Delatado 43 vezes, Temer quer que STF levante sigilo da Odebrecht

Citado em 43 delações, Michel Temer teria dito desejar que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que substituiu Teori Zavascki na relatoria dos processos da Operação Lava Jato na Corte após este falecer em um acidente aéreo no último dia 19, que desejaria que o sigilo em torno das 77 delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht fosse levantado o mais rapidamente possível; "Seria melhor para todos que as delações fossem logo divulgadas, e de uma vez", disse Temer ao jornalista Ricardo Noblat

BRASILIA, BRAZIL - JUNE 08: Interim president of Brazil Michel Temer gestures during a meeting with business leaders at Palacio do Planalto on June 08, 2016 in Brasilia, Brazil. (Photo by Ricardo Botelho/Brazil Photo Press/LatinContent/Getty Images)
BRASILIA, BRAZIL - JUNE 08: Interim president of Brazil Michel Temer gestures during a meeting with business leaders at Palacio do Planalto on June 08, 2016 in Brasilia, Brazil. (Photo by Ricardo Botelho/Brazil Photo Press/LatinContent/Getty Images) (Foto: Paulo Emílio)


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247 - Citado em 43 delações, Michel Temer teria dito desejar que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, que substituiu Teori Zavascki na relatoria dos processos da Operação Lava Jato na Corte após este falecer em um acidente aéreo no último dia 19, que desejaria que o sigilo em torno das 77 delações premiadas de executivos e ex-executivos da Odebrecht fosse levantado o mais rapidamente possível. "Seria melhor para todos que as delações fossem logo divulgadas, e de uma vez", disse Temer ao jornalista Ricardo Noblat em uma entrevista publicada no jornal O Globo.

"Imagine o que poderia acontecer se as delações demorassem a ser divulgadas. Ou se fossem divulgadas aos poucos, uma por semana, digamos. Seria muito ruim para o país e, é claro, para o governo", disse Temer. Ele também teria afirmado não estar preocupado com o fato de aparecer em 43 delações e que os membros do governo que forem alvos de acusações devem se explicar. "Quem for atingido pelas delações que se explique e que se defenda. Depois avaliaremos o que fazer. Quanto a mim, minha preocupação com isso é igual à zero", afirmou.

Temer foi citado 43 vezes na delação premiada do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Melo Filho como tendo pedido R$ 10 milhões ao então presidente da empreiteira, Marcelo Odebrecht, para campanhas eleitorais do PMDB em 2014

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"Não foram R$ 10 milhões. Marcelo doou pouco mais de R$ 11 milhões. O dinheiro foi depositado na conta do PMDB e pagou despesas de vários candidatos pelo país. Há comprovantes de tudo", explicou Temer. "Quem se limita a ler apenas os títulos das matérias publicadas a respeito pode ficar com a impressão de que fui citado por envolvimento em 43 negócios. Mas não. Fui citado 43 vezes porque está escrito ali: Aí Temer me convidou para conversar. Aí Temer me recebeu na sala. Aí Temer perguntou se eu aceitaria um café... Para contar uma única história, meu nome foi mencionado 43 vezes", justificou.

Temer também disse estar tranquilo quanto a aproximação do julgamento das contas de campanha que elegeu a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer em 2014, já que, segundo ele, a tese que vem ganhando corpo entre os juristas é que pode até ter havido alguma infração penal, mas não eleitoral. Nesse caso, caso haja uma penal e não eleitoral, o caso seria arquivado pelo tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo analisado pela Justiça Comum. "Estou muito tranquilo, pelo que ouço dos meus advogados", afirmou o presidente.

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Ainda segundo Noblat, Temer teria dito "não enxergar nenhuma surpresa capaz de desestabilizar seu governo – mas se enxergasse não seria surpresa. E concorda que o pior para ele já passou. Passou o discurso do golpe. Passaram as manifestações de ruas. A economia começou a reagir, embora menos do que ele gostaria".

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