduziu o estado a uma ruína produzida por ele mesmo, conforme reportagem da Carta Capital; PMs obrigados a empurrar viaturas sem combustível, ração dos cães da corporação reduzida, falta de pagamento para manutenção de viaturas, atrasos salariais de categorias como professores, bombeiros e militares são alguns reflexos da atual gestão; em quatro anos, as receitas correntes do governo subiram quase 60%, mas Richa encerrou o ano passado com um déficit de R$ 4,6 bilhões
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
Paraná 247 - "O melhor está por vir. Agora as finanças estão em dia e a máquina azeitada". Esta foi a declaração do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), após ser reeleito em 2014 no primeiro turno, com 55% dos votos válidos. Apenas dois meses após a sua promessa, Richa conduziu o estado a uma ruína produzida pelo próprio tucano, conforme reportagem da Carta Capital. A falta dinheiro para pagar os servidores e consertar as viaturas policiais são alguns reflexos das dificuldades financeiras do estado.
Os principais sinais crise avassaladora pela qual passa o estado surgiram ainda no ano passado, quando policiais militares foram vistos nas ruas de Curitiba a empurrar viaturas sem combustível. Oficiais formados pela Academia da PM do Guatupê não receberam os soldos compatíveis à função e até a ração dos cães da corporação foi reduzida. Em março do mesmo ano, a então secretária da Fazenda, Jozélia Nogueira, deixou o cargo após revelar uma dívida de R$ 1,1 bilhão com fornecedores.
Durante os quatro anos de seu primeiro mandato, as receitas correntes do governo Beto Richa aumentaram quase 60%, de 24,2 bilhões para 38,6 bilhões de reais. Mesmo após o aumento da arrecadação, o estado passou longe de equilibrar as contas e encerrou o ano passado com um déficit de R$ 4,6 bilhões.
Contrariando as promessas de campanha, Richa encaminhou à Assembleia Legislativa, no ano passado, um projeto de aumento de impostos. O ICMS, cobrado do comércio e serviços, passaria de 12% para 18%. O IPVA, sobre veículos, teria um reajuste de 40%. Em sua primeira entrevista, o novo secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, derrubou o "marketing" da gestão tucana: "O governo gastou mais do que devia".
Crise na Segurança e na Educação
Em fevereiro deste ano, Richa enviou à Assembleia, onde controla uma folgada maioria de 37 dos 54 deputados, um novo pacote de ajustes, que inclui o corte de benefícios dos servidores públicos e uma redução de 2,5 mil turmas de ofertas de vagas no ensino, com o fechamento de cursos noturnos voltados para comunidades carentes.
Mas a situação financeira é caótica e atinge outras categorias. Ainda conforme a Carta Capital, policiais civis e militares, bombeiros, entre eles, que trabalham na Operação Verão no litoral paranaense estão sem receber as diárias e ameaçados de despejo. A manutenção de dezenas de viaturas da PM foi transferida a oficinas mecânicas no interior, uma vez que o serviço em Curitiba foi interrompido por falta de pagamento.
Em novembro do ano passado, o governo tucano já havia informado os funcionários públicos que a bonificação de férias seria paga em três parcelas. Mas não foi o que aconteceu em janeiro deste ano. Por falta de dinheiro, as parcelas não seriam pagas. Há riscos de atraso nos salários de fevereiro. "Nada está garantido. Estamos juntando dinheiro para poder pagar", disse Costa.
Os últimos dias não têm sido fáceis para Richa. Os professores comandam uma mobilização contra o "pacotaço" do governo, projeto que prevê uma série de ajustes financeiros. "O Richa mentiu para o povo", afirma a servidora aposentada Maria do Rosário.
Uma das medidas prevê a retirada de R$ 8 bilhões do fundo previdenciário destinado ao pagamento dos aposentados e pensionistas e que passaria ao caixa único do governo. Richa nega (leia aqui).
De acordo com Renato Follador, ex-secretário de Previdência e idealizador do fundo, o projeto de Richa equívoco que poderá comprometer o futuro do Paraná. "Tenho pena do próximo governador, pois essa medida vai desestabilizar totalmente as finanças", disse. "Se hoje não há recursos para pagar a folha, imagine daqui a três anos, quando houver mais 20 mil beneficiários?", questiona.
A Assembleia já havia sido invadida antes do Carnaval por diversas categorias, especialmente pelos professores. Parlamentares chegaram ao Legislativo no último dia 12 dentro de uma carro da Polícia Militar, mas ficaram impedidos de sair da Casa. A PM usou bombas de efeito moral e balas de borracha para dispersar os manifestantes.
Richa critica governo federal
A assessoria de imprensa do governador Beto Richa atribui as dificuldades financeiras à falta de colaboração do governo federal, que teria "perseguido o estado nos últimos quatros anos".
A mensagem diz que as medidas fiscais são "responsáveis" e têm como objetivo "enfrentar uma situação que não foi criada pela administração paranaense". No mesmo texto, novas promessas são feitas: "Vamos iniciar o segundo semestre em um novo patamar para fazer uma gestão que irá orgulhar os paranaenses".
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247