“Pobres deixaram de ser problema para ser solução”

Ex-presidente Lula voltou a ressaltar a política em favor dos pobres na América Latina durante discurso em Quito, no Equador, onde recebeu do presidente recém-empossado Rafael Correa a Ordem Nacional de San Lorenzo, condecoração mais antiga do país; nesta quinta-feira, Lula contou que o Bolsa Família, que muitos chamavam de puro assistencialismo, foi essencial para que o Brasil não sofresse mais com a crise global; "O dinheiro na mão do pobre faz a economia girar, e é por isso que a América Latina dá certo"

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247 – A política em favor dos pobres tem sido o mote dos discursos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu atual giro pela América Latina. O tema foi abordado enquanto ele esteve na Colômbia, no Peru e, nesta quinta-feira 6, no Equador. Na capital, Quito, Lula discursou a uma plateia de mais de duas mil pessoas formada por ministros, parlamentares e militantes de diversos movimentos sociais depois de receber das mãos do presidente Rafael Correa a Ordem Nacional de San Lorenzo, condecoração mais antiga do país.

No Teatro Nacional de la Casa de La Cultura em Quito, onde foi aplaudido diversas vezes, Lula elogiou a transformação pela qual a América Latina passou nos últimos anos, com crescimento e diminuição das desigualdades. "Quando eu vejo o que aconteceu aqui no Equador, no Uruguai, na Argentina, quando eu vejo um índio governando a Bolívia, eu percebo que valeu a pena acreditar na política", declarou o ex-presidente, segundo informações do Instituto Lula.

O líder político destacou ainda o papel dos governos de esquerda na América Latina, que passaram a olhar os pobres não mais como problema, mas como solução. Contou que o Bolsa Família, que muitos no Brasil chamavam de puro assistencialismo, foi essencial para que o Brasil não sofresse mais com a crise internacional. "O dinheiro na mão do pobre faz a economia girar, e é por isso que a América Latina dá certo".

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O programa de transferência de renda do governo federal lançado durante sua gestão teve que enfrentar, segundo Lula, críticos que diziam que era impossível aumentar o salário mínimo sem aumentar a inflação. O ex-presidente lembrou que o salário mínimo teve aumento em todos os anos de seu governo, sem causar inflação. Pelo contrário, lembrou, 36 milhões de pessoas saíram da miséria, 40 milhões ascenderam à classe média e foram criados 20 milhões de empregos formais.

Lula lembrou da época em que todas as atenções dos governos latino-americanos estavam voltadas apenas para Estados Unidos e Europa. "A corrente comercial no Mercosul era de apenas 10 bilhões de dólares. Dez anos depois está em 50 bilhões. Na América do Sul, subimos de 15 para 70 bilhões; e, na América Latina, de 20 para mais de 90 bilhões".

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Mas essa integração não pode ser apenas comercial, como destacou o ex-presidente. Depois que deixou a Presidência e fundou o instituto que leva seu nome, Lula tem trabalhado pela integração latino-americana. "É preciso criar uma doutrina de integração latino-americana. Por isso estou me dedicando a falar com estudantes, sindicalistas, intelectuais, empresários, movimentos sociais...".

Como havia feito em um encontro com jovens em Lima, no Peru, Lula terminou sua fala incentivando os equatorianos a participarem da política. "Muitos têm preconceito contra a política, dizem que não gostam de política. Mas saibam que fora da política não há solução. Todas as vezes em que a humanidade renegou a política, o que veio depois foi muito pior". E continuou: "O político perfeito que nós queremos não precisa estar dentro do outro, pode estar dentro de nós. A América Latina necessita muito de vocês para que nunca mais haja retrocesso".

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Correa: Lula é protagonista das transformações da América Latina

Em seu discurso, o presidente Rafael Correa lembrou as origens de Lula e disse que ele é um dos principais protagonistas das transformações pelas quais o continente vem passando. "O Brasil é um país gigante, onde tudo se conta com seis ou sete zeros. O presidente Lula soube contar com o coração para mudar a vida de milhões de pessoas", disse Correa.

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O presidente equatoriano, recém-eleito para o seu terceiro mandato, disse ainda que Lula é merecedor da condecoração por seu trabalho pela democracia, pela integração da América Latina, na luta contra a pobreza e por promover a aproximação e a amizade natural entre os povos brasileiro e equatoriano.

Com Instituto Lula

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