PSDB já acha legítimo PMDB comandar Congresso
Ala paranaense dos tucanos, fortalecida pela reeleição do governador Beto Richa e do senador Álvaro Dias, abre portas e janelas para relacionamento com a segunda maior bancada partidária; "É legítimo que o PMDB tenha a posição", disse Dias, a respeito do partido coligado com o PT vir a ocupar novamente, a partir de 2015, as presidências do Senado e da Câmara, hoje com Renan Calheiros e Henrique Alves; presidenciável Aécio Neves dá resposta matreira sobre como pretende, se eleito, lidar com a legenda: "Ainda não pensei nisso"; líder Eduardo Cunha já: "Não vejo dificuldade nenhuma de se posicionar em apoio", adiantou; mais claro, impossível
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247 – A partir da ala paranaense do PSDB, nesta mesma segunda-feira 13 em que o presidenciável Aécio Neves fez campanha em Curitiba pontes foram explicitamente lançadas para a entrada do PMDB no bloco de apoio a um eventual governo tucano a partir de 2015.
O primeiro a fazer o gesto foi o governador Richa. "Dá sim para fazer uma boa composição partidária que garanta a governabilidade a partir do Congresso Nacional", disse ele, que arrematou: "Em altíssimo nível".
Pouco depois foi a vez do senador reeleito Álvaro Dias aproveitar a presença da mídia no evento de campanha de Aécio para abrir portas e janelas para um entendimento fácil do PSDB com o PMDB:
- Pela tradição no Congresso é legítimo que o PMDB (tenha) a posição, disse ele. A declaração pela amplitude dos cargos que constavam da pergunta – as presidências da Câmara e do Senado – causou alguma surpresa, mas foi dada em linha com a palavra amistosa que havia sido lançada pelo líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha:
- Não vejo dificuldade alguma em o partido se posicionar em apoio a um governo Aécio Neves, disse Cunha. Na mesma medida, com a mão contrária, ele elencou as dificuldades que prevê para o relacionamento com a presidente Dilma Rousseff reeleita:
- "Não deixamos de integrar a base do governo, mas optamos pela independência. Tanto que não indicamos nomes para substituir ministros, ressalvou Cunha.
A troca de declarações amáveis e complementares esquentou a disputa dos presidenciáveis pela influência sobre o PMDB. Como se sabe, o partido aliado do PT na disputa presidencial não é legenda mais ideológica e unificada do mundo. Longe disso. O pragmatismo sempre foi a marca registrada das relações políticas do partido com as demais agremiações e, especialmente, o governo.
Hoje, o PMDB está coligado com direito a ter o vice Michel Temer na chapa de reeleição. O resultado da eleição poderá tirar o partido do poder e lançá-lo na oposição. Para que isso não aconteça, e comece desde já a serem escritos os termos da convivência pacífica com um presidente que viria da oposição, Richa, Dias e Cunha já demonstram entendimento.
O senador reeleito, que já pertenceu ao PMDB, chegou a tratar da qualidade dos nomes a serem indicados pelo partido para substituírem os atuais presidente Renan Calheiros, do Senado, e Henrique Alves, da Câmara:
- Se o nome atender os requisitos de uma relação republicana entre os poderes, na defesa do conceito da distribuição parlamentar, se for um nome compatível com essa exigência, o PMDB encontrará facilidade, ao que me parece, disse Dias. "Se esse nome não for compatível com essas exigências, obviamente poderá se articular uma reação para disputa que seria natural", ressalvou ele.
Principal interessado no assunto, cujos desdobramentos podem corroer, antes mesmo da eleição em segundo turno, a base aliada da presidente Dilma, Aécio Neves deu uma resposta matreira a uma cobrança sobre sua posição:
- Sinceramente, ainda não pensei nesse assunto, desconversou ele.
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