Embaixador mostra que FHC previu a crise

Rubens Barbosa destaca artigo de ex-presidente publicado na revista "Interesse Nacional", em abril de 2011: "É possível mostrar o quanto pesa no bolso do povo cada despesa feita para custear a máquina público-partidária e manter o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. E, para ser coerente, a oposição deve lutar desde já pela redução drástica do número de cargos em comissão, bem como pelo estabelecimento de um número máximo de ministérios e secretarias especiais", escreveu FHC na época 

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247 – O embaixador Rubens Barbosa resgatou no Globo um artigo publicado por FHC na revista “Interesse Nacional”, em abril de 2011, em que faz previsão de muitas das circunstâncias atuais das manifestações sociais e da hesitação das oposições. Leia:

FHC e o papel da oposição

O presidente FHC, em abril de 2011, portanto há uns bons dois anos, em artigo na revista “Interesse Nacional” (www.interessenacional.com), discutiu o papel da oposição. Por sua atualidade, mas sobretudo pela previsão de muitas das circunstâncias atuais das manifestações sociais e da hesitação das oposições, achei oportuno resumir e transcrever literalmente alguns trechos com as opiniões então expressas pelo ex-presidente:

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“Os cidadãos cansaram de ouvir tanto horror perante os céus sem que nada mude.

Existe toda uma gama de classes médias, de novas classes possuidoras (empresários de novo tipo e mais jovens), de profissionais das atividades contemporâneas ligadas à TI (tecnologia da informação) e ao entretenimento, aos novos serviços espalhados pelo Brasil afora, às quais se soma o que vem sendo chamado sem muita precisão de ‘classe C’ ou de nova classe média. A imensa maioria destes grupos — sem excluir as camadas de trabalhadores urbanos já integrados ao mercado capitalista — está ausente do jogo político-partidário, mas não desconectada das redes de internet, Facebook, YouTube, Twitter, etc. É a estes que as oposições devem dirigir suas mensagens prioritariamente.

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Se houver ousadia, os partidos de oposição podem organizar-se pelos meios eletrônicos, dando vida não a diretórios burocráticos, mas a debates verdadeiros sobre os temas de interesse dessas camadas.

No mundo interconectado de hoje, movimentos protestatários irrompem sem uma ligação formal com a política tradicional.

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Os oposicionistas, para serem ouvidos, precisam ter o que dizer. O conteúdo da mensagem é fundamental.

Cabe às oposições não apenas desmascarar o cinismo, mas, sobretudo, cobrar o atraso do país: onde está a infraestrutura que ficou bloqueada em seus avanços pelo temor de apelar à participação da iniciativa privada nos portos, nos aeroportos, na geração de energia e assim por diante?

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Na vida política, tudo depende da capacidade de politizar o apelo e de dirigi-lo a quem possa ouvi-lo.

É possível mostrar o quanto pesa no bolso do povo cada despesa feita para custear a máquina público-partidária e manter o capitalismo burocrático dos novos dinossauros. E, para ser coerente, a oposição deve lutar desde já pela redução drástica do número de cargos em comissão, bem como pelo estabelecimento de um número máximo de ministérios e secretarias especiais.

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Em suma: não há oposição sem ‘lado’. Mais do que ser de um partido, é preciso ‘tomar partido’. É isso que a sociedade civil faz nas mais distintas matérias.

É preciso estabelecer uma agenda. Tomemos um exemplo, o da reforma política, tema que o governo afirma estar disposto a discutir. Pois bem, o PSDB tem posição firmada na matéria: é favorável ao voto distrital (misto ou puro, ainda é questão indefinida).

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No mundo contemporâneo, essa agenda brota também da sociedade, de seus blogs, twitters, redes sociais, da mídia, das organizações da sociedade civil, enfim, é um processo coletivo.

As oposições políticas, por fim, se nada ou pouco tiverem a ver com as múltiplas demandas do cotidiano, como acumularão forças para ganhar a sociedade?”

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