Ciro Gomes acredita que é possível reverter o impeachment no Senado

“Eu penso que é possível reverter o quadro no Senado. Não é tarefa fácil porque, agora, o suborno e a esculhambação vão acontecer. Eu alimento essa esperança e luto por ela. Estou disposto a fazer qualquer sacrifício para ajudar a presidenta Dilma", disse o ex-ministro Ciro Gomes

“Eu penso que é possível reverter o quadro no Senado. Não é tarefa fácil porque, agora, o suborno e a esculhambação vão acontecer. Eu alimento essa esperança e luto por ela. Estou disposto a fazer qualquer sacrifício para ajudar a presidenta Dilma", disse o ex-ministro Ciro Gomes
“Eu penso que é possível reverter o quadro no Senado. Não é tarefa fácil porque, agora, o suborno e a esculhambação vão acontecer. Eu alimento essa esperança e luto por ela. Estou disposto a fazer qualquer sacrifício para ajudar a presidenta Dilma", disse o ex-ministro Ciro Gomes (Foto: Leonardo Attuch)


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Por Enio Lourenço, para O Cafezinho

“Michel Temer é um sem voto, era o último deputado votado no Estado de São Paulo. Um pilantra desde sempre, enrolado com corrupção no porto de Santos, enrolado em todo o tipo de corrupção.”

Essa é uma das definições do presidente interino da República para Ciro Gomes, ex-ministro da Fazenda (Itamar Franco), da Integração Nacional (primeiro governo Lula) e ex-governador do Ceará, que participou da mesa “O impeachment de 1992 e o golpe de 2016”, debate que encerrou o segundo dia do II Salão do Livro Político, em São Paulo.

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O pedetista (especulado como pré-candidato à presidência da República em 2018), ao lado da presidente da UNE Carina Vitral, do economista Marcio Pochmann e do jurista Alysson Leandro Mascaro, recebeu o desafio de analisar e comparar os dois processos de impedimento na Nova República.

“O Collor conseguiu a proeza de fazer o consenso na sociedade contra ele, um consenso que alcançou a plutocracia brasileira. Tudo começou com uma entrevista do irmão dele, denunciando o esquema de centralização da corrupção. E tudo foi provado. Conseguimos fazer um link que indicou a sua culpabilidade individual. Mapeamos o dinheiro da corrupção e chegamos até a compra do Fiat Elba, estabelecendo o nexo doloso.”

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Ciro Gomes destacou que o consenso não se deu contra a presidenta Dilma Rousseff, mas que uma ampla maioria foi se construindo ante as contradições do “campo progressista”. “Se a gente quer merecer de novo o respeito do conjunto da sociedade, precisamos entender porque nós, autorreferidos intérpretes do interesse popular, estamos sendo escorraçados do poder.

Críticas

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Para o ex-ministro da Integração Nacional de Lula, Dilma trocou a política pela marquetagem, e jamais poderia ter feito sua campanha eleitoral de 2014 mentindo para o conjunto da sociedade.

“Tem coisas que são trivialmente inteligíveis pelo povo. Em São Paulo, 32 dias após a posse, houve um ‘tarifaço’ de 72% na energia elétrica. O mandato começa a ruir quando você o constrói em cima de uma coluna mentirosa.”

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Ciro também não poupou o “bom amigo e companheiro” Lula, a quem responsabilizou pelas alianças petistas a partir do segundo mandato, do que chamou de a “escalada do golpe”.

“Eu não estava feliz com esse tipo de concessão, por isso não quis seguir como ministro. Colocar o Michel Temer e o Eduardo Cunha na linha de sucessão do país em nome de medo de CPI, de tempo de televisão, é um crime de lesa pátria.”

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O futuro do golpe

Como muitos intelectuais vêm lembrando nos debates do II Salão do Livro Político, Ciro enfatizou que a regra no Brasil não é a democracia, mas sim os golpes, o autoritarismo, destacando o fato de que somente três presidentes da República terminaram o mandato desde o pós-guerra: Juscelino Kubitschek, Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva.

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“O golpe não foi feito para o Michel Temer. O golpe foi feito para produzir efeitos estratégicos, como gerar excedentes fiscais para honrar o serviço da dívida pública, que está na iminência de uma crise bancária. A razão central é essa.”

O fato de nenhum chefe de Estado ter feito comunicação com o presidente interino e a repercussão negativa da opinião pública internacional também foram ressaltadas como positivas para a manutenção da luta pelo mandato de Dilma dentro da institucionalidade.

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“Eu penso que é possível reverter o quadro no Senado. Não é tarefa fácil porque, agora, o suborno e a esculhambação [vão acontecer]. Eu alimento essa esperança e luto por ela. Estou disposto a fazer qualquer sacrifício para ajudar a presidenta Dilma. Se a gente voltar para lá [presidência da República] e resolver a nossa relação com povo, teremos que fazer um mea-culpa e entender que o nosso lado não pode fazer esse tipo de coisa.”

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