Acabou. Nova agenda esvazia CPI de Pasadena

Nem o depoimento do ex-homem bomba Nestor Cerveró ressuscitou a CPI da Petrobras de seu fim; esvaziada, investigação parlamentar perde interesse dos políticos; predomínio de maioria do PT e do PMDB e mudança de agenda da eleição presidencial desmotivam até mesmo o PSDB de insistir com caminho de comissão mista; denúncias cumpriram seu papel de desgastar governo, mas, como se diz, entre mortos e feridos salvaram-se todos; cena acima foi espécie de cerimônia do adeus; às vésperas da Copa do Mundo, com uma nova pesquisa na praça e suficiente agitação sindical para manter quadro de volatilidade, agenda virou outra

Nem o depoimento do ex-homem bomba Nestor Cerveró ressuscitou a CPI da Petrobras de seu fim; esvaziada, investigação parlamentar perde interesse dos políticos; predomínio de maioria do PT e do PMDB e mudança de agenda da eleição presidencial desmotivam até mesmo o PSDB de insistir com caminho de comissão mista; denúncias cumpriram seu papel de desgastar governo, mas, como se diz, entre mortos e feridos salvaram-se todos; cena acima foi espécie de cerimônia do adeus; às vésperas da Copa do Mundo, com uma nova pesquisa na praça e suficiente agitação sindical para manter quadro de volatilidade, agenda virou outra
Nem o depoimento do ex-homem bomba Nestor Cerveró ressuscitou a CPI da Petrobras de seu fim; esvaziada, investigação parlamentar perde interesse dos políticos; predomínio de maioria do PT e do PMDB e mudança de agenda da eleição presidencial desmotivam até mesmo o PSDB de insistir com caminho de comissão mista; denúncias cumpriram seu papel de desgastar governo, mas, como se diz, entre mortos e feridos salvaram-se todos; cena acima foi espécie de cerimônia do adeus; às vésperas da Copa do Mundo, com uma nova pesquisa na praça e suficiente agitação sindical para manter quadro de volatilidade, agenda virou outra (Foto: Marco Damiani)


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247 - Acabou. Sem vela nem corpo presente, foi sepultada politicamente hoje a CPI da Petrobras. O depoimento do ex-homem bomba Nestor Cerveró não atraiu um único integrante da comissão montada para investigar a estatal, à exceção dos três integrantes da mesa. Não foi apenas o predomínio do PMDB, na presidência, e do PT, na relatoria, que acabaram com os planos da oposição para levar adiante a iniciativa que, claramente, desgastou o governo. Houve, especialmente, uma mudança de agenda na sucessão presidencial. A agitação das ruas, a proximidade da Copa do Mundo e o rumo das pesquisas de opinião, confirmando a consolidação do favoritismo da candidatura da presidente Dilma Rousseff mas, também, o crescimento da oposição e a reduçao dos indecisos, mudaram a agenda dos políticos. Para a oposição, toda a batalha para a instalação da CPI acabou valendo pelo desgaste imposto ao governo. Para este, a batuta do presidente do Senado, Renan Calheiros, e a coordenação entre a senadora petista Gleisi Hoffman e seu colega Humberto Costa mostraram seu valor.

Pedro Peduzzi e Karine Melo - Repórteres da Agência Brasil

Durante depoimento à CPI da Petrobras, o ex-diretor da Área Internacional da petrolífera Nestor Cerveró, autor do relatório que, em 2006, embasou a compra da Refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), disse que a omissão de algumas cláusulas contendo detalhes contratuais é prática comum, desde que não apresentem impedimentos ao cumprimento do plano estratégico da estatal. Cerveró voltou a tirar, da presidenta Dilma Rousseff, a responsabilidade pela decisão de compra da refinaria.

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"A presidenta Dilma não foi responsável porque as decisões são colegiadas e aprovadas por unanimidade. O responsável pela compra somos todos nós. Foi uma compra acertada. Foi um acerto coletivo, colegiado. E eu sou coparticipante dessa decisão", disse o ex-diretor, que também destacou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não participou da reunião para fechar o acordo sobre a compra de Pasadena em 2006. Na época, Dilma Rousseff presidia o Conselho de Administração da Petrobras.

De forma enfática, ele negou ter preparado o resumo com a intenção de enganar Dilma. "Para fazer isso, eu teria de enganar todo o conselho", disse. O resumo do documento de compra, analisado pelo Conselho de Administração da Petrobras, não continha as cláusulas Marlim e Put Option que faziam parte do contrato. O primeiro assegurava à Astra Oil, que era sócia da Petrobras no negócio, uma rentabilidade mínima de 6,9% ao ano, mesmo em condições adversas do mercado. Já a opção de venda - o Put Option - obrigava a Petrobras a comprar a participação da Astra Oil em caso de conflito entre os sócios.

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"Não se coloca, no resumo, detalhes contratuais porque não têm interferência na informação necessária para aprovação pelo conselho. Eu conhecia o contrato e os detalhes do parecer jurídico. Não omiti as cláusulas. Consideramos que elas não representavam nenhum impedimento quanto à aprovação do projeto, que se dá em cima da aderência ao planejamento estratégico, de expansão do refino do petróleo da Petrobras e do refino de petróleo pesado", disse.

Ainda segundo o ex-diretor é comum a estatal despriorizar alguns projetos, a exemplo do que ocorreu com a Refinaria de Pasadena, após a Petrobras optar por direcionar seus investimentos no pré-sal. "A Petrobras tem centenas de bons projetos que não foram realizados. Não significa que esse projeto não seja bom. Ele apenas não é tão interessante quanto o pré-sal", afirmou.

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Por falta de quórum, a CPI não conseguiu votar hoje nenhum requerimento para novos depoimentos, como anunciado pelo presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) no início da reunião. Além do presidente, só o relator senador José Pimentel (PT-CE) e a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), todos da base aliada ao governo, participaram da sessão desta quinta-feira. De acordo com o calendário da CPI, na próxima terça-feira (27) será ouvida a presidenta da estatal, Graça Foster.

Mídia divulgou números falsos sobre o valor de Pasadena, diz Cerveró

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Agência Senado - Ex-responsável pela área de negócios internacionais da Petrobras, Nestor Cerveró negou, em depoimento à CPI do Senado na manhã desta quinta-feira (22), que a refinaria de Pasadena fosse "sucata" ou "ferro-velho" quando foi adquirida pela petrolífera brasileira em 2006.

- O valor pago pela Astra Oil foi muito explorado pela mídia. Mas não foram US$ 48 milhões, como amplamente noticiado. Isso é totalmente irreal. A Astra teve que investir nessa unidade e para colocá-la em operação gastou US$ 360 milhões. Não era uma refinaria sucateada e não custou só 48 milhões - enfatizou.

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Cerveró explicou que Pasadena pertencia a uma empresa americana tradicional na área de refino. Mas havia sérios problemas administrativos, trabalhistas e ambientais.

- A Astra aproveitou a oportunidade, negociou, resolveu os problemas trabalhistas e ambientais, e ainda teve que investir numa unidade de processamento de gasolina para atender requisito de qualidade do mercado americano - explicou.

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Segundo Nestor Cerveró, hoje, sete anos depois, Pasadena virou uma refinaria padrão e premiada nos Estados Unidos, o que é motivo de orgulho para a Petrobras.

Relatório

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O ex-diretor da área internacional da empresa foi o autor do relatório que serviu de base para a aprovação dada pelo Conselho Administrativo da Petrobras à compra da refinaria de Pasadena, em 2006.

A negociação teve aval da presidente Dilma Rousseff, que, na época era ministra da Casa Civil e presidia o Conselho. Depois das denúncias de que o negócio deu grande prejuízo à estatal, Dilma classificou o documento de carente de informações e "juridicamente falho".

A reunião segue sem participação de integrantes da oposição. Eles apostam na comissão parlamentar mista, com instalação prevista para a próxima semana, que também deverá participação de deputados e onde terão representatividade maior. A CPI da Petrobras em funcionamento no Senado é composta de 13 senadores, sendo 10 da base aliada do governo.

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