PML: silêncio de Dilma explica impopularidade

"Um mês depois do início do segundo mandato, Dilma Rousseff atinge um nível deprimente de impopularidade", diz o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, que atribui a queda no Datafolha à falta de comunicação com a sociedade; segundo ele, durante a disputa presidencial, "Dilma tinha o horário político para defender-se, para argumentar e fazer o contraponto"; "Encerrada a campanha, voltamos ao monopólio dos adversários, ao Manchetômetro nosso de cada dia.  Para ficar no Jornal Nacional, os números da última semana indicam 24 notícias contrárias para 9 neutras"; leia a íntegra

"Um mês depois do início do segundo mandato, Dilma Rousseff atinge um nível deprimente de impopularidade", diz o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, que atribui a queda no Datafolha à falta de comunicação com a sociedade; segundo ele, durante a disputa presidencial, "Dilma tinha o horário político para defender-se, para argumentar e fazer o contraponto"; "Encerrada a campanha, voltamos ao monopólio dos adversários, ao Manchetômetro nosso de cada dia.  Para ficar no Jornal Nacional, os números da última semana indicam 24 notícias contrárias para 9 neutras"; leia a íntegra
"Um mês depois do início do segundo mandato, Dilma Rousseff atinge um nível deprimente de impopularidade", diz o jornalista Paulo Moreira Leite, diretor do 247 em Brasília, que atribui a queda no Datafolha à falta de comunicação com a sociedade; segundo ele, durante a disputa presidencial, "Dilma tinha o horário político para defender-se, para argumentar e fazer o contraponto"; "Encerrada a campanha, voltamos ao monopólio dos adversários, ao Manchetômetro nosso de cada dia.  Para ficar no Jornal Nacional, os números da última semana indicam 24 notícias contrárias para 9 neutras"; leia a íntegra (Foto: Leonardo Attuch)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Por Paulo Moreira Leite

Um mês depois do início do segundo mandato, Dilma Rousseff atinge um nível deprimente de impopularidade. A queda nos índices de aprovação não é uma surpresa. Mas é importante discutir o que está por trás disso.

Nossos analistas econômicos continuam anunciando um apocalipse que insiste em não mostrar sua cara — ao menos até agora. O desemprego não aumentou. A inflação também não disparou.  Não há novidade na Operação Lava Jato, que segue seu curso de espetáculo midiático.

continua após o anúncio

Vários fatores explicam a queda de Dilma e pode-se mesmo dizer que o governo federal vive uma situação semelhante à do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e à do prefeito da capital, Fernando Haddad. Estes também caíram na aprovação do eleitor.

Para entender o que aconteceu com Dilma, porém, o ponto principal, na minha opinião, é a mudança no lugar do governo.

continua após o anúncio

O último levantamento disponível, onde números de bom, ótimo, ruim e péssimos estavam praticamente invertidos, refletia a realidade política da campanha presidencial. Os ataques eram violentos e diários — mas Dilma tinha o horário político para defender-se, para argumentar e fazer o contraponto. Apesar da parcialidade dos meios de comunicação, o governo tinha como responder aos ataques, com bom espaço, no horário nobre. Também participava de debates, onde era possível denunciar a falsidade de boa parte das críticas.

Encerrada a campanha, voltamos ao monopólio dos adversários, ao Manchetômetro nosso de cada dia.  Para ficar no Jornal Nacional, os números da última semana indicam 24 notícias contrárias para 9 neutras.

continua após o anúncio

Outros fatores também pesaram, porém. O governo não apenas não tinha o horário político para defender-se — mas em nenhum momento empregou o espaço convencional que a presidência oferece a quem está em palácio para dar explicações, argumentar ou responder. Não confrontou versões nem fez a disputa política — condição para impedir que um mentira repetida 1000 vezes se transforme em verdade.

A queda de 19 pontos na categoria bom e ótimo é um movimento tão grande que expressa outro sinal. Difícil negar que eleitores que garantiram a vitória de Dilma no segundo turno, num confronto polarizado de projetos políticos, ficaram decepcionados com aquilo que veio depois. Hoje, diz o DataFolha, um total espantoso de 54% dizem que Dilma é “falsa” — número que chegava a 13%, anteriormente.

continua após o anúncio

A nomeação de um ministro da Fazenda inteiramente identificado com as ideias adversárias já seria complicada em qualquer situação, em particular num país onde a credibilidade não é a virtude mais reconhecida entre os políticos e candidatos. A novidade agravou-se porque a nova direção econômica veio acompanhada de medidas que, mesmo sendo justificáveis do ponto de vista técnico, são economicamente desvantajosas para os assalariados, que mais uma vez sentiram-se chamados, compulsoriamente, a pagar uma conta de ajuste que  caiu no seu orçamento, poupando os ricos e endinheirados de qualquer sacrifício.

Como disse na época o professor Wanderley Guilherme dos Santos em entrevista ao 247: o governo precisava ter explicado o que estava fazendo, por que, para chegar aonde. Disse Wanderley, em 16 de dezembro de 2014:

continua após o anúncio

“Quem foi eleita prometendo idéias (e gente) novas para um governo novo, e suplicou o apoio ativo da esquerda na última semana da campanha – arrancada sem a qual teria perdido a eleição – não tem o direito de pedir silêncio quando surpreende a praticamente todos os setores da esquerda com suas indicações. Não se trata de oposição radical aos nomes indicados, mas de expectativa de que sejam informados de qual trajetória a ser cumprida. A indiferença do governo em relação ao espanto e reclamações de seus eleitores, ao lado de afagos a adversários de ontem, pode ser entendida como abuso de confiança. O governo deve satisfações a quem o elegeu.”

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247