Guerra PT-PMDB pode abrir crise política até 2014

Embora os dois maiores partidos da base aliada já tenham feito juras de amor eternas, o que se viu ontem, na sessão da Câmara que votou a medida provisória do setor portuário, foi uma tentativa do governo de derrotar seu maior aliado, que, no plenário, era liderado pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ); embate inédito e explícito pode gerar sequelas para 2014, abrindo tensões na aliança entre a presidente Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer; bancado na liderança pelo governador Sergio Cabral, Cunha pode ser também o estopim de uma crise no Rio de Janeiro entre os dois partidos

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247 - "O que eu estou vendo aqui é inédito em toda a minha vida parlamentar. Líderes do PT estão pedindo apoio aos partidos da oposição, e não base aliada, para derrotar seu maior aliado, que é o PMDB", resumiu o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), no fim da sessão de ontem, na Câmara dos Deputados, que apreciou a medida provisória 595, que trata do setor portuário.

Sampaio fez seu desabafo logo depois que o Partido dos Trabalhadores conseguiu sua maior vitória na noite de ontem: a derrubada da emenda aglutinativa, apresentada pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que foi o pomo de toda a discórdia. Ao garantir a renovação das concessões atuais, essa emenda foi chamada na semana passada por "emenda Tio Patinhas", pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), impedindo a votação naquela sessão.

Depois de ser derrotado, Cunha colocou em marcha uma manobra para ganhar tempo. Exigiu que todas as votações, assim como de sua emenda derrotada em plenário, fossem feitas nominalmente – o que impediu o término da sessão na noite de ontem. Com isso, ainda falta apreciar 14 destaques e talvez não se consiga promulgar a MP na Câmara e no Senado até quinta-feira, prazo final.

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Com essa guerra explícita entre PT e PMDB dentro do plenário, a grande dúvida que paira no ar é sobre o impacto que isso poderá ter na relação entre a presidente Dilma Rousseff e seu vice Michel Temer. Em tese, uma coalizão liderada por dois partidos tão grandes deveria ser capaz de propor reformas e aprová-las, no Congresso, de forma suave. Mas não foi o que se viu no plenário. Em certo momento da sessão, o próprio presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), perguntou a Cunha, por SMS, onde estava o PMDB.

Impactos no Rio

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Se o choque entre os dois partidos traz riscos no plano nacional, mais grave ainda é a situação no Rio de Janeiro. O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), transformado em inimigo público número 1 do Palácio do Planalto, é bancado no cargo de líder pelo governador do Rio de Janeiro, Sergio Cabral. E ele, assim como seus aliados, tem feito intensa pressão sobre o PT para que o partido desista da candidatura do senador Lindbergh Farias (PT-RJ) em favor do vice Luiz Fernando Pezão, que ainda patina nas pesquisas pré-eleitorais.

O Rio é o que o PMDB tem hoje de mais importante. Numa guerra com o PT, as chances de vitória, que hoje não parecem animadoras, se tornariam ainda mais remotas. Curiosamente, quem assiste a tudo de camarote é justamente o deputado Anthony Garotinho (PR-RJ), que lidera as pesquisas e, alinhado com o Planalto, liderou o embate com Eduardo Cunha.

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