Oposição teme que Câmara não casse petistas
Presidentes do PSDB, PPS e DEM, Aécio Neves, Roberto Freire e José Agripino Maia pregam agora o voto aberto em processo de cassação de mandato na Câmara, com receio de que os deputados João Paulo Cunha e José Genoino, condenados pela Ação Penal 470, também não percam seus mandatos, como aconteceu com Natan Donadon; para Freire, "caso Donadon é prenúncio do que pode acontecer com mensaleiros"
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247 – Depois da não cassação do mandato do deputado Natan Donadon, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o principal temor dos políticos de oposição é o de que aconteça o mesmo com os deputados do PT José Genoino e João Paulo Cunha, condenados na Ação Penal 470 no ano passado, também pelo STF.
Por isso, agora os presidentes do PSDB, Aécio Neves, do PPS, Roberto Freire, e do DEM, José Agripino Maia, além dos líderes desses partidos, defendem o voto secreto para esse tipo de processo na Câmara, algo que tira a independência dos parlamentares, que passam a trabalhar sob a pressão dos poderes econômicos e principalmente da imprensa (leia mais em Fim do voto secreto é o suicídio do parlamento).
Num texto publicado no site do PSDB, a bancada do partido na Câmara declara que o "voto aberto pode impedir que mensaleiros sejam absolvidos". Para o senador Aécio Neves, do PSDB, a votação que favoreceu Donadon "é uma demonstração de que, urgentemente, precisamos ter o voto aberto para cassação de mandatos".
Presidente do PPS, o deputado Roberto Freire acredita que o resultado é um prenúncio claro do que pode acontecer com os dois petistas. "Depois que uma figura completamente inexpressiva consegue isso que conseguiu, então você acha que esse governo que faz a tentativa de desmoralizar o Supremo vai permitir cassem aqui os seus heróis?", questionou.
Já o senador José Agripino Maia, presidente do DEM, declarou que o partido vai obstruir todas as votações da Câmara até que seja aprovada na Casa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do fim do voto secreto em votação sobre cassações de mandatos. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, afirmou que ele próprio não colocará mais em votação processos de cassação de parlamentares enquanto for mantido o voto secreto.
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