O que significa o Datafolha que pôs Barbosa à frente
"Essencialmente, uma coisa: os protestos do MPL, quando foi realizada a pesquisa, já tinham sido usurpados pela direita", avalia o jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo; ele lembra que não há surpresa que o presidente do STF seja o herói da classe média e coloca que "uma coisa é JB ser o mais votado num ambiente dominado por um público reacionário, que chama o Bolsa Família de Bolsa Esmola", e outra, muito diferente, "é enfrentar o julgamento das urnas, quando os 99% se manifestam"; leia seu artigo
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247 - Na última sexta-feira 21, uma pesquisa Datafolha apontou que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, é o candidato - mesmo sem ter se lançado - preferido dos manifestantes para suceder a presidente Dilma Rousseff em 2014. Para o jornalista Paulo Nogueira, ex-diretor da Globo e hoje à frente do Diário do Centro do Mundo, isso só pode significar uma coisa: "os protestos do MPL [Movimento Passe Livre], quando foi realizada a pesquisa, já tinham sido usurpados pela direita".
Afinal, Barbosa é o herói da classe média, lembra Nogueira, que não vê novidade no fato. Uma coisa, diz ele, é liderar a lista de candidatos "num ambiente dominado por um público reacionário que chama o Bolsa Família de Bolsa Esmola". Outra, bem diferente, "é enfrentar o julgamento das urnas, quando os 99% se manifestam". Para ele, Joaquim Barbosa não fala para os 99%. Logo, seria um "candidato natimorto em 2014".
Leia mais em Para os manifestantes, Barbosa é o cara. E abaixo, o artigo de Paulo Nogueira:
O fator Joaquim Barbosa em 2014
Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo
O que significa a pesquisa do Datafolha que pôs JB na frente.
JB dança o Gangnam Style
O que significa Joaquim Barbosa como o preferido dos manifestantes de São Paulo segundo um levantamento do Datafolha?
Essencialmente, uma coisa: os protestos do MPL, quando foi realizada a pesquisa, já tinham sido usurpados pela direita.
Ou pela classe média "corrupta, egoísta e reacionária" da já clássica definição da filósofa Marilena Chauí.
Joaquim Barbosa, não há surpresa aí, é o herói dessa classe média.
E é, ao mesmo tempo, um instrumento do 1%, representado pelas grandes empresas de mídia.
Isso tudo quer dizer o seguinte: uma coisa é JB ser o mais votado num ambiente dominado por um público reacionário que chama o Bolsa Família de Bolsa Esmola.
Outra coisa, muito diferente, é enfrentar o julgamento das urnas, quando os 99% se manifestam.
É só ver o resultado das três últimas eleições, quando Alckmin e Serra representaram para a classe média, e para a grande mídia, o que JB é hoje.
JB não fala para os 99%. Fato. Logo, seria um candidato natimorto em 2014.
Pode-se imaginar também como, na campanha, se daria a reação à torrente extraordinária de ódio que ele gerou no julgamento do Mensalão.
Sua vida pessoal será devassada impiedosamente, e fatos recentes como a boca livre abjeta que ele proporcionou a uma jornalista da Globo numa viagem à Costa Rica voltarão à cena para assombrá-lo.
A proteção que ele receberá da mídia valerá cada vez menos, é importante lembrar, dado o crescimento avassalador da internet.
Tudo isso posto, é difícil crer que JB seja tolo o bastante para uma aventura na qual será provavelmente destroçado.
Para os brasileiros, a vantagem de uma candidatura de JB seria se livrar dele no STF, de preferência para sempre.
Não é pouca coisa.
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