Haddad tentará ofensiva final no Nordeste

A volta ao Nordeste, onde Haddad teve quase todas suas vitórias no primeiro turno, atende a um pedido dos governadores e senadores eleitos na região. No sábado e domingo, Haddad deve ir a Juazeiro do Norte (CE), São Luiz, Teresina, Natal e Recife. Na sexta, irá ao Rio de Janeiro

Haddad tentará ofensiva final no Nordeste
Haddad tentará ofensiva final no Nordeste (Foto: Ricardo Stuckert)


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BRASÍLIA (Reuters) - Depois de duas semanas concentrado em São Paulo, em entrevistas e atos fechados, o candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad, vai voltar às ruas este final de semana, em uma viagem ao Nordeste, para tentar recuperar o otimismo que desapareceu da campanha nos últimos dias e dar um rumo à campanha, que passa por uma crise de identidade.

Fontes ouvidas pela Reuters admitem que, depois do fracasso da criação de uma frente democrática em torno de Haddad, o comando da campanha ainda tenta encontrar um rumo para reverter a enorme distância entre Haddad e seu adversário no segundo turno, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro.

Pesquisa Ibope divulgada na segunda-feira mostrou o presidenciável do PSL com 59 por cento dos votos válidos, contra 41 por cento do petista.

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A volta ao Nordeste, onde Haddad teve quase todas suas vitórias no primeiro turno, atende a um pedido dos governadores e senadores eleitos na região. No sábado e domingo, Haddad deve ir a Juazeiro do Norte (CE), São Luiz, Teresina, Natal e Recife. Na sexta, irá ao Rio de Janeiro.

A ideia é trazer de volta o tom das ruas à campanha, e o otimismo de reunir centenas ou milhares de apoiadores em eventos, o que o PT não tem mais feito. De acordo com o senador Humberto Costa, ainda há votos a serem recuperados na região, de pessoas que se abstiveram, de candidatos que não estão mais concorrendo, e até de eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podem não ter identificado Haddad como seu candidato no primeiro turno.

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"Tem que voltar ao Nordeste, até como defensiva. Temos que reagir e a reação se faz primeiro com os teus, com o núcleo duro da militância para dar moral à tropa. Não vai se fazer isso só pela TV", disse à Reuters uma fonte que acompanha as conversas internas a campanha. "Em parte tem que fazer o que fez ontem, com a Frente Brasil Popular, e com o Nordeste, onde tem a força. Tem que partir de onde tem esse núcleo duro de apoio."

A ideia de que Haddad deveria viajar menos nesse segundo turno foi dada pelo senador eleito Jaques Wagner, que se associou ao comando da campanha depois do primeiro turno.

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Wagner avaliava que Haddad deveria se concentrar em gravar programas, dar entrevistas e fazer conversas políticas para a formação de uma frente democrática, já que o segundo turno é curto —menos de três semanas— e viagens tomam tempo. A estratégia, no entanto, não deu certo.

DIVISÕES
Fontes ouvidas pela Reuters admitem que o clima interno na campanha não é bom e não há um rumo claro do que deve ser feito. Troca de acusações sobre o fracasso dos números, que mantém Haddad muito atrás de Bolsonaro, já começaram.

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"A verdade é que hoje não se sabe o que fazer. Precisaria de um fato extraordinário, mas não se sabe de onde viria isso", disse uma das fontes.

Outra fonte avalia que o partido errou ao tentar compor uma frente democrática contra Bolsonaro impondo um clima de obrigação de apoio a Haddad.

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"A ideia de uma frente democrática ficou desgastada e foi incorretamente conduzida. Não podemos assediar moralmente ninguém para ter que provar que é democrata", disse a fonte. "Acabaram transformando a pauta democrática em uma pauta negativa para nós, uma coisa um pouco prepotente."

Fontes lembram as declarações da presidente do partido, Gleisi Hoffmann, afirmando que quem fosse democrata tinha a obrigação de apoiar Haddad. A fala foi vista como míope por aliados, afirmações que não consideravam a resistência ao PT que existe na sociedade.

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"A verdade é que se fecharam em copas, um pequeno grupo excluindo todos os outros, e isso dificulta qualquer colaboração", disse uma das fontes.

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