Rede recorre de decisão do STF que manteve nomeação de Moreira

O partido Rede Sustentabilidade entrou na noite de segunda-feira com um recurso, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a decisão do ministro Celso de Mello que manteve Moreira Franco no cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República; no último dia 14, Mello negou um pedido de liminar feito pela Rede, partido de oposição ao governo, para que o STF barrasse a nomeação; um dia depois, o ministro afirmou que, se houvesse recurso, deveria levar o caso ao plenário da Corte; no recurso, a Rede rebate ponto a ponto os argumentos usados por Celso de Mello para negar a liminar

Rio de Janeiro - Moreira Franco, secretário-executivo do Grupo do Programa de Parcerias e Investimentos participa da inauguração do Píer Sul, novo espaço do Aeroporto Tom Jobim – RIOgaleão (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - Moreira Franco, secretário-executivo do Grupo do Programa de Parcerias e Investimentos participa da inauguração do Píer Sul, novo espaço do Aeroporto Tom Jobim – RIOgaleão (Tânia Rêgo/Agência Brasil) (Foto: José Barbacena)


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Agência Brasil - O partido Rede Sustentabilidade entrou na noite de ontem (20) com um recurso, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a decisão do ministro Celso de Mello que manteve Moreira Franco no cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República.

No último dia 14, Mello negou um pedido de liminar feito pela Rede, partido de oposição ao governo, para que o STF barrasse a nomeação. Um dia depois, o ministro afirmou que, se houvesse recurso, deveria levar o caso ao plenário da Corte. Não há prazo para que isso seja feito.

No recurso, a Rede rebate ponto a ponto os argumentos usados por Celso de Mello para negar a liminar. Na ocasião, por exemplo, o ministro afirmou que o andamento de investigações e o julgamento de ações penais no STF não resulta, necessariamente, em atraso na tramitação dos processos.

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Para rebater o argumento, a Rede traz dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) segundo os quais 68% das ações penais concluídas no Supremo entre 2011 e março de 2016 não tiveram desfecho, pois prescreveram ou foram repassadas a instâncias inferiores. No caso de inquéritos, apenas em 5,8% de 987 casos o investigado se tornou réu.

“Os números mostram que é mais vantajoso para os réus serem julgados no Supremo”, escreveu o advogado Márlon Reis, que assina o recurso da Rede e é mais conhecido por ter sido um dos autores da Lei da Ficha Limpa.

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Segundo Reis, os dados “indicam a baixa exequibilidade criminal e investigativa do Supremo diante de sua estrutura e excesso de processos, o que pode retardar ou frustrar o andamento das investigações e apurações em desfavor de Moreira Franco em atentado à moralidade”.

No recurso, um agravo regimental, Reis menciona ainda um despacho proferido na semana passada pelo ministro do STF Luiz Roberto Barroso, em que ele sugere uma maior restrição do foro privilegiado, diante do que seria uma aparente ineficácia do Supremo em tramitar investigações criminais.

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Celso de Mello é relator de dois mandados de segurança em que foram pedidos liminares para barrar a nomeação de Moreira Franco, um da Rede e outro do partido PSOL, que na última sexta-feira (17) também entrou com recurso no STF.

Entenda o caso

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Moreira Franco tomou posse como ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República no dia 3 de fevereiro, em cerimônia no Palácio do Planalto. Logo em seguida, sua nomeação foi alvo de uma guerra de liminares, com decisões de diferentes partes do país barrando sua nomeação, todas posteriormente derrubadas. PSOL e Rede foram ao Supremo.

Os partidos de oposição alegam que o objetivo real da nomeação seria livrar Moreira Franco de eventuais investigações da Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal em Curitiba, após ter sido citado na delação premiada de um ex-executivo da Odebrecht. Ministros só podem ser indiciados e investigados pelo STF.

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Como argumento, as legendas fazem um paralelo com a decisão do STF que barrou a nomeação de Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, em março do ano passado.

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