Depoimento de ex-diretor complica situação de Cunha

Procurador-geral Rodrigo Janot informou que, em depoimento, técnico de informática da Câmara confirma que requerimentos para investigar a empresa Mitsui foram criados com senha “pessoal e intransferível” do presidente da Câmara; a empresa, que alugava navios sondas à Petrobras, havia interrompido o pagamento de propina ao PMDB, segundo o doleiro Alberto Youssef; documentos recolhidos na operação de busca da PGR na Câmara também atestam "dep.Eduardo Cunha" como autor dos requerimentos; Cunha rebate alegações e acusa Janot de tentar constrangê-lo sem que tenha provas: “Ele quer manter a história viva para tentar me incriminar com nada”

Procurador-geral Rodrigo Janot informou que, em depoimento, técnico de informática da Câmara confirma que requerimentos para investigar a empresa Mitsui foram criados com senha “pessoal e intransferível” do presidente da Câmara; a empresa, que alugava navios sondas à Petrobras, havia interrompido o pagamento de propina ao PMDB, segundo o doleiro Alberto Youssef; documentos recolhidos na operação de busca da PGR na Câmara também atestam "dep.Eduardo Cunha" como autor dos requerimentos; Cunha rebate alegações e acusa Janot de tentar constrangê-lo sem que tenha provas: “Ele quer manter a história viva para tentar me incriminar com nada”
Procurador-geral Rodrigo Janot informou que, em depoimento, técnico de informática da Câmara confirma que requerimentos para investigar a empresa Mitsui foram criados com senha “pessoal e intransferível” do presidente da Câmara; a empresa, que alugava navios sondas à Petrobras, havia interrompido o pagamento de propina ao PMDB, segundo o doleiro Alberto Youssef; documentos recolhidos na operação de busca da PGR na Câmara também atestam "dep.Eduardo Cunha" como autor dos requerimentos; Cunha rebate alegações e acusa Janot de tentar constrangê-lo sem que tenha provas: “Ele quer manter a história viva para tentar me incriminar com nada” (Foto: Realle Palazzo-Martini)


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247 - O depoimento de Luiz Antonio Eira, ex-diretor do Centro de Informática da Câmara à Procuradoria Geral da República, reforçou suspeitas de que o presidente da Câmara,deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi o verdadeiro autor de dois requerimentos protocolados para investigar empresas como forma de retaliação pela interrupção do pagamento de propina ao PMDB. Os documentos recolhidos na operação de busca da PGR na Câmara também atestam "dep.Eduardo Cunha" como autor dos requerimentos.

A informação da PGR veio a público na sexta-feira (8) e é mais um capítulo da briga entre Cunha e o procurador geral Rodrigo Janot. “As informações prestadas reforçam as suspeitas de que os arquivos foram de autoria do deputado federal Eduardo Cunha e apenas inseridos no sistema pela então deputada federal Solange Almeida”. Solange, hoje prefeito de Rio Bonito(RJ), foi quem apresentou oficialmente os requerimentos. A investigação apontam no entanto, que a senha e o login de Cunha foram usados para gerar o documento nos formato Word (inicial) e PDF (final).

Com a diligência, agora se sabe que tanto nas propriedades do Word quanto do PDF o presidente da Câmara aparece como verdadeiro autor. A conversão ao PDF é feita para inclusão no sistema de consulta pública.

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Cunha, por sua vez, voltou a personalizar a investigação da PGR, afirmando que Janot age deliberadamente para tentar constrangê-lo, sem que tenha provas: “Ele quer manter a história viva para tentar me incriminar com nada. E ao mesmo tempo ele quer constranger o STF para não acolher meu agravo regimental contra a decisão de abertura de inquérito.”

As suspeitas sobre Cunha foram lançadas na delação do doleiro Alberto Youssef, segundo quem Cunha articulou em 2011 a apresentação de dois requerimentos entregues à Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara, um ao Tribunal de Contas da União e outro ao Ministério das Minas e Energia, pedindo que os órgãos investigassem contratos entre a Petrobras e a Mitsui, que alugava navios sonda à estatal. De acordo com o doleiro, a empresa havia suspendido o pagamento de propina ao PMDB.

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No depoimento aos procuradores, o ex-diretor Luiz Antônio Eira diz que foi dispensado por ordem de Cunha. Contou que o diretor-geral da Casa, Sérgio Sampaio, disse que o presidente havia exigido a demissão por desconfiar que estavam ocorrendo vazamentos. Machado teria afirmado que a intenção de Cunha ao dispensá-lo era "dar um exemplo".

Procurado, o deputado Eduardo Cunha reafirma não ter sido o responsável pelos requerimentos. Disse que todos os deputados fornecem suas senhas para um ou mais servidores de confiança e que a ex-deputada Solange Almeida frequentemente pedia auxílio aos seus assessores.

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 “Quem usa e abre os computadores são os assessores. Solange era suplente e não tinha quase ninguém no gabinete com conhecimento. Ela era a que mais usava os assessores da comissão”, disse.

Cunha lembrou ainda que o empresário Julio Camargo, que seria representante da Mitsui, nunca confirmou a versão de Youssef de que a empresa fora chantageada.

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