Bolsonaro, Doria e Witzel devem colocar país na mira da ONU, diz ex-ministro
Ex-integrante da Comissão da Verdade, que investigou crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura militar, o advogado José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça, avalia que os discursos e propostas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e dos governadores eleitos de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), são ameaças claras aos direitos humanos e, se concretizadas, devem colocar de vez o Brasil na mira da comunidade internacional, especialmente da ONU e da OEA
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247 - Ex-integrante da Comissão da Verdade, que investigou crimes cometidos pelo Estado durante a ditadura militar, o advogado José Carlos Dias, ex-ministro da Justiça, avalia que os discursos e propostas do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) e dos governadores eleitos de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), são ameaças claras aos direitos humanos e, se concretizadas, devem colocar de vez o Brasil na mira da comunidade internacional, especialmente da ONU e da OEA.
"Veja os futuros governadores do Rio e São Paulo afirmando uma política de combate ao crime em absoluto desrespeito aos direitos humanos. Isto me preocupa. O futuro governador do Rio chega a dizer que ia autorizar a polícia a abater os criminosos. O que tem que haver é prisão. É claro que em um confronto pode haver mortes, mas não como uma política a ser desenvolvida. Isto é com a benção do Bolsonaro. Não tenho dúvida de que tem todo um entrosamento [entre os eleitos]", diz ele em entrevista ao UOL.
"O que teria que se resolver é o problema absurdo de que em torno de 40% dos presos ainda não foram julgados. Pessoas que podem ser inocentes são mantidas presas, sem julgamento. A demora no julgamento dos processos é muito séria, é um problema a ser enfrentado pelo Judiciário, com apoio do Executivo", declara Dias.
O ex-ministro afirma que não se surpreendeu com o apoio, ao menos parcial, do juiz Sergio Moro a propostas do plano de governo de Bolsonaro. Na opinião de Dias, a decisão de Moro de ocupar um cargo no governo Bolsonaro demonstra que o magistrado não atuou com imparcialidade na operação Lava Jato. "Ele mostrou que, na realidade, já tinha uma predisposição, e não uma independência e um equilíbrio que o juiz deve ter."
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